Seguro de Crédito quadruplicou o pagamento de indenizações em quatro anos no Pará
Entre janeiro de 2019 e abril de 2023, a modalidade pagou mais de R$ 18,9 milhões em indenizações no Estado

De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociações da Serasa, o Pará apresentou um índice de inadimplência de 39,79%. Diante dessa situação, as empresas têm buscado formas de se proteger contra a falta de pagamento e o descumprimento de contratos. Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em relação aos seguros de Crédito e Garantia no estado, as indenizações pagas nos últimos cinco anos, considerando o primeiro quadrimestre de 2019 e o de 2023, registraram um crescimento de 298%, representando um aumento de quase quatro vezes.
Segundo o estudo, o total pago em indenizações pelos seguros, de janeiro a abril de 2019, foi de R$ 993 mil e, no mesmo intervalo de tempo, em 2023, o montante cresceu para R$ 3,9 milhões. Na comparação de 2023 com 2022, o avanço foi de 131%. Em relação a arrecadação, os dados mostram que no primeiro ano do levantamento, o produto passou de R$ 5,7 milhões para R$ 9,2 milhões, representando um avanço de 61%. Somente no Pará, entre janeiro de 2019 e abril de 2023, a modalidade de seguro de Crédito e Garantia pagou mais de R$ 18,9 milhões em indenizações e registrou mais de R$ 100,9 milhões em arrecadação.
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Os seguros de Crédito e Garantia tem como objetivo reduzir o risco de operações de crédito, garantindo ao credor o ressarcimento dos valores definidos em contrato de seguro em caso de inadimplência. Essa modalidade deve ter o crescimento ainda mais acentuado em território nacional por conta da Resolução BCB Nº 324, publicada pelo Banco Central este mês. Eles podem ser ser contratados tanto para operações realizadas no território nacional quanto para operações financeiras destinadas à exportação.
De acordo com Cristina Salazar, vice-presidente da comissão de crédito e garantia da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), a nova resolução do Banco Central pode tornar o seguro de crédito mais atraente. Ela explica que a regulamentação estabelece diretrizes claras para o cálculo do capital que os bancos devem alocar diante de exposições específicas ao risco. Isso pode resultar em um aumento no estímulo ao seguro de crédito, de acordo com Salazar.
“Apesar da resolução determinar um cálculo padronizado, diferente de modelos adotados em países onde o seguro de crédito é mais desenvolvido e onde há regras mais flexíveis, que permitem aos bancos estabelecer a sua própria modelagem na hora de determinar a parcela dos ativos alocados às diferentes exposições, a resolução abre um caminho para futuras modificações e evoluções das regras atuais", pondera a vice-presidente.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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