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Mercado fúnebre movimenta economia com serviços diversificados em Belém

Setor cresce de maneira estável com diferentes opções de cuidados nesse momento, diz empresário

Maycon Marte

Um dos nichos nem tão vistos entre as atividades econômicas de Belém inclui o dito mercado fúnebre, abastecido por empreendedores de diferentes segmentos. O mais comum e o primeiro deles a ser procurado é o serviço das funerárias, responsável pelas partes principais do rito fúnebre, mas que também se adaptou a necessidades e demandas dos seus consumidores, como em qualquer outro ramo. Presente nesse mercado há 27 anos, o proprietário de uma funerária local Gerson Nogueira Filho explica que o setor “cresceu muito no decorrer dos anos” e, embora ainda seja “muito desorganizado, todos conseguem lucrar a sua parte”.

Em meados de 1996, quando começou o negócio, ele empreendia apenas com os serviços funerários, que possuem valores baseados no salário mínimo, com taxas de 4% a 8% sobre a remuneração. Mas, observando oportunidades paralelas, como a demanda por flores durante os velórios, decidiu absorver também essa atividade. “No final de 2013, apareceu a oportunidade de alugar um espaço em uma casa de velório muito conhecida em Belém e não pensei duas vezes em alugar, mesmo sem experiência no trato com as flores”, explica. Antes disso, ele lembra que o fornecimento de flores era terceirizado para outras empresas.

O potencial de lucro das flores para esse tipo de serviço é algo que salta os olhos, sendo, segundo Nogueira, um dos produtos mais procurados em velórios, especialmente se tratando das coroas de flores. Esses adornos são utilizados normalmente sobre os caixões durante a despedida e custam em média de R$ 300 a R$ 1.200. As coroas de flores representam aproximadamente 30% do faturamento do empresário com os serviços fúnebres.

“Talvez uma das maiores margens de lucro em uma floricultura seja a parte de coroas de flores. E, como já entrei direto nesse setor em uma casa de velórios, me adaptei rápido e desenvolvi um leque de cliente fiéis, como empresas, associações, cooperativas, sindicatos e pessoas físicas também”, detalha o empresário.

Outro percentual que se sobressai acompanha o feriado do Dia de Finados, marcado no dia 2 de novembro, é a data em que a Igreja Católica dedica aos mortos e suas almas. A movimentação em torno desse momento também provoca, segundo ele, um aumento nas vendas durante o dia. “Sempre dá uma boa incrementada nas vendas, apesar de a maioria das vendas ser na porta do cemitério, mas para mim aumenta, sim, cerca de 20% a 30% no dia”, avalia.

Ele enfatiza que a competição com os vendedores situados nas portas dos cemitérios é grande, já que a localização facilita a logística de quem não se organiza previamente para realizar o ato de deixar novas flores nos túmulos.

Fora do óbvio

Nesse ramo, um dos serviços essenciais no processo ritualístico é o de necromaquiagem, que reflete a necessidade de preparar o corpo e a sua imagem antes da última despedida. A recém-chegada nesse meio Ludmila de Sousa, que atua como tanatopraxista e necromaquiadora, começou neste ano, mas reafirma um interesse cultivado desde a infância. Sua porta de entrada nesse mercado foi um trabalho em uma funerária, experiência que, somada a sua especialização em tanatopraxia, ajudaram a lhe estabelecer na área.

Ela explica que a preparação começa com cursos técnicos em tanatopraxia, técnica de preparação e conservação do corpo após o óbito, com o objetivo de retardar a decomposição e manter uma aparência natural durante o velório. No entanto, aos que se interessem estritamente pela necromagiagem, que cumpre o papel mais estético dessa preparação, também há cursos técnicos específicos.

Os valores para esse serviço são fluídos e variam conforme o ambiente, volume de trabalho e complexidade. Na prática, os números podem sair de R$ 250, em uma sessão de necromaquiagem apenas, para até 30 mil, em casos de embalsamamento de corpos transportados por longas distâncias. A demanda desse mercado também se guia de períodos mais festivos, como férias de verão ou comemorações de fim de ano. Isso acontece, segundo Sousa, por conta da alta taxa de mortes por acidentes ligados a esses momentos.

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“Existe uma média de 300,00 para uma conservação simples (formol) em um trabalho com especialista particular, mas os valores podem alterar se for diretamente com uma funerária onde o lucro deve ter repartições - ambos são feitos apenas em laboratórios licenciados. Se for apenas a contratação sobre necromaquiagem, a média é de 250,00 (cabelo, maquiagem, manicure/pedicure)”, detalha.