Região Norte contraria tendência nacional e tem excepcional aumento no número de vendas de imóveis

Enquanto a média nacional de 2023 ficou em 1,7%, a região Norte apresentou alta de 38,1% nas vendas no mesmo período

Igor Wilson

Um estudo apresentado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na última segunda-feira (26) indicou uma queda nos números de lançamentos e de vendas de imóveis no Brasil em 2023, em comparação com 2022. Segundo os dados divulgados, o número de novas unidades residenciais lançadas diminuiu em 11,4%, com 293.013 unidades entrando no mercado no ano passado, em comparação com as 331.010 unidades lançadas em 2022. As vendas foram ligeiramente inferiores, ficando 1,4% abaixo do mesmo período de 2022.

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Região Norte segue tendência nacional, mas registra aumento muito superior nas vendas

Na região Norte, a tendência de queda no número de unidades lançadas foi acompanhada, registrando uma redução significativa de 35,5% no último trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, com 2.028 unidades lançadas contra 3.145 anteriormente. No entanto, o aumento no número de unidades vendidas no mesmo período foi notavelmente superior a média nacional de 1,7%, com uma alta de 38,1%, totalizando 2.285 unidades vendidas no 4º trimestre de 2023, em comparação com as 1.655 unidades vendidas no mesmo período de 2022.

De dezembro de 2020 até dezembro de 2023, foram lançadas na região Norte um total de 9.051 unidades, enquanto o número de unidades vendidas nesse período foi de 8.834.

“A região Norte, em especial o Pará, vem nessa tendência superior a média nacional, pois o estado vem tendo destaque nacional e político, o que movimenta os holofotes dos investidores. Diante de tantos eventos nacionais e internacionais movimentando o estado, é esperado que o mercado fique aquecido. Grandes obras, puxam grandes investimentos e empreendimentos. É tempo de aproveitar o momento e pensar nos legados”, diz Marlene Felippe, presidente do CRECI-PA.

“Podemos atribuir esse comportamento diferenciado existente por três razões: demanda regional, pois a região Norte tem uma demanda específica por imóveis que não foi afetada pelas mesmas condições econômicas ou sociais que impactaram outras áreas do país; investimentos e infraestrutura que possibilitaram o desenvolvimento urbano ou programas habitacionais que impulsionaram o mercado imobiliário na região, contrabalançando a tendência nacional; e setores econômicos, pois a economia da região Norte está ligada a setores que não foram tão afetados pela crise e que apresentaram crescimento, como agronegócio, mineração e o turismo”, diz Genardo Chaves de Oliveira, especialista no Mercado Imobiliário paraense.

Números nacionais e projeções para 2024

A análise nacional revela que o 4º trimestre de 2023 apresentou uma queda de 10,9% nos lançamentos em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, há indícios de uma retomada de crescimento, com um aumento de 20,7% em comparação com o trimestre anterior.

Para o ano de 2024, a CBIC projeta estabilidade nos lançamentos, considerando fatores como a continuidade da queda dos juros, maior solidez do governo e da política econômica, além do andamento do programa Minha Casa, Minha Vida.

Apesar das variações menores nas vendas no 4º trimestre de 2023, com uma queda de 3,2% em relação ao trimestre anterior e um aumento de apenas 1,7% em comparação com o mesmo período de 2022, o mercado segue forte e aderente, demonstrando demanda para os imóveis lançados.

O estoque de imóveis registrou uma queda significativa de 11% em 2023 em relação ao ano anterior, indicando um mercado aquecido e uma oferta que se esgota rapidamente. Com os avanços no programa Minha Casa, Minha Vida, houve um aumento nos lançamentos e nas vendas, representando uma resposta positiva do mercado.

Em relação à valorização patrimonial, o índice de preço dos imóveis registrou uma valorização de 2,9% no último trimestre de 2023, indicando uma tendência de crescimento no setor.

A projeção da CBIC para o mercado imobiliário em 2024 é de um crescimento entre 5% a 10% no programa Minha Casa, Minha Vida e de 0% a 5% para os demais mercados, refletindo uma expectativa positiva para o setor.

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