Vale a pena investir em ouro em Belém? Especialista mostra melhores aplicações abaixo de R$ 12

Antes de entrar no mercado, investidor deve entender que investimento tem o objetivo de diversificar e proteger a carteira

Elisa Vaz
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A valorização do ouro, que acumulou ganhos de 13% ao longo do ano passado na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), e chegou a alcançar US$ 2.195,15 por onça (cerca de 28,35 gramas) na sexta-feira (8), abre oportunidades para investidores que pensam em aplicar recursos no metal e diversificar suas carteiras. Com uma performance peculiar, os preços podem ter sido influenciados por movimentos geopolíticos e econômicos ao redor do mundo, segundo o assessor de investimentos Leonardo Cardoso, o que favorece todo esse movimento.

Para o especialista no mercado financeiro, um dos fatores para a valorização foi a instabilidade geopolítica causada, principalmente, pela imposição de sanções à Rússia, tornando o ouro físico uma das únicas garantias de independência econômica e política para os países, o que fez com que muitos aumentassem suas reservas recentemente. Além disso, também gerou impacto o processo de "desdolarização" vivido desde a crise de 2008, quando países se viram dependentes da economia americana e buscaram alternativas, como a diversificação de reservas monetárias - o ouro, segundo ele, figura como uma alternativa real ao dólar.

Os investidores “comuns” também podem usar o ouro para ganho pessoal. Segundo Cardoso, frequentemente, o metal e o dólar são utilizados como investimentos ou ativos de refúgio para o investidor que está buscando uma maior segurança frente às instabilidades do mercado e da economia. “O ouro, via de regra, funciona como um seguro para ‘dias de chuva’. Quando tudo vai mal no mercado, uma reserva em ativo forte e sólido faz toda diferença em um portfólio de investimentos e de gestão patrimonial”, aponta.

Tipos de investimentos

Existem, no Brasil, algumas modalidades para investir em ouro, que variam de acordo com a forma de aquisição, negociação e tributação do metal. A principal delas, de acordo com o assessor de investimentos, é o ouro físico - a compra é feita diretamente em instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central (BC). A negociação do ouro é realizada na B3, por meio de corretoras credenciadas.

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Também é possível, diz ele, negociar o metal por meio de contratos futuros, em que são feitos acordos de compra e venda do metal para uma data futura, com preço pré-definido, sendo contratos negociados na B3 e que exigem garantias para eventuais prejuízos. E há ainda os fundos de investimentos e fundos de índice, com uma cesta de ativos relacionados ao metal, como contratos futuros, certificados e até mesmo o metal físico. A principal vantagem, segundo Leonardo, é contar com gestores profissionais que ajudam a tomar boas decisões.

A “melhor forma” de investir, na opinião do especialista, depende da finalidade da operação. “Se for com o intuito de uma diversificação de patrimônio, de buscar proteção, os fundos de índice (ETFs) e os fundos de investimentos em ouro são opções mais práticas e acessíveis ao investidor comum”, indica. No primeiro caso, o GOLD 11 é negociado abaixo de R$ 12, enquanto, na segunda opção, o mínimo de aplicação é de R$ 100.

Principalmente para investidores iniciantes interessados em ingressar no mercado de ouro, a primeira orientação do assessor é entender qual a função da aplicação dentro do portfólio de investimentos. “Não faz sentido investir por investir, ou pegando aquela ‘dica quente’ do amigo, isso vai acabar afastando você dos investimentos ao longo do tempo”, diz. Ao mesmo tempo, o investidor deve entender que uma aplicação como essa é uma diversificação com o intuito de proteger o restante da carteira, afinal, quando os produtos mais arrojados vão mal, o ouro faz o que é chamado de “contrabalanço”, segurando a oscilação da carteira.

Volatilidade pode impactar

Assim como em qualquer área no mercado financeiro, a volatilidade pode afetar as decisões de investimentos em ouro. No caso de quem usa o ouro como forma de diversificar e proteger a carteira, Leonardo Cardoso afirma que o ideal é que a compra do ativo seja feita, principalmente, em momentos de estabilidade - assim como não se compra seguro para um carro batido, o investidor não deve comprar uma proteção para o seu patrimônio em um momento de estresse no mercado, segundo ele, pois é nessa hora que o ouro fica mais caro.

“Recentemente, o ouro atingiu a sua maior cotação histórica. Costumamos dizer que é uma máxima dentro do mercado financeiro de que, quando um ativo atinge sua máxima histórica, começa a se veicular como um bom investimento. Mas já estamos próximos do ‘fim da festa’. Acredito que, nesses preços atuais, faz pouco sentido fazer uma aplicação no ativo, especialmente se for para fins de proteção de carteira, que é como deve ser utilizado pelo investidor comum. É melhor esperar o mercado acalmar e montar essa proteção aos poucos”, orienta.

O ouro, de acordo com o assessor, deve ser visto como ativo de segurança tanto para investidores pessoa física quanto para nações que buscam proteger suas reservas. Mudanças de política monetária e de crédito, diz, são fatores que afetam diretamente a cotação dos metais preciosos, assim como alguns fatores macroeconômicos devem ser levados em consideração, como a alteração de taxa de fundos federais, expectativas inflacionárias, movimento das moedas e tamanho do volume monetário e balanço de importação e exportação.

Tipos de investimentos em ouro

  • Ouro físico: compra direta em instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central (BC) e negociação na B3 por meio de corretoras credenciadas
  • Contratos futuros: acordos de compra e venda do metal para uma data futura, com preço pré-definido, negociados na B3, exigindo garantias para eventuais prejuízos
  • Fundos de Investimentos e Fundos de Índice (ETFs): oferecem cesta de ativos relacionados ao metal, como contratos futuros e certificados, além do ouro físico.
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