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Vendas de tecidos juninos aquecem comércio de Belém com escolas, quadrilhas e impacto da COP 30

Setor têxtil se antecipa ao tradicional calendário junino com reforço de estoques e pessoal; procura por florais, xadrez e tecidos ecológicos movimenta o centro comercial da capital paraense.

Jéssica Nascimentos
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Faltando pouco menos de um mês para o início oficial das festas juninas, o comércio de tecidos em Belém já vive um de seus períodos mais intensos do ano. Lojistas do centro comercial da cidade registram crescimento nas vendas e uma movimentação antecipada de clientes - entre escolas, quadrilhas juninas e consumidores individuais - impulsionada também pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá na capital paraense em novembro deste ano. O setor, que tradicionalmente se aquece entre maio e junho, já está operando em ritmo acelerado desde cedo.

image (Foto: Wagner Santana)

Vendas antecipadas, alta demanda e reforço nas operações marcam o início da temporada junina

Para o comércio de tecidos em Belém, a temporada junina começou mais cedo em 2025. Segundo Regina Fiel, gerente de uma loja no centro da capital, a movimentação intensa começou há cerca de três meses.

“A venda foi bem antecipada este ano. Já estamos vendendo para festas juninas desde março. Acredito que tivemos um aumento de cerca de 20% nas vendas em relação ao ano passado, mesmo que o fluxo de clientes esteja semelhante ao de 2024”, analisa.

A antecipação, segundo os lojistas, se deve à organização das escolas e quadrilhas, que tradicionalmente lideram a demanda. “As fantasias são complexas e o processo de confecção exige tempo. As quadrilhas começam a se preparar no início do ano, e as escolas também, para garantir que tudo esteja pronto em junho”, explica Regina.

image Regina Fiel. (Foto: Wagner Santana)

Essa movimentação levou os lojistas a reforçarem estoques e expandirem as equipes.

“Reforçamos o estoque e contratamos funcionários temporários para dar conta da demanda. São mais de 40 tipos de tecidos juninos disponíveis. Precisamos oferecer variedade e qualidade para se destacar da concorrência”, acrescenta.

COP 30 impulsiona antecipação de compras e sustentabilidade entra na pauta do setor

Outro fator que está influenciando diretamente as vendas deste ano é a realização da COP 30. Segundo Jamyllys Miranda, gerente de outra loja de tecidos no centro da cidade, o evento internacional tem motivado empresas e instituições a se planejarem com antecedência.

“A COP 30 teve um impacto direto. Algumas instituições estão adiantando suas compras para evitar imprevistos no segundo semestre. Desde janeiro estamos nos preparando, com reforço de estoque e treinamento de novos funcionários”, relata Jamyllys.

A preocupação com o meio ambiente também chegou aos tecidos. A loja de Jamyllys passou a oferecer opções ecológicas. “Adotamos tecidos sustentáveis com estampas típicas para atender à demanda ambiental e agregar valor ao produto. Isso tem sido bem aceito pelos consumidores”, pontua.

image Jamyllys Miranda. (Foto: Wagner Santana)

Escolas, quadrilhas e festas particulares puxam o consumo; floral e xadrez lideram preferência

O público consumidor de tecidos juninos é diversificado, mas a maioria das vendas é direcionada a instituições escolares e quadrilhas organizadas. Ainda assim, há espaço para consumidores individuais, como Márcia Leonor, estudante de Mestrado em Línguas Estrangeiras, que veio de Bragança até Belém para fazer suas compras.

“Como minha tia é diretora de escola, costumo ajudar na organização das festas juninas. Entre roupas e decoração, gasto entre R$ 300 e R$ 500 só com tecidos”, revela Márcia. “Prefiro o floral porque lembra a saia de carimbó, mas também uso o xadrez comum. Aqui em Belém, os preços são melhores e a variedade é muito maior do que em Bragança ou Tracuateua.”

image Márcia Leonor. (Foto: Wagner Santana)

Regina Fiel confirma a preferência do mercado: “Os florais com flores pequenas, em poliéster, são os mais procurados, pois servem tanto para decoração quanto para roupas. O algodão, por ser mais confortável, também tem ótima saída. E o xadrez segue como clássico.”

Jamyllys acrescenta que os clientes estão cada vez mais exigentes com a qualidade: “A tricoline 100% algodão e o chitão — chamado por muitos de 'florão' — continuam em alta. E temos uma boa aceitação com os tecidos ecológicos, o que mostra que o consumidor está mais atento à origem e impacto dos produtos.”

Preços se mantêm estáveis apesar da alta na demanda e expectativa é de crescimento expressivo em maio

Apesar da alta na procura, os preços dos tecidos juninos não sofreram reajustes expressivos em 2025. Jamyllys afirma que conseguiu manter os mesmos valores do ano passado: “Nossos preços variam de R$ 7 a R$ 16, dependendo do tipo e da qualidade do tecido. Não repassamos aumento ao consumidor, mesmo com o crescimento da demanda.”

Já Regina aponta uma leve variação: “Os tecidos de poliéster estão na faixa de R$ 7,95, enquanto os mais caros, como os de algodão puro, chegam a R$ 24,90. Alguns produtos subiram um pouco, mas ainda é viável para o consumidor.”

A expectativa para o mês de maio é otimista. “A previsão é de crescimento de 50% a 70% nas vendas em relação a maio de 2024”, diz Jamyllys. Regina compartilha do otimismo: “Ainda não temos um cálculo fechado, mas a tendência é vender mais do que no ano passado.”


 

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