Vendedores de rua de Belém reclamam do baixo faturamento
Segundo eles, em média, apenas 50% das vendas foram recuperadas desde o dia 1° de junho, quando houve a retomada das atividades
Após quase três meses após a volta do comércio de rua às suas atividades em Belém, os trabalhadores ainda não conseguiram recuperar as vendas normalmente, como antes da pandemia da covid-19. Em média, apenas 50% do total do faturamento foi recuperado desde o dia 1° de junho, quando eles retomaram os trabalhos. Com o novo formato do Círio de Nazaré em 2020, com as procissões apenas virtual, a perspectiva é de que o movimento só melhore a partir da festas de final de ano.
Na rua João Alfredo, a via que reúne o maior número de vendedores ambulantes no centro comercial de Belém, os trabalhadores garantem que mesmo com um fluxo intenso de pessoas na região, os compradores desapareceram. Robson Costa, de 35 anos, vende camisas de time de futebol. Ele diz que por dia, em média, vendia cerca de R$ 1 mil em produtos. A demanda caiu bruscamente nos últimos meses.
“Depois da volta, nenhum dia sequer, eu fiz o mesmo número de vendas que antes. Não vendo mais que R$ 400 dia. Sem as festas do Círio de Nazaré, espero que, ao menos, no Natal volte o movimento como antes da covi-19. As pessoas vêm, olham, têm até vontade de comprar, mas não levam nada. As que compram, choram o preço”, explicou.
Com as festividades nazarenas, a capital recebe um número grande de pessoas que vem do interior do Estado e acabam sendo as principais compradoras dos ambulantes à época.
“Quem vem de outras cidades, as ribeirinhas, principalmente, guardam dinheiro ao longo do ano para comprar em Belém. Muitas compras são até mesmo por atacado. No Círio, o número das vendas crescem e chegam a se equiparar ao Natal”, disse Joyce Tavares, de 46 anos, vendedora ambulante. A banca é dos pais dela, que há 30 anos nunca viram um período de recessão tão longo. “Desde março, estamos com dificuldades. Nessa volta com restrições, tudo isso tem afetado bastante as vendas. Elas caíram cerca de 50% e ainda não normalizaram”, explicou a comerciante de confecções em geral. O comércio já funciona em período normal.
Na rua 15 de Novembro, o vendedor de produtos importados, Alberto Santa Rosa, de 45 anos, também lamenta o faturamento baixo. “Acho que as pessoas estão sem dinheiro. O auxílio emergencial tem ajudado muita gente, mas o dinheiro é para as necessidades básicas. Os consumidores olham, pesquisam preços, mas não compram. Antes da pandemia, eu vendia R$ 500 até R$ 800 por dia, mas agora, não passa de R$200. O dinheiro está curto”, lamentou.
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