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'As duas equipes não estavam nas mesmas condições', dispara António Oliveira após derrota do Remo

Treinador voltou a reclamar do "desnível" de intervalo entre os jogos e classificou como "ansiedade" a perda excessiva de gols

Junior Cunha | Especial para O Liberal

O Remo amargou a segunda derrota em casa na Série B do Campeonato Brasileiro. Na noite desta sexta-feira, 1º de agosto, a equipe azulina perdeu para a Ferroviária, de São Paulo, por dois a zero em pleno Estádio do Mangueirão. Resultado que manteve o Leão fora do G4 e estacionado com 30 pontos. 

Durante os 90 minutos, o Remo apresentou um desempenho abaixo do esperado, o que para o técnico António Oliveira tem uma justificativa clara: o curto intervalo entre as partidas. Após ao jogo com a Ferroviária, o treinador português reforçou o fato do clube ter jogado na última terça-feira enquanto que o adversário teve uma semana entre as partidas contra Operário e Remo.

"Fica surpreso (com o resultado do jogo) quem não ouviu o que falei ao final do jogo com o Goiás. Tenho que ser grato aos jogadores. Fizeram um esforço para estar aqui. Sabíamos o risco de não fazer gol no início (do jogo). Quando sofremos o gol, foi injusto. Foi um jogo desafiante no aspecto físico. Não é só o cansaço físico. Vou sempre defender os jogadores. O resultado foi injusto. Eu disse que não tinha verdade esportiva na competição. Não há qualidade no jogo. Eu não procuro desculpas, procuro resultados. Já disputei várias competições nacionais e internacionais e nunca tive um jogo com pouco tempo de descanso com viagem no meio. As duas equipes não estavam nas mesmas condições. Eles jogaram há uma semana e nos assistiram do sofá contra o Goiás", disparou. 

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Já em relação ao que aconteceu com a bola rolando, António Oliveira explicou que procurou corrigir os erros do primeiro tempo no intervalo, quando o Remo saiu em desvantagem no placar. Para ele, o objetivo foi alcançado. Porém, o segundo gol da Ferroviária, aliada a expulsão de Pedro Rocha, acabou condicionando o restante da partida azulina. 

"Ajustamos (os erros) no intervalo. Conseguimos roubar algumas bolas e colocar o (Matheus) Davó e Marrony na cara do gol. Percebemos que a equipe está entendendo melhor as coisas. Até a expulsão do Pedro Rocha, estávamos dentro do jogo. Levamos duas pancadas, o gol no final do primeiro tempo e a expulsão (do Pedro Rocha). Tivemos que correr mais. Já fui jogador e tenho esse bom senso. Não vou condenar o Pedro (Rocha pela expulsão). Ele já nos deu vitórias, gols e assistências. E isso vale para todos do elenco". 

Erros e ansiedade

António Oliveira não fugiu dos questionamentos em torno da atuação individual de alguns jogadores do Remo durante os 90 minutos. Nos dois gols da Ferroviária, por exemplo, o zagueiro Kayky Almeida teve participação negativa. No primeiro lance, um "bote" errado deixou Ronaldo em condições de abrir o placar. Já no segundo gol, um tropeço na disputa de bola deixou Netinho avançar livre para acionar Juninho dentro da área e, assim, ampliar o placar. 

Para o treinador português, o caso de Kayky Almeida "acontece" e o momento é de todos no clube "abraçarem" o zagueiro de apenas 20 anos. António disse ainda acreditar no potencial do defensor, que está emprestado ao Remo pelo Fluminense até o final da temporada.

"Os erros acontecem. So erra quem está la. É um menino com grande potencial. Temos que ajudar. Eu vou ajudar, o grupo vai ajudar, o clube vai ajudar. E isso serve para todos", disse. 

Já em relação ao desempenho ofensivo de alguns atletas, António Oliveira classificou como "ansiedade". Para o treinador, a ânsia em fazer o gol pode estar atrapalhando na hora de concluír as chances criadas durante as partidas nesta Série B do Campeonato Brasileiro.

"Houve produção (de chances de gol). Outra coisa é a ineficácia. Não podemos confundir as coisas. Essa ansiedade (em fazer o gol) é natural. O torcedor é passional. Eles querem ganhar. Se ganhar, é o melhor. Se perder, é o pior. Coloquem a culpa em mim. Eu sei o objetivo claro. Podem me chamar do que for que está tudo bem. São os jogadores que decidem o jogo. Eles têm a bola. Tem que tirar essa ansiedade. Temos que continuar trabalhando. Existe produção e existe ineficácia", finalizou. 

O Remo volta a campo no próximo sábado, 9, para encarar o América Mineiro pela 21º rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. A partida será às 16h na Arena Independência, em Belo Horizonte.