Clube All Star Rodas cria vaquinha online para reformar cadeiras de rodas

Criado com o objetivo de ajudar portadores de necessidades físicas e formar atletas, o Clube All Star Rodas/Remo abriu uma vaquinha online. A ONG busca arrecadar recursos para reformar as cadeiras de rodas dos integrantes. Ação melhoraria condições para que paraatletas, com chances de serem chamados pela  seleção brasileira de basquete, pudessem chegar aos Jogos Paralímpicos de 2020, em Tóquio.

Tudo começou lá atrás, há quase 23 anos. Em 1996, Wilson Corrêa, o Caju, promoveu a fundação do clube. Hoje, além do basquete, o atletismo também é ofertado. São em torno de 90 cadeirantes em Belém. Eles recebem apoio médico e psicológico. Recheada de histórias de superação, a All Star Rodas também possui uma coleção de títulos. São 17 campeonatos brasileiros, somente contando o feminino.

"[Queremos] que mais pessoas saiam de suas casa e venham para fazer uma carreira do esporte. O esporte é o meio mais rapido para superar qualquer sequela. Seja psicológica, seja física, depressão e outras", comenta Caju, treinador do clube.

Os cadeirantes do Clube utilizam o esporte como meio de readaptação a uma vida normal. Além de esportistas, eles são incentivados a voltar a estudar. Caju os leva em colégios para participações em apresentações esportivas, em aberturas de eventos e em congressos. Reforçando o importante papel da ONG em fazer os envolvidos enxergarem novamente a vida de forma colorida. O que muitas vezes, a vergonha impede.

"Imagina a pessoa que tomou um tiro e vai pra cadeira? É muito difícil. Cada um conta a história da sua deficiencia e consegue se sentir útil na sociedade. Quando chega no clube e começa a ser tratado como ser humano, muitos conseguem sair da depressão, fazer uma carreira, fazer uma faculdade por meio do clube. Conseguindo uma maior qualidade de vida", conta o técnico.

A All-Star Rodas/Remo tem conotação nacional, e até internacional, por ceder jogadores à seleção de basquete (feminina e masculina). A ONG é aberta ao público. Qualquer um pode ir aos locais de treinamento, no ginásio do Clube do Remo – Avenida Comandante Brás de Águia, 897 –, e se inscrever sem nenhum custo. Os novos membros recebem uma cadeira para treinar. Porém, por ser muito procurado, fica difícil atender a todos.

Em agosto começam os Jogos Parapan-Americanos, em Lima, Peru. O evento é classificatório para Tóquio 2020. Por isso, é essencial que a All Star Rodas consiga o objetivo da vaquinha: R$ 8 mil reais. Isso é pouco mais que o valor de uma cadeira nova. Mas com esse montante será possível reformar as que o clube possui. Proporcionando uma melhoria no desempenho dos paraatletas.

"Todos os atletas precisam aumentar o volume de treino, aumentar a qualidade tecnica, visando a convocação. Esse campeonato conquista vaga para a paralimpiada, no Japão. Temos tanto meninos e meninas com chances de conseguir essas vagas. Isso é o topo do atleta chegar a essas competições", comenta.

Caju sempre esteve envolvido com o esporte. Ele foi jogador de futebol e basquete. Antes, treinava atletas e paraatletas. Mas após ficar seis meses em uma cadeira de  rodas, depois de sofrer um acidente de carro, decidiu trabalhar apenas com cadeirantes. Sobre a experiência, Caju diz ter tido um grande aprendizado, e inspira outras pessoas a ajudarem e participar do projeto.

"Eu olhava a pessoa com deficiência de maneira ruim. Como uma pessoa que tomava espaço. Quando nos envolvemos no projeto, vemos que não temos direito de discriminar ninguem, Quando a pessoa tem a oportunidade de ajudar quem precisa, ela começa a se sentir bem. [...] Quem ajuda tem um olhar diferente em relação às pessoas", finaliza Caju.

Serviço: Interessados em ajudar podem acessar o site da vaquinha online ou entrar em contato com o Caju, pelo número: 98076-4866