Upskilling e reskilling: conheça conceitos que defendem a busca por habilidades profissionais

Ascender na carreira é o sonho de muitos trabalhadores, conquistando novos cargos e responsabilidades. Mas em um mercado de trabalho dinâmico como o atual, para que isso ocorra é preciso que, cada vez mais, os profissionais se mantenham atualizados sobre ciências, tendências, conhecimentos e práticas, independente da área de formação e do grau de estudo. No setor de Recursos Humanos, o conceito de upskilling significa requalificação, ou seja, as atualizações que serão necessárias no portfólio profissional para atender às demandas recentes do mercado em que atua. Já reskilling quer dizer a aquisição de novas habilidades e competências até então nunca vistas ou utilizadas. Ambas são necessárias para o desenvolvimento de uma carreira.

O administrador John Pablo Pinheiro, que é também coordenador do curso superior de tecnologia em gestão de recursos humanos e logística na Universidade da Amazônia (Unama), diz que, atualmente, no mundo moderno, atualizado e volátil, as tendências mudam com muita frequência, movidas pelo perfil e o comportamento do consumidor. Daí a necessidade de dquirir novas habilidades para o que o profissional já executa, não apenas para compreender a demanda, o mercado e o cliente, mas para continuar oferecendo a eles serviços e produtos de qualidade.

Segundo John, esse sucesso ajuda na empregabilidade do trabalhador. Para ele, um profissional moderno e atualizado, conectado com as tendências e que busca não somente atualizações, mas novos recursos para refazer sua profissão e carreira, automaticamente ficará bem cotado e bem visto no mercado de trabalho. “Ele vai ser vitrine, automaticamente vai ser desejado. Com tantas mudanças que estão acontecendo no mundo do trabalho, muitas pessoas saem na frente quando vão se atualizar ou buscar novos recursos de atuação para performar positivamente em busca de resultados positivos - toda empresa vai desejar esse profissional”, avalia.

Aulas online

Uma das maiores dificuldades do trabalhador que já está empregado é alinhar o estudo de alguma nova área com o tempo disponível no dia a dia. Com a correria do trabalho e de casa, pode ser que muitas pessoas não tenham tempo ou condições apropriadas para se deslocar a uma faculdade ou instituição de ensino. Para John Pablo, quem utiliza esse argumento não contribui com o desenvolvimento de sua carreira e acha desnecessário se reinventar no mercado; e ele destaca que, hoje, para conquistar uma boa posição e assumir um cargo de liderança, muitos profissionais devem ter formação nas áreas de gestão, administração, ciência contábil e liderança.

As aulas online podem ser uma alternativa para quem quer dar o primeiro passo e não encontrou outra forma. Elas se popularizaram desde o início da pandemia da covid-19, em que boa parte das atividades escolares e universitárias passaram a ser feitas de maneira remota. “Cursos técnicos profissionalizantes e a própria graduação em nível superior ficaram em alta para qualificação, então o profissional precisa dar um basta nesse discurso de que não tem tempo, porque hoje existem facilidades para ele se qualificar”, opina o administrador.

O trabalhador que optar pela requalificação precisará de um esforço mental “muito forte”, na avaliação de John, porque terá que estudar e se qualificar em qualquer local. Só assim ele crescerá e conquistará uma fatia maior do mercado enquanto profissional.

Áreas atrativas para se capacitar

Se quiser se destacar no ambiente de trabalho, o profissional deve investir em áreas cruciais. Entre as mais gerais, importantes para qualquer profissão, está o próprio pacote Office, com ênfase no Excel, que se tornou um conhecimento básico e necessário hoje em dia – por isso o trabalhador deve buscar uma formação intermediária ou avançada, já que a tecnologia faz parte das organizações. Quanto mais se qualifica, mais o colaborador otimiza o trabalho, o tempo, o horário, as tarefas e as demandas.

Mas o primeiro passo, antes de atualizar o currículo, é entender sua profissão. A partir desse momento em que o profissional avalia sua importância, pode encontrar o papel dentro do mercado de trabalho e perceber as necessidades dos ambientes em que pode atuar. “Eu saio na frente quando tenho um olhar específico e aprofundado sobre qual a dificuldade da empresa, quando consigo fazer esse diagnóstico e percebo que, se eu tivesse, enquanto gestor, determinada expertise, não padeceria dessa forma. A partir daí, entendo que eu preciso buscar um conhecimento e uma formação que atenda tal necessidade”.

A inteligência emocional é outra habilidade importante nesta era – é a habilidade de se relacionar bem com as pessoas. Embora seja algo intrínseco, individual e particular de cada ser, existem cursos, formações, encontros e mentorias que podem ajudar o profissional a desenvolver essas competências, consideradas essenciais. E existem ainda as habilidades técnicas – o saber dentro da profissão, necessário para tarefas do dia a dia. Este último tipo de conhecimento é mais fácil de se adquirir, segundo John, porque exige mais comprometimento enquanto profissionais.

Empresas devem investir na demanda

O sucesso de uma empresa depende do desenvolvimento dos colaboradores. O administrador acredita que, se os colaboradores são mal desenvolvidos, automaticamente o resultado da organização não vai dar certo. “Ela só existe porque trabalham pessoas nela, que estão ali, se dedicando diariamente para alcançá-los. O nome em si, a marca, o posicionamento ou há quanto tempo ela está no mercado são fatores importantes, mas não o principal para a organização fluir e acontecer”, diz.

Por isso, as empresas precisam proporcionar uma jornada de conhecimento e desenvolvimento de competências e habilidades em seu colaborador. Os núcleos de liderança das empresas devem, de acordo com o especialista, entender a visão do negócio e determinar uma sequência de modernização para ser adaptado às novas realidades exigida hoje pelo mercado. Ao perceber do que o mundo do trabalho precisa, automaticamente o gestor saberá quais competências os funcionários precisam desenvolver para atender a toda essa demanda da melhor forma.