Empresa quer 'ressuscitar' ave gigante extinta no século XIII; entenda
Colossal Biosciences se une a centro de pesquisa indígena para tentar reconstituir geneticamente uma das maiores aves da história

A Colossal Biosciences, empresa de bioengenharia sediada em Dallas (EUA), anunciou planos para trazer de volta o moa, uma ave gigante que habitava a Nova Zelândia e foi extinta no século XIII. O projeto de desextinção será desenvolvido em parceria com o Centro de Pesquisa Ngāi Tahu, ligado ao povo indígena maori da Ilha Sul.
O que foi o moa?
O moa era uma ave incapaz de voar, mas de proporções impressionantes, alguns indivíduos ultrapassavam os 3 metros de altura. Sem predadores naturais, o animal dominava florestas e planícies do território neozelandês até a chegada dos primeiros humanos, por volta do ano 1300.
A caça intensiva promovida pelos colonizadores levou a espécie à extinção em poucas gerações. O último registro fóssil em assentamentos humanos foi datado de aproximadamente 1445.
VEJA MAIS
Como funcionará a “desextinção”
Segundo a Colossal, o objetivo não é clonar exatamente o moa extinto, mas sim criar um organismo geneticamente próximo. A técnica envolve edição genética de espécies vivas aparentadas, como o emu (da Austrália) e o inhambu (da América), para inserir partes do DNA do moa e gerar uma ave semelhante.
O inhambu é o parente mais próximo do moa, enquanto o emu poderá ser usado como incubadora, por conta do porte físico compatível com a espécie extinta. A empresa planeja aplicar ferramentas de bioengenharia capazes de modificar simultaneamente longos trechos do genoma, acelerando o processo de reescrita genética.
Projeto com significado cultural
Mais do que uma experiência científica, o projeto carrega forte simbolismo cultural. O moa tem importância histórica e espiritual para o povo indígena Ngāi Tahu. “Como o projeto é liderado pelos maoris da Ilha Sul, garantiremos que o progresso seja conduzido de acordo com a Rangatiratanga (autoridade ancestral) e a tikanga (leis e costumes tradicionais)”, afirmou Mike Stevens, diretor do centro de pesquisa.
Ele destaca que a extinção do moa trouxe ao seu povo uma lição sobre a “fragilidade da abundância” nos ecossistemas insulares, e considera a iniciativa uma oportunidade de reconexão e reflexão.
Além do moa: uma lista de espécies extintas
O moa se junta a uma lista de animais extintos que a Colossal Biosciences pretende “reviver”. Entre os outros projetos da empresa estão o mamute-lanoso, que viveu durante a Era do Gelo, e o tigre-da-Tasmânia, extinto no século XX.
“A desextinção não se trata apenas de criar um organismo que seja ou se assemelhe a uma espécie extinta. Trata-se de fundir a biodiversidade do passado cọm as inovações do presente, em um esforço para criar um futuro mais sustentável”, declarou a Colossal em nota oficial.
(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Luciana Carvalho, editora web de OLiberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA