'Quintais' se transformam em bares e restaurantes durante a pandemia
Na transição de 2020 para 2021, o mercado abriu caminho a novos projetos comerciais

O que em 2020 foi uma necessidade e fez parte das medidas estabelecidas pelas autoridades sanitárias por conta da covid-19, direcionadas a empreendimentos como bares e restaurantes, tornou-se uma tendência de mercado. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra, em números, uma realidade de como o mercado se comportou na transição de 2020 para 2021 e abriu caminho a novos projetos comerciais já bem patenteados no sul e sudeste brasileiro, mas despontando como novidade por aqui.
O Sebrae aponta que a pandemia mudou o comportamento de 5 milhões de pequenas empresas em todo o País, o que equivale ao universo de 31% desse total de pequenos negócios em território nacional. Para se ter uma ideia sobre o baque provocado pelo coronavírus, 10 milhões de pequenos e microeemprendimentos tiveram que interromper as atividades temporariamente.
Limitações por conta das medidas restritivas, dificuldade de manter as contas em dia e até mesmo o fechamento de empresas, com demissões em consequência, têm acompanhado a realidade de empresários, sejam eles grandes, médios, pequenos ou micros. No entanto, uma luz se abriu em meio à dificuldade dentro daquela máxima “enquanto uns choram, outros vendem lenços”. E assim foi para Ronaldo Sanches, 29, e dois sócios que empreenderam, justamente na "guerra" do primeiro ano da pandemia da covid-19 e praticamente seis meses após o registro do primeiro caso no estado Pará. Eles criaram o Quintal 500. O projeto que já estava em curso, teve que se mantido mesmo com as oscilações por conta das medidas de restrição do comércio.
“Estávamos no ano de pico da pandemia, bares e casas fechando por conta do cenário, das restrições e não tivemos outra saída, tivemos que nos adequar”, diz o empresário, que teve que manter o espaço aberto de acordo com as restrições das autoridades sanitárias. Passado a tensão dos meses de confinamento e o retorno gradual à normalidade devido à flexibilização, mas sem esquecer das medidas de segurança, chega-se a um novo modelo de empreendimento, estimulado pela simplicidade e funcionalidade, talvez ajudado também pelo slow living (vida lenta em tradução livre), estilo de vida que se intensificou com as fases de quarentena vividas recentemente.
Sob esse nosso conceito e adicionado a um novo modelo interação social, na atmosfera dos bares, restaurantes e comércios similares, por conta do distanciamento, o Quintal 500 aderiu à concepção que, de alguma forma, já vistas em outros centros como São Paulo, grande Vitória (ES), a exemplo do paulistano Quintal do Espeto, e o d’Bem, localizado na região capixaba da Pedra Azul. Mas se nos grandes centros encontramos bares e cozinhas em terraços, em Belém grandes garagens são transformadas em espaços minimalistas comercialmente, caso do Quintal 500.
“É essa proposta, queremos possibilitar: uma experiência nova a partir da simplicidade. Aqui temos um corredor, banheiro e o bar. E nessa simplicidade queremos marcar a cabeça dos clientes, que se sintam em casa”, defende Sanches. De fato, no canal do Instagram da casa é possível conferir fotos com os clientes usando chinelos, bermuda e com as pernas esticadas, num clima de relaxamento.
A mudança de postura diante de um novo cenário dos negócios, onde o contexto da pandemia foi determinante para o crescimento de alguns, a recuada de outros, mas o “fim de linha” no empreendimento de muita gente. O gerente de Projetos Estratégicos do Sebrae no Pará, Antônio Romero, revela que “o Sebrae tem trabalhado com pesquisas para identificar quais ações e atitudes os empreendedores têm aplicado nas empresas, a fim de garantir a rotina de vendas”. Controle de custos, redução de preços e a realização de promoções e a mudança no formato de atendimento são algumas alternativas para encarar o “contexto pandêmico”, segundo o Sebrae.
Outros espaços que ganham ares similares à casa da gente ou do menos é mais são os empreendimentos Quintais da Martini e da Rizzo. O primeiro pode ser conferido na Senador Lemos, sendo um espaço instalado aos fundos de uma barbearia com opção de áreas aberta e coberta, regado drinks, vinhos e cerveja acompanhados de pizza. No Martini, o cliente contempla um ambiente com vegetação, chão com pedras de seixo e muro com tijolos à vista. Já foto do topo da página do Facebook, o Quintal da Rizzo demonstra realmente um ambiente com cara de quintal. Localizado em Batista Campos, o restaurante mantém uma culinária caseira e oferece atrações musicais.
O que em 2020 foi uma necessidade e fez parte das medidas estabelecidas pelas autoridades sanitárias por conta da covid-19, direcionadas a empreendimentos como bares e restaurantes, tornou-se uma tendência de mercado. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra, em números, uma realidade de como o mercado se comportou na transição de 2020 para 2021 e abriu caminho a novos projetos comerciais.
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