Trabalhadores portuários fazem paralisação de 12 horas nesta terça, inclusive no Pará
Mobilização pode ter tempo indeterminado caso não haja negociação com a categoria, que protesta contra a redução de direitos
Uma paralisação de 12 horas está marcada para esta terça-feira (22) entre a categoria portuária de todo o Brasil. Haverá suspensão de atividades de 7h às 19h, e no Pará cerca de 700 trabalhadores devem aderir ao movimento. O objetivo da paralisação é reivindicar direitos e protestar contra possível alteração na Lei dos Portos (12.815/2013), que prevê a exclusividade dos estivadores.
No território paraense, a maior mobilização será no Porto da Vila do Conde, em Barcarena, mas a suspensão também ocorrerá no Terminal Petroquímico de Miramar, no Terminal de Outeiro e no Porto De Belém, os três ligados à Companhia Docas do Pará (CDP). A reportagem do Grupo Liberal entrou em contato com a entidade, mas não obteve retorno até a entrega desta matéria.
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Em conversa por telefone, um dos trabalhadores que suspenderá as atividades nesta terça, o diretor financeiro do Sindicato dos Estivadores e Trabalhadores em Estiva de Minérios do Estado do Pará (Setemep), Pedro Bentes, diz que a reivindicação é para que os empregadores parem de “aniquilar os direitos dos trabalhadores avulsos”. Segundo ele, caso a paralisação não surta efeito nas 12 horas, é possível que a categoria suspenda as atividades por tempo indeterminado.
“Desde o começo do ano passado, eles sentaram com vários juristas para mudar a lei, esse é o motivo da suspensão, para ver o que podemos fazer. No momento, estão atropelando a lei, o patrão quer escolher quanto o trabalhador ganha, sem negociação, isso está acontecendo em todas as áreas trabalhistas, cerceando os direitos, amassando o trabalhador em todo o Brasil. Se não reivindicarmos, vamos ficar fora do mercado”, analisa.
Pedro afirma ainda que todas as categorias portuárias vão participar da mobilização, entre guardas portuários, estivadores, arrumadores e outros. “Os portos vão parar. É uma maneira de tentar reverter a situação, para que fique da melhor forma para negociar. São milhares de famílias que vão ser massacradas, inclusive conquistas de 100 anos atrás”. O grupo diz que todos os portos vão estar paralisados, mas o principal, onde haverá uma grande concentração de trabalhadores, será o Porto da Vila do Conde, em Barcarena.
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