Combates persistem no Sudão e número de mortos já passa de 400
A ONU e os Estados Unidos pediram uma trégua de "pelo menos" três dias

Apesar dos pedidos de trégua devido ao fim do Ramadã, os combates entre Exército e paramilitares continuam no Sudão, com explosões e confrontos nas ruas de Cartum, capital do país, nesta sexta-feira (21). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 400 pessoas morreram e 3.500 ficaram feridas desde o dia 15 de abril, quando militares e as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares iniciaram a luta pelo poder no país.
Nesta quinta-feira (20), a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos solicitaram uma trégua de "pelo menos" três dias para permitir que civis celebrassem o Eid al Fitr, que marca o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã. Porém, Abdel Fatah al-Burhan, chefe do Exército, descartou negociar com seu ex-número dois, Mohamed Hamdan Daglo, chefe das FAR paramilitares.
Enquanto as FAR anunciaram "seu acordo de trégua de 72 horas", o general Burhan apareceu na televisão estatal pela primeira vez desde o início dos confrontos para um discurso por ocasião do Eid e não mencionou nenhuma trégua. “No Eid deste ano, nosso país sangra: a destruição, a desolação e o barulho das balas prevalecem sobre a alegria”, declarou o chefe do Exército. "Esperamos sair desta prova mais unidos (...), um só exército, um só povo", completou.
Burhan afirmou em entrevista à Al Jazeera que não havia espaço "para negociações políticas" com seu rival.
O aeroporto de Cartum está fechado desde sábado e as embaixadas pedem aos cidadãos que fiquem seguros. Washington anunciou o envio de militares para a região caso tenha que evacuar sua embaixada.
Fuga de civis
Entre 10.000 e 20.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, cruzaram a fronteira para o Chade, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR). Ambos os lados continuam anunciando vitórias e fazendo acusações mútuas que são impossíveis de verificar no terreno.
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