Preço do pescado segue em queda em Belém; filhote e dourada chegam a ser 50% mais baratos

Filhote e dourada apresentam maiores retrações nos preços em 2021

Eduardo Laviano
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A maioria dos pescados teve queda nos preços na Grande Belém no último mês de setembro, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese) nesta segunda-feira (18). Apesar disso ao longo do ano de 2021 o que se registrou foram aumentos, com alguns reajustes ultrapassando a inflação registrada no período. 

Em setembro de 2021, entre os pescados que são comercializados inteiros nos supermercados da capital paraense, a maior queda no preço foi verificada no quilo do tambaqui com, recuo de 11,57%, seguida da queda no preço do quilo filhote, de 11,13% e da dourada, 9,16%. No mesmo mês, algumas espécies tiveram altas nos preços: de 10,24% no caso da pescada branca e de 8,31% no caso da pescada amarela. 

A pesquisa do Dieese apurou também os pescados que são vendidos em pedaços, conhecidos como postas, nos supermercados da Grande Belém. Sob este filtro, a maior queda foi verificada no preço médio do quilo da dourada, com recuo de 12,49%. Ela foi sucedida pelo filhote, 12,31% mais barato em setembro. Na outra ponta, o quilo da posta de pescada amarela apresentou alta de 10,44%.

Já os pescados comercializados de forma filétada a maior queda foi verificada no preço médio do quilo de filé de Dourada, 13,94% em relação a agosto. Em segundo lugar apareceu o filé do filhote, com o quilo 11,74% mais barato. Já o preço do quilo do filé de pescada amarela apresentou alta de 10,44%. 

image Silas acredita que síndrome de Haff desaqueceu vendas e, por tabela, derrubou os preços (Igor Mota/O Liberal)

A realidade é similar nas feiras de Belém. No mercado de peixe do complexo do Ver-O-Peso, as quedas nos preços já chegaram a 50% segundo alguns vendedores quando o assunto é filhote, dourada e xaréu. Silas Silva Barros vende pescados a 30 anos e relaciona a queda nos preços com os casos de síndrome de Haff, popularmente chamada de doença da urina preta, que foram registrados no Pará. 

No ponto de venda dele, o filhote que já chegou a custa quarenta reais hoje custa 20. A dourada caiu de vinte e sete para dezessete reais e o xaréu de treze para sete.

"É um peixe que não vende, a população sumiu do mercado. A gente está sofrendo com essa decadência de freguês aqui. É o natural que os peixes abaixem mesmo com essa procura. O filhote caiu o preço pela metade e vende super pouco. Todo mundo está um pouco com esse trauma da doença", ele lamenta. 

Lúcia Helena Mata consome peixes com frequência, em casa e em restaurantes. Ela afirma que o momento é bom principalmente para quem gosta de filhote e que não se sente intimidada pela doença.

"Eu sinceramente já não comia tambaqui antes e nem os outros da lista que saiu. Então esses casos da doença não afetaram meu cotidiano, minha alimentação. Filhote é bom demais e agora está barato, excelente para comprar e fazer em casa. Eu compro em supermercado mas na feira é até mais barato. Não abro mão", diz. 

Ao longo do ano, o Dieese analisa que a maioria dos pescados apresentou reajustes "expressivos e muito acima da inflação", de 10,78% nos últimos 12 meses. A pescada de gó, por exemplo, triplicou a inflação, com uma alta de 34,15%. A pescada amarelo repetiu o feito com 33,55% e o quilo do filhote bateu na trave, com 28,95% de aumento no preço do quilo. Outras altas de destaque foram a do tambaqui (23,73%), dourada (22,62%), pescada branca (22,24%) e gurijuba (19,03%). Já a pescada amarela em postas apresentou um aumento de 41,93%, enquanto o filé de filhote demonstrou reajuste de 31,01% no mesmo período. 

O preço do pescado inteiro em 2021

Maiores quedas 

Dourada -20,41%

Tambaqui -4,76%

Filhote -4,81% (inteiro) e -17,07% (em postas)

Maiores altas

Pescada Gó +24,45%

Pescada Branca +6,48%

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