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Trabalhadores que se caracterizam como personagens de Natal garantem renda extra no final do ano

O mercado que envolve a data já está ficando aquecido e muitos profissionais encontram boas oportunidades

Elisa Vaz / O Liberal

A pouco mais de um mês para o Natal, o mercado que envolve a data já está ficando aquecido e muitos profissionais encontram boas oportunidades de geração de renda no período natalino. É o caso das pessoas que se caracterizam de Papai e Mamãe Noel, duendes, gnomos e muitos outros personagens que envolvem a celebração, na área de eventos.

Professor e artista, Rodrigo da Silva Pimentel, de 35 anos, é o Papai Noel do Parque Shopping, Belém, onde atua animando as crianças que passam pelo local. Este é o segundo ano que ele atua em shopping, mas já está na área como Papai Noel há mais de uma década. Ele começou a desenvolver esse papel quando foi convidado a participar de um estande do Grupo Liberal no Grêmio Literário Português, na Vila Encantada, em 2010. “Foi meu primeiro ano, super divertido, uma ação incrível. E assim eu comecei a trabalhar”, lembra.

image Nesse época, pessoas se caracterizam de Papai Noel, ajudantes de Papai Noel, duendes, gnomos e muitos outros personagens (Sidney Oliveira)

Após isso, Rodrigo passou a incorporar o personagem em casas, lojas e eventos particulares, quando era contratado. Ele conta que, normalmente, esta é uma boa área de atuação. Por ser uma data específica muito comemorativa, o Natal rende um bom dinheiro para quem quer começar o ano com tranquilidade financeira, segundo ele.

No ano passado, com a pandemia da covid-19, Rodrigo afirma que muitas pessoas que trabalham na área de eventos, principalmente em dezembro, quando há aumento no caixa, ficaram sem trabalho por conta das poucas oportunidades que foram oferecidas. “Como as pessoas estavam com receio de sair de casa, as lojas preferiram não fazer esse investimento, que é alto, por medo das pessoas não aparecerem nos shoppings. Passamos o ano todo aguardando essa data, com a esperança de que a pandemia estivesse mais amena, mas não tivemos uma resposta do mercado”.

Já neste ano, com o avanço da vacinação, as oportunidades de trabalho cresceram – ainda não como era antes da pandemia, mas já existe demanda em casas, condomínios, lojas e nos shoppings. Rodrigo acredita, inclusive, que o mercado será promissor até a chegada da data, por conta dessa demanda reprimida do ano passado. Com isso, os trabalhadores conseguirão “respirar melhor”.

O Papai Noel de Rodrigo começa a ganhar vida ainda em outubro. Passado o Dia das Crianças e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, ambos na primeira quinzena do mês, as atividades já começam. É quando ele abre a agenda e começa a negociar e fechar contratos com os produtores de eventos. O que não faltam, de acordo com ele, são vagas para todos que têm interesse em atuar com o Natal. “Tem vagas para muitas pessoas, que fazem outros personagens que compõem também o elenco natalino, além do Papai Noel, que temos três em shoppings diferentes. Então surgem vagas para todos”, garante.

Fora do período de Natal, o artista continua atuando com os eventos, em uma empresa que envolve entretenimento, com festas e datas comemorativas. Rodrigo atua em aniversários, casamentos, festas de 15 anos, formaturas e festas infantis, envolvendo animações e outros personagens.

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Outro profissional que encontra oportunidades no mercado natalino é o funcionário público Nivaldo Corrêa Viégas, de 35 anos. Há mais de duas décadas ele atua em uma “bandinha”, também chamada de charanga ou fanfarra, que nasceu em 30 de janeiro de 1995, no bairro do Guamá, em Belém, e tem como objetivo animar festas, confraternizações e eventos em geral, levando ao público alegria e entretenimento.

Nivaldo vem de uma família de músicos e sempre foi íntimo da cultura. Em épocas festivas, unia os filhos e outros familiares para montar uma bandinha e animar a família e amigos com músicas festivas, seja no Natal, Carnaval, procissão ou outro gênero, o que acabou virando um nicho de trabalho. Embora o foco da “Los Viégas” seja o Carnaval, época em que o grupo nasceu, a cada mês os integrantes se reinventam à espera dos eventos: o Natal é um deles. “Tocamos de tudo um pouco, seja quadra junina, procissão de Nazaré, 7 de setembro, Natal, Réveillon ou outro dia. O trabalho é ao gosto do cliente, estamos prontos para fazer a festa, o que não podemos é perder contrato”, comenta Nivaldo.

Os meses de novembro e dezembro são muito aguardados dentro do calendário de trabalho da bandinha, segundo o fundador, porque há mais procura pela atuação do grupo. Por isso, eles procuram se atualizar no que têm de melhor, com repertório natalino, roupa característica de Natal e outros ornamentos, tudo para melhor agradar o público e o contratante, para que não faltem outros trabalhos.

Para eles, a época de Natal começa em novembro e vai até o dia 24 de dezembro. A bandinha procura sempre estar preparada, no mínimo um mês antes, para os eventos. “Como se repete há mais de 26 anos, com o aquecimento do mercado natalino, aumenta essa busca por músicos para tocar em shoppings, escolas, confraternizações e festas familiares que querem sempre animar seus eventos”, diz.

No ano passado, com a pandemia da covid-19, a “Los Viégas” passou por um período difícil. Como a bandinha trabalha com o público e acabou ficando sem ele, também não existiu mercado para atuar. Nivaldo conta que a equipe precisou “se virar nos 30”. Agora, a situação tem melhorado, embora não esteja nos mesmos patamares pré-pandêmicos. Um dos desafios é quanto à remuneração, que ainda não agrada muito quem trabalha com esse tipo de grupo.

“Avalio o mercado como muito promissor, pois a área não é tão explorada atualmente, somente os interiores têm bandinhas. Belém tem poucas equipes que atuam nessa área, ou seja, é um mercado ainda pouco explorado e, com isso, não tão bem remunerado. Mas teve uma crescente procura por bandinha para animar festas e confraternizações ao logo desse período crítico de pós pandemia". A expectativa de Nivaldo é de que o mercado esteja recuperado em 2022.

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