Móveis planejados: arquitetas paraenses dão dicas para quem deseja executar projeto em casa

Trabalhar com marcenaria exige cuidados, referências e pesquisa, explicam profissionais; veja

O Liberal
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Contratar um bom serviço de marcenaria pode ser determinante para a concretização de um sonho. Muita gente deseja ter a casa exatamente do jeitinho que imaginou e, para isso, precisa recorrer a diferentes profissionais e serviços. Na hora de fechar esses contratos, no entanto, é preciso ter alguns cuidados. A arquiteta e urbanista Ana Lívia Baetas, por exemplo, diz que o consumidor deve buscar consultar pelo menos três orçamentos antes de bater o martelo sobre o serviço. 

“Eu digo que os orçamentos precisam ser proporcionais sempre, no sentido de tamanho de modulação, padrão de corrediças, tipo de cores, se é laca ou não. Porque tudo isso influencia no valor agregado e se uma loja coloca uma porta em laca e outra não, pode ter certeza de que irá encontrar uma disparidade muito grande de um orçamento para o outro”, explica.

Segundo Ana Lívia, hoje, o mercado oferece uma infinidade de materiais, entre os quais a própria madeira, MDF, MDP e HDF. É preciso analisar a finalidade de cada projeto, para que se encontre o material mais adequado. Ela acredita que a madeira, atualmente, de todos, é o mais caro e com mão de obra mais difícil. 

“A madeira se tornou um material muito caro e com mão de obra muito escassa. Já o MDF, MDP e HDF são muito bons, só que possuem particularidades diferentes. Por exemplo, o MDF é produzido com fibras de madeira e resina sintética prensadas em alta pressão e temperatura, o que proporciona um material uniforme, funcionando melhor com tintas em geral. O MDP é feito com partículas de madeira prensadas em camadas, tornando-o um produto que aguenta maior peso. O HDF, como o MDF, também é um painel de fibras de madeiras selecionadas com resina prensada. A diferença é a pressão aplicada, que no caso do HDF é maior, o que garante estabilidade e uniformidade, com menor espessura. Por isso, é comumente utilizado nos fundos de móveis e fundos de gavetas”, detalha.

Em seu trabalho cotidiano, Ana Lívia diz que, quando trabalha com marceneiro, costuma usar mais o MDF “por ser um material usado comumente por eles”. Já quando o trabalho é feito junto às lojas de modulados, “nos encaixamos no padrão das fábricas que já possuem um estudo específico para cada item e que já levam em consideração as particularidades dos materiais”.

A especialista também ressalta a importância do acabamento nos projetos, pois nem sempre o mais barato é sinônimo de trabalho bem feito. “O sistema de fabricação hoje, conta com muitas ferramentas que facilitam e melhoram muito o acabamento. Máquinas adequadas, laser de corte, tudo isso agrega valor no serviço e no preço. Nós buscamos sempre o melhor custo benefício para os clientes, valorizando mão de obra, produto, preço e acabamento”, observa.

Já a arquiteta Loane Leão diz que o primeiro passo para quem deseja executar um serviço como esse é ter um projeto de marcenaria bem detalhado, com todas as especificações e informações necessárias. “É fundamental que o arquiteto, marceneiro e cliente estejam em harmonia. Quando se tem um projeto nesse nível, o cliente não terá gastos desnecessários e nem desperdício de material por falta de planejamento e organização”, acredita.

Para ela, é fundamental, antes de contratar o profissional marceneiro, ter boas referências sobre o trabalho dele. “É interessante saber como aquele profissional trabalha, conhecer os produtos que são produzidos por ele antes de contratá-lo, evitando assim problemas futuros. A proposta de orçamento deve estar com todas as informações necessárias, qual material vai ser utilizado, qual o acabamento e quais os prazos de entrega e montagem. O orçamento precisa ser claro e objetivo”, resume.

Da mesma forma, deve funcionar com fornecedores, sejam eles do Estado ou não. “Antes de optar por um fornecedor, é importante avaliar a reputação da marca, conhecer os produtos que são feitos por eles para ter uma maior garantia na hora de investir. Ao buscar fornecedores de fora do Estado, deve-se levar em consideração vários aspectos, como frete, possíveis seguros, despesas acessórias, locomoção, etc. Tudo deve ser colocado na ponta do lápis. Existem bons fornecedores no nosso Estado, fica a critério do cliente escolher”, analisa.

Um outro aspecto para o qual ela chama a atenção é a necessidade de se utilizar madeira certificada nos projetos, caso esse seja o material escolhido. “É sempre válido buscar alternativas que sejam benéficas para todos. Precisamos ter responsabilidade social, ambiental e econômica. Optar por produtos como a madeira certificada significa incentivar a preservação da natureza, a utilização de recursos naturais de forma consciente, em todos os sentidos, já que há o manejo florestal”, analisa. 

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Dicas do marceneiro

Apesar da preferência por trabalhar com arquitetos, o marceneiro Jarley Azevedo, da empresa Azevedo Móveis, diz que chegar na loja com um projeto arquitetônico é bom e ajuda a agilizar a entrega, mas não é um algo obrigatório.

“Quando o cliente tem um projeto do arquiteto, é melhor. Mas nem sempre é isso o que acontece. Tem gente que não quer ter esse gasto e por isso não contratam o serviço, outros até contratam, mas no final, discordam das ideias e querem executar de forma diferente. Então, aqui, pela experiência, a gente desenha e adapta ideias para o espaço do cliente”, explica.

Para um projeto de médio porte, a entrega pode ser feita entre 40 a 2 meses, diz Jarley. “Depende muito do volume de exigência do cliente, do material e acabamento que ele quer. A gente trabalha com cronograma, tentando adequar às necessidades do contratante e respeitando o tempo que é de fato possível. Às vezes dá pra acelerar o processo, mas nem sempre dá. O cliente precisa ter paciência e procurar outro profissional, caso não se agrade com o nosso cronograma”, diz o profissional.

Sobre economia na hora de executar o projeto, Jarley dá algumas dicas. “Móveis brancos são sempre mais em conta. Agora, quando o cliente quer um tom amadeirado ou colorido, o orçamento pode subir até 30%”, indica o marceneiro.

 
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