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Cria do Remo, ex-ajudante de pedreiro vira jogador profissional e realiza sonho na Europa

Clodoaldo passou por uma situação difícil e usa o futebol para ajudar a mãe adotiva

Fábio Will
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O futebol é capaz de mudar vidas, de tornar realidade aquele sonho de criança. Foi o que motivou os meninos do Flamengo, que largaram suas famílias para seguir a carreira de jogador de futebol. O paraense, Clodoaldo, de 21 anos, passou por situações difíceis e fez questão de lembrar de onde veio e de quem o ajudou. Atualmente, o garoto é atleta profissional e atua como zagueiro em Portugal. 

Nascido na cidade de Nova Timboteua (PA), longe 140 quilômetros de Belém, teve uma infância difícil, de família pobre. Clodoaldo não conheceu o pai e, oito anos, teve a mãe assassinada. Ele foi cedido à avó, que já criava outros sete netos, além dos filhos. Por falta de condições financeiras da família, foi doado à vizinha, Dona Fátima, que o cuidou com carinho.

“Minha mãe era prostituta, nunca conheci meu pai. Minha mãe vinha uma ou duas vezes ao ano me visitar, mas não tive contato. Aos oito anos, soube que ela foi assassinada. Foi aí que eu fiquei mais apegado com a Fátima (vizinha), que nunca me deixou na mão, sempre cuidou de mim, assim como a minha avó. Mas minha avó vivia com filhos e mais sete netos em casa... a grana era curta e como a Fátima gostava de ficar comigo e tinha melhor condição financeira, acabei sendo criado por ela”, contou.

Mas Clodoaldo acabou encontrando dificuldades no convívio com a outra família. Por ter tido parentes envolvidos com crime, o garoto era alvo de insultos por parte de tios e primos da nova família.

“Acabei encontrando resistência dos familiares dela, diziam que eu seria um vagabundo, que não era para ela ter me adotado. Sofri bastante tanto em casa, quanto na escola. Diziam que eu não iria chegar a ser adulto”, contou o jovem, que acrescentou a discriminação sofrida somente pelo fato de ter sido adotado, mas ressaltou: “Minha mãe mesmo com tudo isso me criou uma pessoa do bem, com um caráter diferente do que eles imaginavam pra mim”, disse.

Diante de tudo o que viveu, Clodoaldo resolveu expor a própria história de vida no Facebook e explicou o motivo: “Resolvi postar no Facebook como um desabafo, mas também para provar que é possível correr atrás dos seus sonhos. Minha vida foi sempre muito difícil, saí de casa com 14 anos e hoje estou na Europa. Preciso encorajar mais jovens a não desistir de seus sonhos”, disse.

A PAIXÃO PELO FUTEBOL

O primeiro amor de Clodoaldo foi com muito suor. Com nove anos Clodoaldo catou latinhas de cerveja e refrigerante e vendeu, com o dinheiro comprou uma bola “dente de leite”. Clodoaldo começou a jogar na escola e nos campos de Nova Timboteua. Depois foi jogar no Santa Cruz de Cuiarana, da cidade de Salinópolis. Era garoto, mas treinava entre os profissionais. Em uma das partidas contra o Remo, Clodoaldo ficou por Belém e começou a treinar pelo clube do coração.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

👊⚽#tbt🔙

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“Em 2014, fui para o Remo e passei momentos felizes e ruins no clube. Em 2015, voltei para a minha cidade com a promessa de me chamarem de volta, mas não me chamaram, foi quando comecei a trabalhar como ajudante de pedreiro. Em 2016, decidi voltar a jogar futebol e aluguei uma casa para atuar pela Desportiva. Em 2017, joguei o estadual pelo Macapá-AP, fui vice-campeão estadual pelo time profissional e retornei ao Remo para jogar no profissional em 2017, mas acabei me machucando e fiquei parado, me cuidando. Voltei a treinar e aí um rapaz me viu treinando e me levou para Portugal e hoje estou no Alcanenense. Agradeço também Luciano Vidal e Davidson Gandra de Oliveira, que sempre confiaram no meu potencial”, contou.

SAUDADE

Faz um ano em que o jogador vive em Portugal e a saudade da mãe e das comidas paraenses é grande, mas são coisas Clodoaldo vai “driblando” no novo momento da sua carreira.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Se Deus acredita em você, quem você pensa que é pra não acreditar?!🙏⚽🇵🇹

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“Minha mãe é tudo pra mim. Vou trabalhar forte para proporcionar sempre o melhor a ela. A saudade dói, machuca, mas sigo em frente, pois sei que posso melhorar a minha vida e principalmente a vida dela”, disse.

TIME DO CORAÇÃO

Clodoaldo está com 21 anos e não pretende voltar atuar em Belém neste momento. O atleta quer fazer a carreira na Europa, mas pensa em retornar a capital paraense lá na frente e quando voltar já sabe onde quer jogar.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

⚽️❤️👊🏻

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“Não pretendo a volta a Belém neste momento. Quero proporcionar à minha mãe coisas boas, mas o dia em que eu voltar quero sim jogar no meu Leão (Remo). Aqui estamos caminhando para o fim da temporada e recebi algumas propostas. Estou atuando na 3ª liga, como se fosse a Série C, mas com fé em Deus vou alcançar voos maiores”, falou.

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