CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Drama: jogadoras perdem renda com a paralisação do futebol feminino

Sem jogar desde março, a maioria depende da bola para ter receita

Braz Chucre
fonte

O Campeonato Paraense de futebol feminino deveria começar no mês de abril. Contudo, por conta da pandemia da covid-19, foi suspenso e não tem data para ser disputado. São poucas perspectivas de fazer parte do restante do calendário da federação.

Os clubes pararam de treinar e as jogadoras estão nenhuma atividade desde março quando foi imposto período de quarentena pela Federação Paraense de Futebol (FPF). São passados três meses, a situação segue na mesma, sem retorno aos gramados.

As ‘meninas’ estão aflitas e encaram o problema com angústia, além da intensa preocupação com o futuro do futebol feminino que, mesmo sendo amador, gera rendimentos para às jogadores.  

Maiara Silva, 26 anos, joga futebol desde os 16, enfrenta muitas dificuldades por não trabalhar e ter um filho pequeno para criar. “Bom nesse momento difícil que estamos passando eu me encontro com bastante dificuldade. Não trabalho,  tenho um filho de seis anos, recebo algumas ajudas”, revela. Na semana anterior, ela recebeu uma cesta básica doada pela FPF.

“Eu jogo porque amo o futebol,  não ganho rendimento financeiro, até nunca joguei em um time " grande" que é meu sonho. Jogo em vários campeonatos de arena de onde eu ganho algo para ajudar no sustento do meu filho. Mas essa pandemia deixou a gente quebrada. Estou precisando de auxilio, pois as coisas estão demais difíceis”, aponta.

Mesmo com emprego formal, Gislaine Queiroz, conhecida por Lora Capanema, volante titular da Esmac, retrata momentos difíceis devido o confinamento. Com pós graduação em Educação Física, dando aulas em academia, ainda assim, ela tem uma situação melhor se comparada às companheiras. “Tenho emprego, ganho meu salário e a situação não está fácil, imagine as colegas de bola que dependem das suas família. Outro dia tivemos de ajudar uma colega muito carente com roupas e alimentação”, revela.

As atletas, na visão de Lora Capanema, poderiam estar melhor se tivesse atenção do poder público.” O nosso futebol feminino tem colocado o Estado nas alturas. O Pinheirense foi campeão brasileiro. Queremos valorização e apoio do nosso Estado, somos competentes para representar muito bem o nosso Pará”, fala. “Os clubes mandaram documento para FPF respeito desse assunto e nada de respostas”, exclama.

Coiote ou Rachel de Sena Rocha, 25 anos, mora de aluguel e divide o pagamento com outros dois amigos. Tem despesas com alimentação, transportes, enfrenta uma crise econômica por não estar jogando. ‘’Sem jogo, não há dinheiro. Meu rendimento vem da bola. Hoje dependo da ajuda do Cabanos”, conta.  

Marco Antônio, presidente e técnico do Cabanos,  disse que precisou fazer dois empréstimos bancários para custear despesas alimentícias com o elenco.  “A maioria das jogadoras do Cabanos não tem outra atividades, e o futebol é o ‘ganha pão'. Essa paralisação deixou-as quebradas, pois os ‘bicos de bola’ sumiram. Tudo ficou difícil. Os clubes investiram e, pior, sem saber vai ter campeonato. Estamos num mar de incerteza”, declara. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Futebol
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM FUTEBOL

MAIS LIDAS EM ESPORTES