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Consumidores recorrem ao cartão de crédito diante da alta de preços de alimentos

Porém, uso recorrente do cartão de crédito também pode provocar endividamento e inadimplência. Por isso, economistas recomendam alguns cuidados

Beatriz Moura*
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Nos últimos 12 meses, a inflação no grupo Alimentação e Bebidas teve um aumento de 5,54% no Brasil, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a maio, divulgado pelo IBGE. O percentual fica acima do índice geral – que considera todos os grupos medidos pelo IPCA  e ficou em 3,94% no mesmo período. Em Belém, a inflação dos alimentos ficou em 3,32% no período de 12 meses, mas já está em 2,40% no acumulado do ano. Em um cenário como esse de aumento de preços, o uso de cartões de créditos tem se tornado uma alternativa essencial para a realização de compras mensais da população brasileira.

A compra de tais produtos, mesmo com a inflação, juros altos e ajuste de preço, é impulsionada pelo crédito. Com a retomada gradual da economia desde o avanço da vacinação contra a Covid-19, os brasileiros têm estado mais confiantes e comprado mais, explica o economista Raphael Silveira. Porém, ele observa que "a retomada do consumo encontra na inflação elevada o principal desafio ao orçamento das famílias, especialmente as de menor renda, que passam a utilizar o crédito como forma de recompor os rendimentos”.

Para a assessora de gestão Suelen Ferreira, de 34 anos, o alto valor em compras de supermercados tem sido notado em comparação aos meses anteriores, exigindo o maior uso do cartão de crédito para suprir compras básicas. “Percebo que nos primeiros dias úteis do mês os produtos estão mais caros e, em consequência disso, utilizo mais o cartão. São compras que não estavam previstas no orçamento, o que me faz fugir um pouco do controle financeiro”, relatou.

Endividamento X Inadimplência

Um fator que contribui para a confiança do consumidor é a pequena melhoria na economia, bem como o acesso ao crédito. No entanto, devido a fase de recuperação econômica, o uso recorrente do cartão de crédito também pode provocar endividamento e inadimplência.

Conforme apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), publicado em maio deste ano, mostra que o número de cidadãos endividados no Brasil neste ano pode ser uma máxima histórica. Apurado mensalmente desde 2010, os dados revelam que a parcela de famílias com dívidas (em atraso ou não) foi mais alta que abril de 2023, chegando a 78,3%. Em resumo, a cada dez famílias brasileiras, aproximadamente oito estão endividadas. Do total de consumidores endividados, 86,8% têm dívidas no cartão de crédito.

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No Pará, segundo os dados divulgados pelo Serasa em abril de 2023, 39,79% da população estava inadimplente, ocupando o 20° lugar no ranking nacional de inadimplência. “Endividamento significa contrair uma dívida, não em atraso, mas em aberto. Já a inadimplência pode ser considerada um agravante do endividamento, já que representa uma dívida em atraso”, explica Raphael Silveira.

Diante desse aspecto, o economista recomenda o conhecimento do montante de dívidas feitas pelo consumidor, estabelecer um planejamento de plano orçamentário para quitação das dívidas, optar por dívidas com incidência de juros menores, cortar gastos desnecessários e por fim, investir em educação financeira.

Enquanto aos cuidados para garantir a compra segura no segundo semestre e no ano que vem, o especialista tributário Genardo Chaves, recomenda que o consumidor faça compras conscientes, uso de aplicativos e até mesmo compras online. “Antes de sair de casa, faça uma lista do que precisar comprar e evite compras por impulso. Existem aplicativos que ajudam a comparar preços e a encontrar promoções em diferentes estabelecimentos”, completa. Além disso, trocar as marcas de grife ou famosas por similares também é uma ótima opção para assegurar os valores de compras.

(*Beatriz Moura, estagiária sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Panorama)

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