Sem vitórias na Série B, diretoria do Paysandu dá chance ao 'pressionado' Luizinho Lopes
A decisão confirmada pelo presidente Roger Aguilera parece controversa, mas se baseia num cenário ainda mais caótico caso o treinador saia imediatamente
O técnico Luizinho Lopes vive o momento mais delicado desde a sua chegada ao Paysandu, em fevereiro deste ano, ao amargar a lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro após nove rodadas sem vitórias — são nove jogos, com quatro empates e cinco derrotas. Mesmo assim, a diretoria do clube decidiu manter o treinador no cargo pelo menos até a próxima rodada, no dia 2 de junho, quando o time enfrenta o Criciúma, na Curuzu.
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A decisão confirmada pelo presidente Roger Aguilera parece controversa para os torcedores mais impacientes, mas ganha fôlego quando a questão se encara no cenário vivido pelo clube, tendo em vista o elenco “curto”, desgastado por sucessivos jogos e lesões, e que só agora enfrenta um calendário mais tranquilo para tentar se reorganizar.
Maratona de jogos e desgaste
Até pouco tempo atrás, o Paysandu disputava simultaneamente quatro competições: o Campeonato Paraense, a Copa do Brasil, a Copa Verde e a Série B. Essa maratona de jogos impôs um desgaste físico e tático significativo, tanto para os atletas quanto para a comissão técnica.
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Sem uma base de jogadores mais extensa, Luizinho Lopes precisou improvisar jogadores em funções que não eram de origem, a exemplo do jogo contra o Novorizontino, quando, com a ausência de Edílson e Bryan Borges, o volante Dudu Vieira foi deslocado para a função. Quando Dudu precisou sair, o zagueiro Luan Freitas entrou como volante. Com isso, os jogadores de ataque vêm experimentando uma seca de gols pouco vista.
Nicolas, por exemplo, maior artilheiro do clube no século, "ganhou" um gol na partida contra o Novorizontino, após o árbitro validar o desvio do atacante. Rossi, que vem servindo mais como “garçom”, marcou uma única vez, assim como Benitez. Já Marlon e Borasi ainda não marcaram na Série B.
Problemas no elenco
Além disso, atletas importantes como Martínez, lesionado, e Giovanni, que deixou o clube, deixaram o elenco mais limitado, agravando o problema de peças para o técnico trabalhar. Luizinho Lopes mesmo reconheceu em entrevista que a ausência de meio-campistas no banco foi decisiva para a derrota por 3 a 1 diante do Tigre. Em dado momento, o Papão chegou a ter praticamente um time inteiro fora, devido às lesões.
Reorganização e futuro do técnico
Depois de encerrar as competições paralelas, o Papão se volta unicamente para a Série B, mas, ao que tudo indica, a sobrevida do técnico pode ser abreviada. Especula-se que, se o Paysandu não vencer o Criciúma em casa, Lopes corre sério risco de ser demitido. Para o presidente alviceleste, o momento de estabilidade no calendário pode significar um “novo começo”.
Outro fator que pesa na permanência de Luizinho Lopes é o alto valor pedido por treinadores de ponta, além do mercado restrito, que dificulta contratações emergenciais. O clube vem se esforçando para chamar algumas peças nas últimas semanas, mas esse reflexo ainda não é sentido em campo. Por conta disso, a diretoria aposta no técnico para extrair o máximo do grupo atual, além de atuar com força no trabalho de recuperação física e tática durante as pausas que forem surgindo.