Em entrevista, Robinho fala pela primeira vez sobre caso de estupro e vê racismo em condenação

Ex-jogador foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça italiana e STJ decide se o brasileiro vai cumprir a pena no Brasil

Aila Beatriz Inete
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O ex-jogador de futebol Robinho falou pela primeira vez após ser condenado a nove anos de prisão pela Justiça Italiana por estupro coletivo. Próximo do julgamento da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o brasileiro concedeu uma entrevista para a RecordTV e quebrou o silêncio sobre o caso. 

Na entrevista, Robinho afirmou que a condenação teve influência do racismo presente na Itália. "Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade de provas que eu tenho, não seria condenado", declarou o ex-jogador. 

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Robinho disse ainda que teve um relacionamento com a mulher que o acusa, mas alegou que o caso foi consensual e rápido. "Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento, ela empurrou, pediu para parar. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso", afirmou. 

Relembre o caso 

Robinho foi condenado pela Justiça Italiana a nove anos de prisão por estupro coletivo contra uma mulher de origem albanesa em uma boate em Milão, na Itália, em 2013, quando o então jogador atuava pelo Milan. Além dele, o amigo Ricardo Falco também foi condenado em todas as instâncias no país europeu.

Após anos de julgamento, Robinho foi condenado em 2017. Em 2022, a Justiça italiana ratificou a condenação, impossibilitando novos recursos. Como no meio do processo o jogador retornou ao Brasil, a Itália solicitou ao Brasil a extradição do ex-jogador para cumprimento da pena, contudo, a legislação brasileira não permite a extradição de seus cidadãos. 

Ainda durante a entrevista, o ex-jogador do Santos alegou que apresentou provas que, supostamente, comprovariam a sua inocência, mas que elas teriam sido ignoradas na Itália. Assim, o ex-atleta pediu que ser ouvido no Brasil. 

"Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outro", perdiu o brasileiro. 

No último ano, o site UOL divulgou uma série de áudios em que Robinho comentava sobre o caso com amigos. Em alguns momentos, o brasileiro dava risada e debochava sobre a possibilidade de ser condenado por estupro. 

Para a Record, ex-jogador disse que os áudios foram de 2014, um ano após o caso, e que ele conversava com pessoas "que não são confiáveis". 

"Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso", disse. 

Julgamento no Brasil 

Na próxima quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidirá se Robinho irá cumprir a pena no Brasil, já que o brasileiro não pode ser extraditado para o cumprimento da condenação na Itália. 

A decisão caberá aos 15 ministros mais antigos do STJ, sendo necessário um quórum mínimo de oito ministros para a realização da sessão. Para que a homologação ocorra, a maioria simples dos votos deve ser favorável ao pedido feito pela Justiça italiana, sendo o ministro Francisco Falcão o relator do caso. 

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