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Projeto investe no cidadão por meio da leitura

Construindo uma Cidade de Leitores reúne a comunidade em torno da cultura no bairro do Guamá

Elisa Vaz
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O incentivo à leitura ainda é um desafio no Brasil. Com um sistema de educação básica precário, quem não tem poder aquisitivo dificilmente tem acesso a livros de qualidade, e precisa recorrer aos projetos sociais. Um deles é o Construindo uma Cidade de Leitores, espaço cultural localizado no bairro do Guamá, em Belém, que tem o objetivo de melhorar a educação de crianças, jovens e adultos por meio da leitura, e funciona como uma biblioteca comunitária, em que pessoas de todos os bairros podem emprestar livros ou até ficar com eles, de maneira gratuita.

Professor de história, o coordenador do projeto, Raimundo Oliveira, acredita que a educação vai muito além da leitura, mas que ela é essencial no processo de construção de conhecimentos e de empoderamento social. “Existe a pobreza material e a intelectual, uma está ligada à outra. Quem não lê tem a pobreza intelectual, e apenas por meio da superação dessa condição a população consegue superar a pobreza de maneira geral. Então o projeto é um lugar de resistência nos dois sentidos, e é um desafio dentro de territórios diretamente ligados à pobreza, que são as periferias da cidade”, disse.

Ao longo dos 42 anos de existência do espaço, muita coisa já mudou. O professor lembra que, no início, os livros eram mais técnicos, já que a população não tinha assistência do governo no sentido de receber livros gratuitos. Quando isso passou a ocorrer, o projeto buscou aprofundar esses temas e oferecer uma variação de leituras. “Dentro do Guamá temos a Universidade Federal do Pará (UFPA), que tem uma grande biblioteca central, mas lá os livros são mais técnicos. Se você andar mais pela capital tem o Centur, que amplia bem mais os conhecimentos, mas é longe da periferia. Para quem não tem o que comer, como ir até lá para ler? Nossa ideia é dar acesso ao livro e ampliar os conhecimentos com qualidade, dentro do nosso bairro”, explicou Raimundo.

No total, são cerca de 60 pessoas ajudando direta e indiretamente o projeto, por meio de apoio, doações e organizações. Já o público reúne, aproximadamente, mil pessoas por mês na biblioteca. Durante o período de isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, quando o espaço ficou fechado, os livros foram entregues pela equipe aos cidadãos interessados, junto com cestas básicas. O grupo também pensa em articulações para que mais pessoas tenham acesso ao serviço na capital, e uma delas é o diálogo com escolas, para trabalhar a leitura de maneira sintonizada com os alunos. Outra forma é dialogando com os governos estadual e municipal, para que existam leis que promovam a leitura. “Afastar as pessoas do que pode mudar a vida delas, que são os livros, também é uma violência contra o nosso povo. A leitura é o exercício da mente, se a inteligência não é exercitada não se desenvolve, e os livros são a transformação social”, pontuou.

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