Em meio aos jogos da Série B, técnico e auxiliar do Paysandu estreitam laços no Dia dos Pais
A relação profissional começou em 2024, quando Claudinei trocou a Chapecoense pelo Guarani e hoje se consolida no comando técnico do Papão da Amazônia
O Dia dos Pais deste ano tem um significado especial dentro da Curuzu. Quem olha para o banco de reservas em dias de jogos costuma se atentar à figura do treinador, mas, ao lado dele, mais discreto e não menos interessado no desempenho do time, está o auxiliar e filho, Felipe Oliveira. Além dos laços familiares, pai e filho desfrutam também dos prazeres — e da pressão indigesta — que o futebol proporciona.
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A relação profissional começou em 2024, quando Claudinei trocou a Chapecoense pelo Guarani, que ficava próximo da cidade onde a família possuía residência. “Sempre foi ligado ao esporte. Desde pequeno, esteve envolvido. É faixa preta de taekwondo, jogava basquete, futebol, e se formou em Educação Física paralelamente a isso. Quando houve a minha troca da Chapecoense para o Guarani, perguntei se ele gostaria de trabalhar comigo. A mãe dele deu apoio e ele aceitou”, lembra o treinador de 55 anos.
Felipe começou como segundo auxiliar e ganhou mais espaço no Londrina, quando passou a ser o primeiro auxiliar. “Já faz mais de um ano que estamos juntos e temos tido muito sucesso. Hoje, compartilho com o meu filho o que antes fazia sozinho. Graças a Deus, até hoje tivemos mais vitórias do que derrotas”, diz Claudinei.
Para o técnico, ver o filho crescer profissionalmente é motivo de orgulho, sobretudo por estarem lado a lado em uma dinâmica muito exigente. “Sempre foi muito disciplinado, entrega tudo no prazo, interage bastante com o pessoal da análise de desempenho e já traz muita coisa mastigada. Está evoluindo mais rápido do que eu imaginava, entende bem como tudo funciona, lida com a comissão, com a direção, torcida...”
Felipe, por sua vez, também valoriza a oportunidade de aprender com o pai no dia a dia do clube. “A gente sempre foi muito próximo, mas, por ele estar sempre em clubes diferentes, não tínhamos tanto contato. Acabava que ficávamos muito tempo longe, mas a conexão sempre existiu, e está sendo muito especial compartilhar isso com ele. Sempre aprendo algo novo.”
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A rotina no futebol, cheia de pressão e instabilidade, é algo que os dois já encaram juntos com naturalidade e, ao que tudo indica, Felipe já absorveu bem a pressão que corre por resultados.
“Ele já viveu isso. Sabe que no futebol não é como no basquete, onde um técnico fica a temporada inteira. Existe instabilidade, e o futebol é muito dinâmico. Graças a Deus, temos mais vitórias do que derrotas”, comenta Claudinei. Felipe concorda: “A gente precisa ter tranquilidade e saber que os resultados fazem parte, assim como as pressões.”
Pai e filho já têm programação para este Dia dos Pais. Ao lado da esposa e do outro filho, Rafael, a família irá compartilhar um almoço especial e, em seguida, partirá para a concentração, já de olho na partida contra o Vila Nova, nesta segunda (11), na Curuzu. No fim da conversa, como não poderia deixar de ser, Felipe diz que o melhor para o pai não seria outro que não fosse a vitória em campo: “E não há nada mais especial do que conquistar os três pontos.”
Outras parcerias familiares que fazem história no futebol
Além de Claudinei e Felipe Oliveira no Paysandu, o futebol brasileiro e mundial tem diversos exemplos de técnicos que dividem o campo com seus filhos.
Hélio dos Anjos, por exemplo, conta com o filho Guilherme dos Anjos como auxiliar técnico desde 2012, uma parceria consolidada em vários clubes, inclusive o Paysandu. Outra dupla de pai e filho a trabalhar em Belém foi Márcio e Marcinho no Paysandu. Os dois treinadores tiveram passagens recentes pelo Papão da Amazônia.
No cenário nacional, o técnico Tite também é acompanhado por seu filho Matheus Bachi, que tem atuado como auxiliar técnico em clubes como Corinthians e na Seleção Brasileira. A nível internacional, um grande e conhecido exemplo é o do novo técnico da Seleção Brasileira, o italiano Carlo Ancelotti, e seu filho Davide Ancelotti, de 35 anos.
Davide começou a trabalhar com Carlo em 2012 e foi auxiliar do pai nas últimas cinco equipes: Bayern de Munique, Napoli, Everton, Real Madrid e Seleção Brasileira. Agora, no entanto, ele assumiu pela primeira vez o cargo principal, ao aceitar o convite do Botafogo, onde acumula dois jogos e três vitórias.
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