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Por conta da guerra na Ucrânia, abertura do mercado financeiro gera apreensão após carnaval

Ações da Petrobras e da Vale devem ganhar valor de mercado, apontam especialistas

O Liberal

Todas as atenções estão voltadas para a abertura dos mercados financeiros no Brasil. Por causa do feriado de carnaval, nem a Bolsa de Valores de São Paulo nem o câmbio refletiram os últimos dias da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e, sobretudo, as pesadas sanções econômicas impostas pelo Ocidente ao país de Vladimir Putin.

No exterior, os investidores estão movidos pelo pessimismo. No Brasil, as opiniões sobre os rumos das negociações estão divididas, segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta quarta-feira (2) de cinzas. Analistas acreditam que é possível que algumas ações tenham algum ganho, como as de empresas exportadoras de commodities, por conta do fluxo de estrangeiros procurando esse tipo de papel, que está barato em dólares no Brasil.

Contudo, reconhecem que esse movimento não deve ser prolongado, devido ao aumento das tensões no exterior e da expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos — que fazem o capital buscar ativos em mercados mais seguros do que os emergentes.

Nesse cenário, a expectativa é de que ações de empresas como Petrobras e Vale se valorizem hoje, seguindo a tendência vista nos American Depositary Receipts (ADRs) dessas companhias em Nova York ontem.

"A alta das commodities afeta o bolso do mundo, infelizmente, mas acho que Vale e Petrobras serão momentaneamente beneficiadas", afirmou Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama.

Mas é preciso cautela, sobretudo entre os pequenos investidores, pois não é o momento de aplicar na Bolsa, que deverá oscilar muito não apenas nesta semana, mas ao longo do ano, devido às incertezas das eleições no Brasil e aos movimentos internacionais.

"Há muita incerteza e o mercado de ações tende a ficar volátil em ano de eleição e, com a guerra, não é um investimento recomendável neste momento. O risco é muito alto", afirmou o consultor Roberto Luis Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Dólar muda de rota

Em Nova York, o Índice Dow Jones fechou, ontem, com queda de 1,765% e a bolsa tecnológica Nasdaq recuou 1,59%. O EWZ, índice de ações brasileiras em Wall Street, andou de lado e encerrou com variação positiva de 0,03%. Na Europa, os mercados também fecharam no vermelho. Londres, por exemplo, recuou 0,42%, com as ações da British Petroleum tombando quase 4% após a companhia anunciar que sairá da participação de 20% na petrolífera russa Rosneft. A Bolsa de Moscou ficou fechada pelo segundo dia seguido, enquanto o rublo chegou a valer um centavo de dólar.

No Brasil, analistas reconhecem que será difícil para o dólar voltar a ficar abaixo de R$ 5, não apenas por conta do aumento das incertezas trazidas pela guerra na Ucrânia e pelas sanções econômicas à Rússia, mas também por conta das eleições, da desconfiança na política fiscal do governo Jair Bolsonaro (PL) e das tentativas de redução de impostos em meio a um ambiente ainda muito incerto para a atividade econômica.

Apesar de o Banco Central ter sinalizado que poderá usar parte das reservas internacionais para conter a alta em caso de extrema tensão no câmbio, analistas acreditam que a alta dos preços das commodities e o fluxo de capital estrangeiro ao país podem ajudar o BC a evitar uma forte desvalorização do real frente à divisa norte-americana.

Conforme dados do Banco Central, no último dia 24, as reservas internacionais do Brasil somavam US$ 357,7 bilhões, dado US$ 4,5 bilhões abaixo dos US$ 362,2 bilhões registrados no último dia de 2021. 

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