População idosa representa 15,4% dos inadimplentes no Pará; veja como se livrar das dívidas

Golpes virtuais e a necessidade de ajudar a família no pagamento de despesas podem ser motivos que levam a esse percentual

Elisa Vaz

Mais de 2,5 milhões de pessoas estavam inadimplentes no Pará em abril, segundo o Mapa de Inadimplência e Negociações da Serasa, dos quais 15,4% têm mais de 60 anos de idade. Em todo o país, o mês de abril registrou 71,4 milhões de brasileiros inadimplentes, um crescimento de 732 mil novas pessoas em relação ao mês anterior. Do total, 17,7% eram consumidores acima de 60 anos.

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O presidente do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP), Pablo Damasceno, explica que existem algumas explicações lógicas para terceira idade cair na inadimplência, como golpes virtuais e a necessidade, de modo geral, de ajudar a família no pagamento de despesas. “É importante que o idoso se imponha para que os mais jovens da unidade familiar assumam suas dívidas”, declara.

Pagamento

Cerca de R$ 1,2 bilhão serão injetados na economia paraense por meio do pagamento do décimo terceiro salário de forma antecipada aos beneficiários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), como aposentados. Com essa transferência, é importante que a pessoa acima de 60 anos se concentre em quitar suas dívidas.

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“O pagamento de dívidas com o décimo terceiro é interessante”, ressalta o presidente do Corecon. Outra possibilidade é usar o valor de restituição do primeiro lote do Imposto de Renda, se a pessoa tiver direito. O aposentado Raimundo Nonato das Mercês da Silva, de 69 anos, acredita que o endividamento seja um problema de ao menos 80% dos aposentados, inclusive ele, por isso pretende usar valores extras para pagar as contas.

“O décimo terceiro só vem para pagar as contas, no meu caso está tudo em dia, porque não gosto de atrasar, a gente fica mal visto, com o score baixo e as coisas se complicam. Mas vou usar para pagar a prestação em uma loja e daqui a pouco vou precisar de uma televisão, já vou parcelar de novo. Esse recurso ajuda muito, com certeza”, avalia. O único problema, segundo ele, é que depois o dinheiro faz falta em dezembro, na hora de comprar uma roupa nova ou dar presentes. “É o lado ruim de antecipar”, diz.

Em geral, Raimundo é organizado com suas despesas, mas conta que, às vezes, se “aperreia”. Nos últimos dias, por exemplo, emprestou mil reais para o filho, mas acha que não vai ver o dinheiro de volta. “Ele não tem responsabilidade de pagar o plano, dia desses emprestei mil reais, acho que não vai me pagar”, ressalta.

Negociação

Uma ferramenta interessante para solucionar essa dificuldade relacionada à inadimplência é a negociação de dívidas junto aos entes e instituições. Na avaliação de Damasceno, trata-se de “uma excelente oportunidade de resolução desse problema”.

A própria plataforma Serasa Limpa Nome, por exemplo, oferece a negociação de mais de 15 milhões de dívidas junto a 500 empresas parceiras de segmentos como bancos, varejo, telefonia, água, luz e gás, entre outros. As ofertas podem chegar a 99% de desconto, com condições de parcelamento estendido para mais de 25 milhões de brasileiros nesta faixa etária.

Pablo Damasceno ainda defende uma alternativa para quem está inadimplente: trocar a ‘dívida cara por uma dívida mais barata’, como, por exemplo, o consignado. “Também é viável em alguns casos, e aí aplicar esse recurso em investimentos. Com o dinheiro em mãos, após um reequilíbrio financeiro, é importante focar no planejamento, mesmo que no curto e médio prazo, como a realização de sonhos como lazer, viagens e aquisição de bens, ou seja, curtir a melhor idade da melhor forma possível”, indica o economista.

Como sair da inadimplência na terceira idade

  • Se posicione para que os membros mais novos da famílias paguem suas contas
  • Negocie suas dívidas, tentando conseguir descontos e parcelamentos
  • Troque de dívida, priorizando as que têm juros mais baixos, diferente do cartão de crédito
  • Use recursos extras para quitar dívidas, como 13º salário e restituição do imposto de renda
  • Organize o orçamento de forma que consiga investir parte dos recursos a fim de ter uma rentabilidade
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Economia
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