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Uso de tecnologias valoriza produção da carne no Pará 

Setor investe em sistemas de rastreamento de animais e já exporta o couro para Europa  

Valéria Nascimento
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“A rastreabilidade do gado é uma realidade no Pará, inclusive no sudeste estadual, para além do abate do gado rastreado, já se exporta para a Europa o couro do gado rastreado”. A afirmação é do pecuarista Maurício Fraga Filho, presidente da Associação de Criadores do Pará (AcriPará). 

Fraga é também membro do Conselho Gestor do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária Paraense. Na próxima terça-feira (5), ele viajará junto com outros integrantes do conselho gestor para conhecer boas práticas de manejo e sistemas de rastreamento de animais, já consolidados em municípios como Marabá, Xinguara e Rio Maria, por exemplo.

O Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária foi criado por decreto assinado pelo governador Helder Barbalho, em novembro do ano passado. A iniciativa implementa um sistema para rastrear o gado individualmente, com meta de alcançar 100% do rebanho paraense até o final do ano de 2026.

Pecuária paraense

“É importante ouvir os produtores e também conhecer as iniciativas em andamento”, observa Maurício Fraga. A viagem para o sudeste estadual, informou ele, se estenderá até quinta-feira (7) e inclui a visita ao Escritório Verde do Grupo JBS, em Marabá, que atua com consultorias junto aos pecuaristas para auxiliar e promover a regularização ambiental dos clientes da JBS.

A comitiva também visitará o programa de rastreabilidade do frigorífico de Rio Maria, em parceria com a empresa Prime. “Eles desenvolveram o primeiro programa de rastreabilidade, então já está funcionando e exportando o couro rastreado para a Europa”, disse Maurício.

Ele informou que a viagem contempla uma reunião com o Sindicato de Produtores Rurais de Xinguara para explicar o que é esse programa de rastreabilidade. “É também para interagir com os produtores, para ampliar a adesão ao programa e ao sistema de rastreabilidade que usará brincos para a identificação dos animais”, explicou o titular da Associação de Criadores do Pará (AcriPará).

Gado Verde

Adotar boas práticas de manejo do rebanho é uma questão de negócios. Com ampla experiência como liderança do segmento agropecuário no Pará, Francisco Victer, preside a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec Pará). Perguntado sobre a qualidade da carne paraense nos mercados nacional e internacional, ele foi categórico: "ela tem características importantes, de origem do gado verde”’, afirmou.

“O valor da carne paraense fundamentalmente se dá na própria característica da atividade pecuária. Nós temos uma pecuária extensiva, onde o gado é criado quase que exclusivamente a pasto, então nós podemos dizer que temos um gado verde. Outra característica importante é que esse gado não é confinado, é solto de maneira extensiva o que insere nesta análise a questão do bem-estar do animal”, disse Francisco Victer.

De acordo com Victer, “o boi solto alimentado a pasto, produz uma carne extremamente natural graças ao clima, à qualidade do solo e à qualidade do capim, decorrente da qualidade do solo. Nós também podemos competir em outras frentes da pecuária semi-intensiva e da própria pecuária intensiva ao adotar tecnologias para intensificar essa produção, reduzir os custos, aumentar a produtividade e a precocidade (idade do gado), e acima de tudo para que a gente possa também resguardar as questões ambientais”.

Monitoramento e Rastreabilidade

Francisco Victer reiterou que tanto o monitoramento quanto a rastreabilidade já são feitos há bastante tempo na pecuária paraense. "Eu posso dizer que nós estamos perfeitamente alinhados com o regramento que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabeleceu para a certificação da carne brasileira no mercado interno e no exterior, conforme a Organização de Saúde Animal”.

Victer também reconhece o esforço da Agência da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) junto ao setor pecuário, para que ele esteja alinhado com o que tem de melhor de rastreabilidade sanitária do gado. A Agência exige que o trânsito animal se faça acompanhar da Guia de Trânsito Animal que certifica a origem do animal até o destino final dele, seja para outra propriedade ou principalmente para a indústria. Não somente isso.

O trabalho de defesa agropecuária cadastra todos os animais relacionando-os a uma localidade, a uma propriedade. "Neste trabalho, constam o nome do proprietário, da propriedade, o quantitativo animal e todo o trânsito registrado em uma conta corrente, desde quando o animal deixa a propriedade e quando ele chega noutro destino, se desconta do rebanho de origem o número que sai e se credita esse número no novo destino. De modo que para análise sanitária nós temos uma rastreabilidade eficiente e reconhecida nacional e internacionalmente”, disse Francisco Victer.

Processo público de monitoramento

Francisco Victor afirmou que esse processo de monitoramento e rastreabilidade é público. "A saúde animal como a saúde humana é prerrogativa do Estado. As empresas participam e colaboram, por exemplo, o controle de qualidade é feito na indústria privada, mas sempre supervisionado e fiscalizado por um auditor fiscal, estadual ou municipal. O agente público é presente nas indústrias para fazer a devida checagem, o acompanhamento e ter o controle das operações”.

Principais mercados da carne paraense

O mercado brasileiro é o maior mercado da carne paraense. Em seguida, vêm países como China, os Emirados Árabes  e Estados Unidos. O setor paraense quer ampliar acesso ao para o México, Europa, Coreia do Sul e Japão.

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