Disparos israelenses provocaram pelo menos 25 mortes em Gaza nesta quinta, dizem socorristas
Segundo a Defesa Civil de Gaza, 15 pessoas morreram enquanto buscavam ajuda humanitária perto de um ponto de distribuição

A Defesa Civil de Gaza informou que as forças israelenses mataram 25 pessoas nesta quinta-feira(19), 15 delas enquanto buscavam ajuda humanitária perto de um ponto de distribuição na Faixa de Gaza. Quinze pessoas morreram e 60 ficaram feridas enquanto aguardavam ajuda no corredor de Netzarim, no centro do território, onde milhares de pessoas se aglomeram todos os dias na esperança de receber alimentos, informou à AFP um funcionário da Defesa Civil, Mohamad al-Mughayyir.
O Exército israelense informou à AFP que estava "analisando" essas acusações.
Outras dez pessoas foram mortas por disparos israelenses em dois incidentes separados no norte da Faixa de Gaza, acrescentou Mugghayyir.
Basam Abu Shaar, um palestino deslocado, disse à AFP que milhares de pessoas se reuniram de madrugada na esperança de coletar alimentos antes da abertura do local administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Estados Unidos e Israel.
"Por volta da 1h, começaram a atirar em nós. Os disparos de tanques, aviões e bombas lançadas por drones se intensificaram", disse a testemunha à AFP por telefone.
Ele disse que viu mortos e feridos caídos no chão a poucos passos do centro da GHF. "Não conseguimos ajudá-los, nem mesmo fugir", acrescentou, afirmando que ficou bloqueado em meio à multidão.
As vítimas foram levadas para os hospitais Al Awda e Al Aqsa, no norte e centro do território, disse Mughayyir.
Dezenas de palestinos morreram nas últimas semanas tentando chegar aos pontos de distribuição de ajuda em Gaza, que a ONU afirma estar ameaçada pela fome.
Devido às restrições impostas por Israel à imprensa em Gaza e às dificuldades de acesso na região devastada pela guerra, a AFP não conseguiu verificar de forma independente os relatos da Defesa Civil.
Israel impôs um bloqueio humanitário ao território no início de março, causando grave escassez de alimentos, medicamentos e outros itens essenciais.
A GHF, financiada de forma pouco transparente, começou a distribuir ajuda no final de maio, mas suas distribuições foram marcadas por cenas caóticas e ataques mortais nos arredores do centro, onde multidões se reúnem para aguardar as entregas.
Outras três pessoas foram mortas nesta quinta-feira em bombardeios israelenses contra um edifício na Cidade de Gaza (norte), e sete em um ataque ao campo de refugiados de Al Shati, um pouco mais a oeste, segundo a Defesa Civil.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA