Há um ano, atleta do Castanhal fugia da guerra da Ucrânia com ajuda de atacante do Corinthians O meio-campista Daniel Jesus saiu do país, onde defendia o DPK-Agro Shevchenkivka, com apoio de Júnior Moraes, brasileiro naturalizado ucraniano Caio Maia e Daleth Oliveira 24.02.23 7h00 Daniel Jesus disputou 19 partidas pelo DPK-Agro Shevchenkivka da Ucrânia entre 2021 e 2022 (Arquivo Pessoal) Quem vê o meio-campista do Castanhal Daniel Jesus cheio de energia em campo cheio pelo Campeonato Paraense e Copa Verde, não imagina as dificuldades que ele passou há um ano. No dia 24 de fevereiro de 2022, o atleta de 24 anos, natural de Ribeirão Preto (SP), se tornou testemunha ocular dos estragos deixados pela Rússia na Ucrânia, na guerra que já dura um ano. VEJA MAIS Guerra da Ucrânia completa um ano sem esperanças de um cessar-fogo No dia 24 de fevereiro de 2022, Rússia invadiu Ucrânia e atacou a capital Kiev pela primeira vez Paraenses na Rússia e Ucrânia relatam vivências diferentes após um ano de guerra entre os países Cristiane Nedashkovskaya precisou sair da Ucrânia para escapar dos ataques russos e Aline Navegantes vive na Rússia até hoje tranquilamente O atleta defendeu o DPK-Agro Shevchenkivka por quase um ano, participando de 19 jogos entre maio de 2021 e fevereiro de 2022, quando o conflito interrompeu a carreira do volante no time ucraniano. “Um dia antes do início da guerra, eu estava treinando, fazendo a pré-temporada. Nosso primeiro compromisso oficial seria no dia 15 de março, o que nunca ocorreu”, relata Daniel. “A gente nunca esperava que isso fosse acontecer. Eu só acompanhava as notícias do Brasil sobre a guerra, nada de lá. Tenho para mim que entre eles, isso não era muito comentado, achavam que eram só questões políticas. Até que teve um dia que meus companheiros de treino brincaram comigo, dizendo que eu teria que lutar na guerra. Fiquei com medo, liguei para o meu empresário e ele me tranquilizou. Só que no dia seguinte, acordei com um amigo me ligando, dizendo que tinham jogado uma bomba na Ucrânia. Foi um grande susto”, conta o meia do Castanhal. Após o primeiro ataque, no dia 24 de fevereiro de 2022, registrado no leste ucraniano, principalmente na capital Kiev, a vida de Daniel e de todos os cidadãos do País virou um “cenário de medo”. Para sobreviver, o atleta contou com a solidariedade de pessoas próximas. “No primeiro momento, eu fiquei no apartamento onde eu morava. Depois de uns três dias, o presidente do clube me buscou para morar na casa dele, onde tinha abrigo subterrâneo. Lá eu fiquei por semanas, onde passamos dificuldades, porque no mercado não tinha mais água e comida. Durante todo esse período, ouvia o tempo todo barulho de bombas do lado de fora, de sirenes. Foi um cenário de medo”, descreve o jogador de futebol. A fuga para o Brasil Após o tempo em um abrigo subterrâneo, Daniel saiu do País com ajuda do atacante do Corinthians, Júnior Moraes, brasileiro naturalizado ucraniano, que também tinha passagem por clubes da Ucrânia. “Quem me ajudou muito nesse momento foi o Júnior Moraes. Ele entrou em contato comigo e me ajudou. Saí de carona da Ucrânia com uma família de refugiados, um contato do atleta do Corinthians que me deixou na fronteira com a Moldávia. De lá, fui pra Romênia e depois para França, sempre com contatos dele”, conta Daniel. Jesus diz ainda que o apoio de Moraes foi gratuito e uma grata surpresa, afinal, eles nem se conheciam. “Anjo”, é assim que Daniel descreve Junior. “Eu não fui o único que recebeu ajuda do Junior, mas também vários brasileiros. Levei até um susto quando ele me procurou. Nunca vi pessoalmente o Júnior Moraes. Um dia, eu estava vendo meu celular e vi que tinha uma mensagem dele. Ele perguntou se eu precisava de alguma coisa e mandou o contato da família que me levou pra Moldávia. Depois, voltei ao Brasil. Ele foi um anjo para mim”, narra Daniel. Da Ucrânia para Castanhal Daniel foi duas vezes à Ucrânia antes de vir ao Pará defender o Castanhal. “Até 2019 eu pertencia ao Novorizontino e fui para a Turquia fazer uma excursão de amistosos. Lá, dois agentes gostaram de mim e me levaram para a Eslováquia, onde eu joguei um ano. Depois, surgiu a oportunidade de ir para a Ucrânia. Num primeiro momento não deu muito certo, aí voltei pro Brasil e fiquei três meses aqui. Depois desse tempo, voltei pra Ucrânia e estava jogando até acontecer a guerra”, conta o atleta. Apesar do ocorrido, Daniel se alegra ao olhar para trás e ver seu sonho realizado: jogar no futebol europeu. “Meu primeiro grande sonho foi jogar na Europa. A ida para lá foi muito boa para mim e minha família, onde convivi com outra cultura, outra realidade, pude inclusive jogar na neve. Mas destaco que o custo de vida lá é bem melhor, então acabou sendo muito prazeroso”, continua. “Ainda tenho o sonho de voltar à Europa, este é meu maior objetivo de carreira. Quando vim ao Brasil, voltei ao Novorizontino, mas sofri uma grave lesão e rescindi o contrato. Em seguida, na virada do ano de 2023, assinei com o Castanhal. Portanto, meu sonho é fazer uma boa temporada aqui e ir para Europa”, finaliza Daniel Jesus. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave guerra ucrânia rússia castanhal politica esporte COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. 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