Vendas de automóveis caem 43% no Pará em novembro

No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o resultado também foi negativo, com queda de 6,52%

Elisa Vaz

A venda de automóveis no Pará caiu 43,1% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em 2020, nesta época do ano, foram emplacadas 3.991 unidades no Estado, e agora o número alcançou 2.271. No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o resultado também foi negativo: passou de 28.949 em 2020 para 27.062 em 2021, o que representa queda de 6,52%.

Quanto aos comerciais leves, a pesquisa mostra que houve queda no emplacamento de novembro, de 16,79%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O número passou de 1.096 para 912 no intervalo de um ano. Por outro lado, o mercado teve um comportamento positivo na soma dos onze meses analisados até aqui. Em 2020, de janeiro a novembro, foram emplacados 8.193 comerciais leves, e neste ano o número alcançou 10.373. A alta, portanto, foi de 26,61%.

O gerente de vendas da concessionária RR Chevrolet, em Belém, Lindolfo Branco, afirma que foi possível observar as quedas quase generalizadas nas vendas de veículos, tanto na comparação com o ano passado como no acumulado dos onze meses. "Isso ocorreu devido à falta de carros novos e estoques muito baixos. E a reposição do estoque ainda é lenta por conta da falta de insumos e baixa produção", comenta.

Aliado a isso, ele diz que houve também aumento nos preços dos veículos, devido ao alto custo dos insumos. "A lei da oferta e da procura e a escassez desses insumos a nível mundial fizeram com que esse componente básico para a produção dos veículos ficasse cada vez mais caro", avalia. Hoje, os clientes estão comprando mais os carros até R$ 98 mil, segundo o gerente. Para o final do ano, há algumas promoções de taxas de juros de até 0%, dependendo do modelo do veículo, para atrair os clientes, além de descontos promocionais para alguns veículos e avaliação dos semi-novos ou usados na troca do novo.

"Temos as melhores expectativas possíveis, pois estamos no caminho certo com as vacinas em grande escala. Acreditamos que no segundo trimestre de 2022 as fábricas já começarão a acelerar sua produção e vamos normalizar os estoques. Só assim voltamos às grandes promoções, feirões e ações de vendas em grande escala", adianta Lindolfo.

Mudança

Indo justamente no comportamento favorável ao mercado, o engenheiro civil Paulo Luz, de 34 anos, resolveu mudar o estilo de vida. Em vez de andar de carro, como fazia, ele optou por vender o veículo e adquirir uma bicicleta. “Vendi porque o custo de manutenção, como peças, gasolina e impostos, somados ao valor do financiamento, seguro e estacionamento, estavam ultrapassando 30% do meu ganho mensal. Então decidi comprar uma boa bicicleta e me arriscar no trânsito de Belém para economizar essa grana e, de quebra, praticar uma atividade física. Por sorte eu consegui vender rápido”, conta.

Paulo já andava de carro desde 2007, quando estava na faculdade. Hoje, tirando os dias de chuva na capital paraense, ele diz que a mudança no meio de transporte tem sido uma experiência “maravilhosa” e que acabou tendo mais energia durante o dia. Porém, ele não acredita que este seja um bom momento para vender um veículo: “Não sei se a hora é boa porque, pelo que ando escutando, não existe muita demanda. E aí o valor do seu bem acaba ficando muito desvalorizado”. Para o futuro, ele ainda planeja ter um automóvel novamente, mas não tem pressa, já que a esposa também possui um carro. O casal só irá trocar o veículo para evitar uma desvalorização muito grande, em uns dois ou três anos.

Motocicletas

Diferente dos automóveis e comerciais leves, as motocicletas tiveram um resultado positivo a partir da análise da Fenabrave. Entre novembro do ano passado e novembro deste ano, a alta foi de 16,92%, passando de 4.657 unidades vendidas para 5.445. No acumulado do ano, de janeiro a novembro, os emplacamentos de motocicletas também cresceram – em 2020, até o décimo primeiro mês do ano, 45.933 motocicletas foram emplacadas, e em 2021 o número chegou a 52.668, um crescimento de 14,66%.

Veículos grandes

O levantamento da Fenabrave ainda mostra o emplacamento de veículos pesados, como ônibus e caminhões. O primeiro registrou queda de 37,29% nas vendas de novembro, totalizando 37 unidades vendidas, ante as 59 do mesmo mês do ano passado. Porém, entre janeiro e novembro deste ano, o comportamento foi outro: o número passou de 515 para 627, o que soma um reajuste de 21,75%.

Quanto aos caminhões, houve alta de 22,51%, com 234 unidades emplacadas em novembro deste ano – número superior aos 191 notificados em novembro do ano passado. Também foi registrado um cenário positivo no acumulado do ano. O número passou de 1.625 para 2.239 e resultou em um crescimento de 37,78%.

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