Paysandu enfrenta ações de jogadores e multa do MPT, com dívidas de mais de R$ 9,4 milhões
Ações por rescisão indireta, atrasos salariais e condenação baseada em TAC expõem crise financeira do clube fora de campo
O Paysandu vive uma das fases mais delicadas de sua história recente fora de campo. Além das ações trabalhistas movidas por jogadores do elenco de 2025, o clube também foi condenado pela Justiça do Trabalho ao pagamento de uma multa superior a R$ 1,5 milhão por atrasos salariais registrados em 2024. A penalidade tem como base um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda em 2008. Com isso, o passivo trabalhista conhecido do clube ultrapassa R$ 9,4 milhões, ampliando a crise financeira nos bastidores bicolores.
WhatsApp: saiba tudo sobre o Paysandu
Somente nos processos envolvendo atletas, o montante chega a R$ 7.976.274,50, valor que agora sobe para cerca de R$ 9.476.274,50 com a inclusão da multa judicial. Todos os casos têm em comum alegações de inadimplência contratual, como atrasos salariais, pendências de direitos de imagem e falta de recolhimento de FGTS.
Entre os processos está o do atacante Pedro Delvalle, que acionou o clube na Justiça do Trabalho e obteve rescisão contratual antecipada. O jogador cobra aproximadamente R$ 914 mil, citando atrasos de salários, direitos de imagem e FGTS, e já está livre no mercado.
O volante paraguaio Ramón Martínez também recorreu à Justiça, alegando atrasos salariais e irregularidades no FGTS. O caso foi encaminhado à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), da CBF, com valores em torno de R$ 700 mil. Em novembro de 2025, as partes chegaram a um acordo, resultando na rescisão amigável do contrato.
VEJA MAIS
O processo de maior valor envolve o volante Leandro Vilela, que ingressou com pedido de rescisão indireta cobrando R$ 4.057.229,11. O atleta aponta inadimplência salarial, ausência de depósitos de FGTS e pendências de direitos de imagem. Ele também sofreu uma lesão no joelho direito durante partida contra o Grêmio Novorizontino, em setembro de 2025, fato citado na ação.
Outro caso é o do volante Dudu Vieira, que teve o contrato rescindido após entrar na Justiça do Trabalho. O jogador cobra R$ 705.045,39 e fez sua última partida pelo Paysandu no confronto contra o Novorizontino, pela Série B.
Já André Lima move o processo mais robusto em tramitação. O atleta cobra valores superiores a R$ 1,6 milhão, alegando atrasos salariais, não pagamento de direitos de imagem, falta de depósitos de FGTS desde julho e interrupção total dos repasses a partir de setembro, além da ausência de auxílio-moradia. O clube apresentou defesa, e a liminar foi negada até o momento.
Com a soma das ações trabalhistas e da multa aplicada pela Justiça do Trabalho, o Paysandu passa a conviver com um passivo superior a R$ 9,4 milhões, cenário que evidencia a gravidade da crise administrativa e financeira enfrentada pelo clube enquanto tenta projetar a temporada de 2026.
Palavras-chave