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Argentinos vivem a expectativa do país sob o novo governo de Javier Milei

No domingo (10), o presidente eleito Javier Milei assume oficialmente o seu cargo de líder executivo da Argentina

Gustavo Freitas | Especial para O Liberal direto de Buenos Aires
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A Argentina vive um clima de expectativas para o novo governo de Javier Milei, que assume o poder neste domingo. O novo presidente é tema de conversas em esquinas, bares e restaurantes de Buenos Aires e, embora haja receios com suas promessas, muitos esperam que elas deem certo a longo prazo.

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Milei vem coordenando a transição de governo desde a sua vitória no dia 19 de novembro, e o seu discurso e de seus novos ministros é de calamidade pública. O novo governo alega estar assumindo o país na pior crise econômica da história, e por isso, vão precisar de tempo e paciência da população.

A nova chanceler do governo Milei, Diana Mondino, recentemente pediu que os investidores e cidadãos “aguentem seis meses porque este vai ser o melhor país do mundo”. Milei promete cortar muitos subsídios que hoje custam alto ao Estado, o que acarretará pesados aumentos repentinos nos alimentos, gás e energia, afetando diretamente a população argentina.

Franco Filippini vive em Rosário, tem três empregos e está aproveitando a capital neste fim de semana. O jovem, de 27 anos, conta que votou em Milei porque está cansado: “aqui as leis de trabalho não são igualitárias e muitas vezes são abusivas, prejudicam muito a quem quer ter um negócio. muitos proprietários estão escolhendo contratar imigrantes para fugir das leis trabalhistas argentinas”.

Ao comentar sobre a inflação, Filippini lamentou a desvalorização da moeda e a preferência por políticas de ajuda econômica na capital: “na Argentina, os preços estão mudando muito rápido e muitas vezes é difícil de acompanhar, e, ao mesmo tempo, nossos salários não sustentam tantas mudanças. Para piorar, os políticos preferem fazer política na capital, onde estão a maioria dos votos, do que no interior, onde a população é mais carente. Há produtos em Buenos Aires que custam 45 pesos e, em Rosário, onde vivo, saem por 300 pesos”, completa.

A moeda argentina vem sofrendo fortes desvalorizações, fazendo o governo intervir reiteradas vezes para congelar as cotações oficiais. Em 2019, um dólar comprava setenta pesos no mercado paralelo. Hoje, o mesmo dólar vale mil pesos. Agora, há um temor da escalada de preços com as políticas de corte de gastos de Milei.

Maia Blanco é psicóloga, votou em Milei com ressalvas a sua personalidade, tem receios de suas políticas, mas insiste que o país não poderia seguir o mesmo caminho de sempre. “Estou vendo muita gente estocando comida em casa, com medo dos aumentos repentinos no novo governo de Milei, mas espero que ele esteja certo, resolva a inflação e não minta como foi com Macri, que fez algo similar. Estamos sofrendo, vejo diariamente o aumento de pessoas com problemas de saúde mental. Os políticos mentem o tempo todo e nós pagamos por isso, precisávamos mudar”.

Fenômeno nas redes

Durante o período eleitoral, Javier Milei foi um fenômeno nas redes sociais, conquistando grande apoio dos mais jovens pelo Instagram e TikTok. A campanha digital foi coordenada indiretamente por Eugenia Rolon e Iñaki Gutierrez, ambos com 22 anos, fiéis apoiadores de Javier Milei que se consideram soldados da ‘’Direita anticomunista’’.

Leo tem 19 anos, mora a quatro horas de Buenos Aires e vai todos os dias para trabalhar na capital. Passa a maioria do tempo vendendo meias e chaveiros para turistas na Corrientes, uma das principais avenidas da cidade. Ao falar da política argentina, Leo chama todos de “corruptos e ladrões” e, embora não conheça muito, gosta de Milei. “Vi alguns vídeos dele na internet e concordei com tudo, foi a primeira vez que votei e espero que mude. Ele fala em dolarizar o país, não entendo perfeitamente como funciona, mas acredito que vai dar certo”, finaliza.

Desde que foi eleito, o novo presidente promete um forte ajuste fiscal desde o primeiro dia de governo. E, para isso, tem articulado com o novo Congresso para ter respaldo nas suas medidas. No senado, dominado por peronistas, Milei e seus aliados têm tentado dialogar com peronistas que não sejam kirchneristas, já que esses serão oposição ferrenha nos próximos quatro anos.

Javier Milei receberá a faixa e o bastão presidencial de Alberto Fernandez neste domingo, no Congresso da Nação. De lá, promete fazer um discurso ao povo e depois segue em carro aberto até a Casa Rosada, onde receberá chefes de Estado e apresentará os novos membros de seu novo governo.

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