Cientistas alertam que nova subvariante da covid-19 pode ser mais transmissível que o sarampo
A BA.2.75 apresenta mutações em locais inéditos do Sars-CoV-2 e tem crescido de forma exponencial no país em que foi inicialmente detectada, a Índia
Identificada pela primeira vez na Índia, uma nova sublinhagem do coronavírus, a BA.2.75, apresenta mutações em locais inéditos do Sars-CoV-2 e tem crescido de forma exponencial no território indiano. Ela é mais contagiosa que as sublinhagens prevalentes no momento e a taxa de transmissão pode ser superior à do sarampo, considerado hoje o vírus mais contagioso conhecido. As informações são do Jornal O Globo.
As características acenderam o alerta de autoridades de saúde e a nova subvariante, que derivou da antiga BA.2 – prevalente no Brasil no período de abril a junho - está sendo monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pesquisadores da África do Sul, em estudo ainda não revisado por pares, estimaram que outra variante, a BA.5, tem uma velocidade de disseminação semelhante à do causador do sarampo. “Agora a BA.2.75 já foi detectada em mais países, mas o único até agora que tem um número grande de amostras, que cresceram muito rapidamente, foi a Índia. Mas lá a BA.4 e BA.5 não eram prevalentes, ainda era BA.2. Então precisamos observar como a nova cepa vai se comportar nos demais países para entender se ela vai de fato superar a BA.5. Mas, em tese, ela tem tudo para superá-la”, explicou o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba.
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No momento, países como o Brasil ainda enfrentam uma onda de casos de Covid-19 provocada pelas subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron, que representam 93,2% dos casos de Covid-19 nas duas últimas semanas de junho, de acordo com o último levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS).
Na última quarta-feira (6), durante coletiva de imprensa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, em todo o mundo, os casos relatados aumentaram quase 30% nas últimas semanas. Segundo ele, na Europa e na América, a BA.4 e a BA.5 estão impulsionando novas ondas. Já em países como a Índia, foi detectada a nova sublinhagem, a BA .2.75, que estaria circulando há cerca de um mês na região e que a agência tem acompanhado. A subvariante já estaria presente em mais de dez outros países, entre eles Israel, Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Alemanha.
“É difícil estimar quando ela chegará (ao Brasil), mas no ritmo que ela está se disseminando ela pode até já estar aqui. Porque o nosso sequenciamento genético é um pouco atrasado, então ela pode estar circulando e nós não sabermos ainda”, avalia Salmo Raskin.
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