Saiba quando é mais vantajoso consertar o celular ou comprar um novo

Assistência técnica deve ser parceira na hora de decidir sobre o que fazer com o aparelho danificado

Eduardo Laviano

Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, há pelo menos 242 milhões de aparelhos celulares no Brasil, o que já supera o número de televisores e computadores no território nacional. O crescimento expressivo do mercado, impulsionado pelos smartphones, abriu brecha para um tipo de empreendimento relacionado também deslanchar: o de consertos de smartphones. Em Belém, múltiplas lojas com especialidades diversas se espalharam pela cidade, atendendo todos os tipos de celulares e problemas. Muitos antes do mercado parecer proeminente, 11 anos atrás, o empresário Lennon Muniz decidiu investir no ramo. Hoje, 30 pessoas formam a equipe dele, que busca atender clientes desde soluções e consertos até serviços cotidianos e acessórios.

"Percebemos a necessidade e resolvemos escalonar as operações, ser um centro de soluções. As pessoas não conseguem ficar muito tempo sem os aparelhos, então garantimos que 90% dos reparos sejam imediatos e feitos na presença dos usuários. Hoje, os smartphones guardam aplicações financeiras, arquivos pessoais. Então, nada melhor que isso para a credibilidade do estabelecimento", afirma Muniz.

De acordo com o empresário, o serviço mais procurado diariamente é o de troca de baterias, já que são os únicos componentes dos celulares que possuem vida útil estipulada, independente de utilização ou acidentes, já que são projetadas para funcionar bem ao longo de 350 a 400 ciclos de carga integral de 100%.

image O reparo precisa custar no máximo 50% do valor do aparelho (Filipe Bispo / O Liberal)

Depois, o principal reparo na loja de Lennon é de telas ou traseiras de vidro que quebram, esses sim relacionados a danos acidentes. Ele afirma que a decisão de trocar uma tela ou uma traseira é realizada em conjunto com o dono do aparelho e aproveita para dar uma dica: "o reparo, para ter solução objetiva e de bom custo benefícios, precisa custar no máximo 50% do valor do aparelho. Costumamos dizer que se o celular  custa R$ 1.000, vale a pena investir a quantia de R$ 500 para o conserto. A principal dúvida das pessoas é se vale a pena consertar. Mas trocar de celular sem consertar o antigo impede que o usuário faça um backup, uma cópia de segurança com arquivos pessoais e afins. Isso acaba tornando o conserto relevante. Além disso, existe um mercado muito grande e lucrativo para smartphones seminovos", avalia Lennon. 

Cuidados para escolher assistência

Na opinião de Muniz, é importante pesquisar bem antes de buscar uma assistência técnica. Ele lembra que nem sempre o preço mais barato é a melhor opção, e que é importante buscar empresas autorizadas para o serviço, bem como verificar os protocolos de atendimento do local. "Às vezes pegam só teu nome ou sobrenome e isso é errado, inócuo. É imprescindível pegar todos os dados dos donos do aparelho para certificar que ele é o dono. Com o aumento da criminalidade, cresceu muito a procura por reparos de objetos roubados. A seriedade de uma assistência técnica também pode ser medida pelos procedimentos que ela adota", conta. Pedro Nascimento concorda. Ele também comanda uma loja do ramo em Belém e afirma que também considera fundamental que as pessoas que não sejam especialistas em consertos e reparos evitem mexer no aparelho ao notarem algum problema. "Hoje em dia há muitos profissionais que aprenderam no improviso, sem qualificação. Sem contar a internet, onde pesquisam as coisas e saem mexendo sem aquele diagnóstico específico para cada caso. O melhor é sempre ir na assistência", recomenda. 

image Lennon Muniz trabaçha no ramo há 11 anos (Filipe Bispo / O Liberal)

Atenção com a garantia do aparelho

Nascimento relembra ainda da importância de preservar a garantia do telefone no ato da compra. Ele lembra que atualmente além da garantia comum há as garantias que são oferecidas pelas lojas, que podem se estender por até um ano. "Após o vencimento da garantia legal, existe o que chamamos de garantia contratual, que nada mais é do que uma espécie de seguro para o aparelho. Às vezes oferecem na hora ali de passar no caixa e não dão muitos detalhes, mas quem quer investir nessa segurança a mais precisa ler muito minunciosamente o contrato. Tem que perguntar tudo", aconselha ele, ao lembrar que o recurso pode ser usado tanto nos defeitos aparentes quanto em problemas operacionais "ocultos".

A advogada Beatriz Santos, que sempre foi extremamente cuidadosa com os telefones que já teve, passou pela primeira vez por uma experiência de ver o celular cair e sentir aquela ansiedade de olhar devagar para o chão e pegar o objeto com calma para analisar se houve algum dano. Ela estava viajando quando precisou fazer o reparo. "Procurei por uma assistência autorizada na internet e fui no mesmo dia. Teve uma quebra na traseira e na borda. O conserto deixou novo em folha. Acho que vale muito a pena porque os celulares estão cada vez mais caros. Você comprar um novo é um investimento muito grande nessa situação que o Brasil vive", diz. 

O que fazer:

Caso tenha problemas com seu aparelho celular, seja relacionado à garantia ou a outras falhas, veja o que fazer para solucioná-los:

 - O primeiro passo é procurar o fornecedor (lojista, fabricante ou operadora) para comunicar o problema. Leve o aparelho, os demais itens que foram adquiridos (carregador, etc.) e a cópia do comprovante de venda (nota fiscal, recibo, etc.).

- Caso a empresa se negue a resolver o problema, solicite um documento informando a recusa; caso isso também seja negado, anote o nome da pessoa que o atendeu, dia, hora e o endereço do local.
 - Essas informações são importantes para o próximo passo: vá ao Procon mais próximo. O órgão poderá notificar a empresa e exigir a resolução do problema.

- Se ainda assim não conseguir solucionar o caso, recorra à Justiça, através do Juizado Especial Cível (JEC) que atende causas cujo valor não ultrapassa 40 salários mínimos. Se não passar de 20 salários mínimos, o consumidor não precisa de um advogado para entrar com a ação, pode fazer sozinho. 

Fonte: Idec (Instituto de Defesa do Consumidor)

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