Startups paraenses veem oportunidade em autuar na melhoria da área de saúde
Empresários de Belém investem na otimização do trabalho de profissionais da saúde e startups se tornam ferramentas para a modernização e gestão do setor.

A área da saúde costuma enfrentar problemas na gestão financeira e de pessoas. Observando isso, empresários de Belém buscam criar plataformas com objetivo de minimizar os gargalos tecnológicos do dia a dia profissional. Esse é o caso das startups paraenses MedBolso, do empresário Adailton Lima, e Portí, de Jonathan Sarraf, que atuam em busca da otimização do dia a dia de médicos e outros profissionais da saúde.
As startups costumam ser pequenas empresas atuantes em inovação e tecnologia, a fim de resolver um problema. No caso das Healthtecs (startups da área da saúde), os empreendimentos atuam diretamente construindo mecanismos inteligentes para resolver “dores” e otimizar processos na área, gerindo finanças, otimizando dados e transformando o setor com auxílio da tecnologia.
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Adailton Lima é CEO da MedBolso e engenheiro de software. Para iniciar e alavancar o projeto foi necessário recorrer ao Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Pará, o PCT, em busca do auxílio de uma internet mais estável capaz de suportar a demanda dos softwares utilizados no atendimento aos clientes. A empresa, que atualmente conta com 11 funcionários, nasceu em 2018 a partir de uma demanda real do mercado de médicos plantonistas que necessitavam de uma plataforma para a realização e transparência no pagamento dos plantões.
Para dar início ao projeto, Adailton afirma que previamente já havia realizado uma pesquisa de mercado, e tinha conhecimento sobre a demanda. Mas, pela própria necessidade de custeio, o desenvolvimento inicial da plataforma, que demorou 1 ano para ser finalizada, saiu a preço de custo ao cliente. A empresa, que já tem representantes em outras regiões do país, como o Sul e Sudeste, também está presente em unidades públicas e é utilizada pela Fundação de Saúde Amapaense, a Fundesa, modernizando a saúde amapaense.
A empresa precisou trilhar um caminho com insistência nas outras regiões do país e demonstrar credibilidade para atrair novos clientes em regiões com maior público-alvo. O CEO afirma que houve “dificuldade de mercado nas regiões Sul e Sudeste, (dificuldade de) confiança em algo de fora”. Atualmente, a Med Bolso possui sua própria sede em Belém, mas está espalhada por 15 estados do país atendendo 40 empresas; ela faz o gerenciamento de diversas empresas formadas por cooperativas de equipes médicas, de enfermagem, de farmácia e também multiprofissionais, atuando na organização de plantões, gestão e transparência de dados das instituições de forma rápida e eficiente.
Com Jonathan Sarraf, dono e CEO da Portí, a experiência foi um pouco diferente, mas os percauços foram semelhantes. Sarraf, que é médico, doutor pela Universidade Federal do Pará, percebeu a partir da sua vivência e de colegas da profissão uma dificuldade em gerir as finanças, plantões e escalas. Jonathan, que antes da criação da sua startup possuía uma empresa para gerir médicos, viu no problema de repasse de verba uma oportunidade para sanar uma barreira que não só ele vivenciava, mas também seus colegas de profissão.
Sarraf afirma que a área da saúde foi uma das últimas a se digitalizar e ainda há um recuo em adotar recursos que criem métodos mais transparentes e hábeis. Por isso, o seu objetivo com a empresa é o “desenvolvimento de um ecossistema de auxílio médico”.
A Portí (uma aglutinação significando que a empresa "está por você ou por ti") percebeu que “o médico tem um grande problema em lidar com o dia a dia financeiro”. A partir disso, foi criado o primeiro serviço da empresa: a antecipação de recebíveis, atualmente nomeado de “Antecipaí”, disponibilizando aos médicos plantonistas o valor do plantão em até no máximo 72 horas, transação que geralmente chega a atrasar no setor.
Com o crescimento do interesse pela plataforma, a startup foi crescendo e hoje já conta com mais de 600 médicos utilizando o serviço que conta com soluções financeiras, rápidas e tecnológicas.
A importância da tecnologia para a gestão da saúde
A enfermeira Tatiara Barreto é consultora de gestão de qualidade e segurança do paciente, e enfrenta diariamente dificuldade em otimizar o trabalho nas instituições com objetivo de facilitar o tratamento dos pacientes e o gerenciamento dos profissionais de saúde.
Para Tatiara, que diriamente busca alternativas de driblar os sistemas precários de dados na área, “a maioria das falhas na saúde são por culpa da comunicação”, as soluções inteligentes e digitais são facilitadoras não só do trabalho profissional, mas também de eficácia na identificação de padrões, diminuição de subnotificação e capacitação dos funcionários ao identificar quais as fraquezas enfrentadas.
Com objetivo de tornar o atendimento mais inteligente e com maior e melhor desempenho, ela considera a sistematização de dados imprescindível: a ausência de capital humano qualificado e otimização de dados, pode vir a se tornar uma falha no futuro, causando desperdício de tempo, profissionais e dinheiro, afirma.
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