Veraneio inicia com movimento mais fraco, mas expectativa do setor é boa

Tendência para os próximos dias é alta, com ápice no meio das férias, avaliam comerciantes

Maycon Marte (Da redação) e Talita Azevedo (especial para O Liberal)
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Nas praias mais próximas a Belém, a expectativa de uma movimentação intensa do público não correspondeu ainda à realidade do primeiro fim de semana das férias de julho. Proprietários de restaurantes na ilha de Outeiro, um dos distritos administrativos da capital, esperavam um número maior de pessoas, mas ainda aguardam o fluxo mais intenso nas próximas semanas. O baixo desempenho desse início do veraneio também causa estranheza para Fernando Soares, porta-voz do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SEHRBSPA). Segundo ele, essas são as praias mais populares e acessíveis, em preço e distância, por isso, aponta o período de pagamento dos trabalhadores e o calendário atípico de férias como explicações possíveis para a baixa demanda.

Odete Silva, de 55 anos, proprietária de um restaurante e peixaria na ilha de Outeiro, explica que o volume incomum de pessoas no período se arrasta há alguns anos, mas foi ainda menor neste ano, em comparação ao anterior. “Nem parece que é férias, porque a gente costuma ter bastante movimento desde o início, mas a gente espera que melhore”, explica. Outra mudança importante que acompanha essa baixa demanda inicial, segundo ela, é a perda de apoio, em especial, das marcas de bebida que contribuíam com seu negócio até o ano passado e, agora, deixaram de investir.

Apesar desse cenário, os investimentos no estabelecimento para dar conta da demanda normal neste mês de férias se mantém. Isso inclui, por exemplo, a contratação de mais funcionários, ampliação do cardápio e reforço de estoque, na intenção de dar conta da clientela. “Sempre faço isso, sempre fazemos um reforço para não ter um problema com falta de nada”, enfatiza a proprietária.

Sobre as expectativas com o restante do mês de julho, Silva reforça ter “esperança de que melhore”. Ela e o empreendedor Anderson Barros, de 41 anos, que também administra um estabelecimento na região, compartilham a mesma expectativa com as próximas semanas. “A movimentação é sempre assim no início, mas depois as semanas que vão passando vai aumentando mais”, afirma.

Os dois proprietários investem em recursos e ampliação de insumos, mas não apostam em atrações grandes ou eventos paralelos nos seus estabelecimentos. Para Barros, essa escolha dialoga com o público que costuma frequentar as praias dessas ilhas, que ele descreve como mais familiar. “Nossa programação é bem familiar, então é mais música ambiente, por isso que nós não temos tantas atrações”, explica.

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Surpresa

O porta-voz do sindicato do setor, Fernando Soares, estranha o comportamento fraco do público nas praias mais próximas da capital, devido a sua acessibilidade. “O movimento nas ilhas próximas a Belém mais fraco nesse período é novidade, porque, em regra, são as praias das pessoas mais humildes, que geralmente utilizam esses balneários para poder ter lazer”, afirma. Nesse sentido, ele considera duas principais razões para a baixa demanda: o calendário das férias escolares e o pagamento dos assalariados.

Neste ano, as férias escolares passaram por alterações, devido à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém. A organização para o evento reduziu o período de recesso pela metade, com o restante sendo aplicado apenas no fim do ano. Na avaliação do porta-voz, isso altera também o comportamento das famílias com crianças, por exemplo.

“Você ainda tem aulas em algumas escolas, em razão do decreto do governo, isso pode estar esvaziando esses locais, porque você levar uma criança para ir, por exemplo, para Cotijuba, é cansativo e pode prejudicar se ela estiver em aula na segunda-feira seguinte”, detalha Soares.

O bolso dos frequentadores é a principal razão do movimento mais fraco, em especial neste primeiro fim de semana, por ser também o quinto dia útil do mês. Soares justifica que boa parte do público dessas praias ainda não havia recebido o salário e, por isso, é esperado que o movimento a partir do próximo fim de semana e na segunda quinzena seja ainda melhor. “No próximo final de semana muito provavelmente você deve ter um aumento de frequência, porque as pessoas já receberam. Isso também explica um pouco a baixa frequência”, avalia.

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