Pesca do mapará recomeça após quatro meses no período de defeso, em Cametá

O governador Helder Barbalho estará no evento que marca a abertura da atividade pesqueira

Abílio Dantas
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A abertura da pesca do mapará, principal espécie de peixe e símbolo cultural da região Baixo Tocantins, ocorre nesta terça-feira (1), em dez localidades do município de Cametá. O maior evento será realizado na comunidade de Pindobal-Miri, como já é feito tradicionalmente, com a presença do governador Helder Barbalho, no entanto, o rito de recomeço da atividade pesqueira também tem destaque em localidades como Jaracuera, Jacaré Xingu e Juruaté. Em 2021, apenas no dia de abertura, mais de 10 toneladas de mapará foram capturadas pelos pescadores.

O período do defeso do mapará vai de dezembro a fevereiro, e deve ser respeitado todos os anos para que a reprodução do peixe seja garantida, assim como o sustento dos 42 mil pescadores de Cametá que possuem atualmente o Registro Geral de Pesca (RGP), segundo explica o pedagogo e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) José Domingos. “Se não fosse a organização coletiva dos pescadores, que estabeleceu a importância de respeitar o período de defeso, provavelmente o Mapará já teria sido extinto. A fiscalização deve ser feita pelo Estado, mas, como eu digo na minha tese de doutorado, a capacidade organizativa da população é fundamental para a sobrevivência da atividade, que não só garante a principal alimentação da região como é, também, um símbolo cultural para os habitantes de Cametá e suas instituições”, explica.

Apenas na abertura da pesca, cerca de três mil pescadores costumam participar do evento. “Já virou um momento tradicional, que começou a ficar mais conhecido principalmente a partir dos anos 2000, mas existe desde os anos 80. Atualmente, autoridades como o governador marcam presença porque sabem a importância do mapará para a região. Quando a pesca começa, a gente costuma dizer que toda a cidade fica cheirando a mapará”, completa o professor.

O ritual inicia, em Pindobal-Miri, quando dezenas de embarcações navegam pelo rio Tocantins até a comunidade. No local, primeiro os pescadores observam a movimentação do rio e principalmente de botos, que indicam onde estão os cardumes do peixe. Logo em seguida, os maparás são pescados.

O pescador Milton Leão, morador de Cametá, afirma que a expectativa da comunidade é sempre de que o novo período seja bom para todos. “A esperança é de que a nossa pesca seja produtiva. Se Deus quiser, vai dar tudo certo, e vamos ter bastante mapará para abastecer o mercado”, declara.

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