Dia Mundial sem Tabaco: médico do Remo alerta sobre os riscos de atletas que fumam

Neste domingo (31), é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. A data alerta a população para os problemas ocasionados pela prática de fumar. No esporte de alto rendimento, os números de casos de atletas que fumam são baixos, porém acender um tabaco ainda sim é algo que faz parte da vida de jogadores em momentos de laser.

O médico do Remo, Jean Klay, conversou com a equipe de O Liberal e comentou sobre as principais dificuldades em se ter um atleta que fuma e quais as consequências desse vício.

Jean Kley alertou que o fumante possui um aumento de 45% de chances de morte por doenças coronarianas, como o infarto do miocárdio. Além disso, contou que há umcrescimento de 25% nas chances de sofrer um acidente vascular cerebral, sem contar nas mortes por câncer, que em 30% delas possuem referência ao uso de cigarros, e no fato de que 90% das pessoas acometidas de câncer de pulmão são fumantes. 

“Atleta que fuma os riscos são grandes. Fraturas por estresse é uma das [consequências] mais recorrentes, já que o cigarro aumenta o índice de osteoporose e os ossos ficam mais fracos. A nicotina destrói microcirculações do tecido ósseo, além do muscular e tendinoso, ficando assim mais suscetível para esse tipo de lesão e dificultando no tratamento de retorno às atividades”, disse.

Outro fator importante que influencia diretamente na relação atleta x esporte é uma maior incidência nas contusões musculares e pulmonar, perdendo assim várias caraterísticas de um jogador que pratica esporte de alto rendimento.

“No esporte, além dos problemas pulmonares, existe o efeito de musculatura. O cigarro destrói essas microcirculações, então o músculo de um atleta ele tende a alterar a troca gasosa. Sendo assin, esse músculo vai responder de uma forma muito pior e por isso ele cansa mais rápido, ele perde rendimento, potência”, falou.

De acordo com Jean Klay, o número de mortes no país provenientes da prática do fumo é em torno de 200 mil pessoas. No mundo, esse número chega a 5,5 milhões. No esporte, não existem dados específicos, mas sabe-se que teve uma diminuição de fumantes se comparado aos anos anteriores.

"No futebol, felizmente é baixo o número de atletas fumantes. É algo claro se comparado com as décadas de 70, 80, 90 e início dos anos 2000. A preparação física evoluiu muito, exige mais cuidados dos jogadores com suas carreiras”, finalizou.