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Sebrae vai capacitar artesãos indígenas Warao refugiados no Pará

Inicialmente, 150 artesãos serão atendidos por equipes técnicas da instituição, em Belém

Thaline Silva
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O Sebrae no Pará e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) firmaram, nesta quarta-feira (18), em Belém, um acordo de cooperação voltado à inclusão produtiva de indígenas refugiados da etnia Warao, oriundos da Venezuela. A iniciativa marca o Dia Mundial dos Refugiados, celebrado em 20 de junho, com ações de capacitação para geração de renda, valorização de saberes tradicionais e fortalecimento da autonomia econômica.

imageSegundo estimativas do ACNUR, aproximadamente 1.300 indígenas Warao vivem no Pará, a maioria está concentrada na região metropolitana de Belém (Divulgação)

Em um primeiro momento, 150 artesãos indígenas serão acompanhados pelas equipes técnicas do Sebrae. Eles já produzem peças com fibras de buriti, mas a proposta é aprimorar o trabalho artesanal com base em seus conhecimentos ancestrais, ampliando o acesso ao mercado e criando novas oportunidades de negócios.

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Capacitação empreendedora e valorização cultural

O diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, destacou que a parceria firmada com o ACNUR representa mais uma ação da instituição em prol do fortalecimento do empreendedorismo, desta vez voltada especificamente ao povo Warao. Segundo ele, o objetivo é fomentar o desenvolvimento de atividades produtivas conduzidas pelos próprios indígenas, com o apoio do ACNUR na curadoria e do Sebrae na oferta de capacitações.

“Hoje temos cerca de 1.300 pessoas desse povo aqui no Pará, sendo cerca de 900 na região metropolitana. Em breve, iniciaremos o trabalho com trilhas de capacitação para 150 artesãos, ou seja, mais de 10% dessa população será atendida, fortalecendo o mercado de trabalho”, afirmou. Rubens acrescentou ainda que o projeto busca garantir dignidade e inclusão para um povo que “não escolheu viver essa situação” e reforçou: “De forma cuidadosa, queremos entregar muita dignidade e mostrar que o povo brasileiro sempre ajuda os que precisam.”

Expectativas da comunidade indígena

De acordo com Gardênia Cooper, representante dos Warao em Belém, o grupo vê na iniciativa uma chance de qualificação e permanência no trabalho artesanal. “Ao todo, somos cerca de 900 indígenas do povo Warao, entre crianças, adolescentes e adultos, vivendo em Belém. Desses, mais de 100 são envolvidos com o artesanato. Nossa expectativa com esse acordo é conquistar capacitação, apoio para financiamento, e continuar o trabalho que já realizamos. Sonhamos com um espaço fixo para nossa produção e comercialização. Queremos inspirar outros indígenas a acreditarem que é possível. Quero, no futuro, poder dizer que consegui ajuda das pessoas e das instituições certas, e é isso que me motiva a seguir em frente.”

Pelo acordo, o Sebrae/PA vai oferecer metodologias e capacitações presenciais ou híbridas, com foco no empreendedorismo e na produção artesanal. O ACNUR será responsável pela mobilização e identificação dos beneficiários da etnia Warao.

“O processo de inclusão social e econômica das pessoas refugiadas não é uma responsabilidade exclusiva do Estado ou de agências humanitárias. Essa é uma oportunidade também para que o setor privado possa contribuir com inovação e impacto social. Então, essa parceria com o Sebrae/PA, representa uma oportunidade estratégica para que refugiados e empreendedores tenham acesso à capacitação, à orientação direcionada e a oportunidades eficazes de geração de renda para que eles possam reconstruir suas vidas aqui no Brasil”, afirmou Janaína Galvão, chefe do escritório do ACNUR em Belém.

Segundo estimativas do ACNUR, aproximadamente 1.300 indígenas Warao vivem no Pará. A maioria está concentrada na região metropolitana de Belém. A iniciativa reforça o compromisso das instituições com a integração de populações vulneráveis e o desenvolvimento sustentável no estado.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

 

 

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