Pato, um dos principais ingredientes do almoço do Círio, tem aumento de preço em Belém
Uma tradição que une experiência gastronômica e aquece a economia

Uma das tradições do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, o almoço em família vai ficar mais caro esse ano. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (DIEESE-PA), o pato, um dos principais produtos da mesa do paraense nas festividades, está sendo vendido com aumento no preço.
Os pesquisadores foram às feiras livres, mercados municipais e supermercados da capital, onde constataram o aumento do preço do produto. O estudo também mostrou que a grande maioria dos produtos fazem parte do tradicional almoço deste Círio está mais cara em comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto a inflação dos últimos 12 meses está girando em torno de 5,10%, a grande maioria destes produtos já apresenta reajustes bem maiores, alcançado mais de 10%.
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O pato vivo comercializado basicamente nas feiras ainda é encontrado em pequenas quantidades, segundo o levantamento a ave pesando entre 2,5 Kg a 3,00 Kg está sendo comercializada com preços que podem chegar até R$200,00 cada.
A menos de um mês para o início das festividades do Círio, o vendedor Marcelo Vianei de Almeida Carvalho conta que a procura ainda está muito baixa em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, ele mostra otimismo com as vendas e acredita que a procura deve se intensificar quando estiver mais próximo do evento.
“O custo da cesta básica aumentou, então as pessoas estão segurando um pouco. Mas acredito que vão deixar para última hora, mesmo com a baixa procura vamos tentar manter o preço, queremos que todo mundo tenha o produto pro almoço. O pato no tucupi não pode faltar na mesa, tem que ter.”
Ele conta que ano passado estava vendendo o pato em média a R$60,00 e agora o produto está saindo a R$70,00 o kg. Marcelo explica que não consegue segurar os preços e tem repassado aos clientes com a justificativa que a cesta básica e o gás de cozinha impactam na formulação do preço final. Na hora da compra, os clientes têm preferência pelo pato já congelado, vendidos em diferentes tamanhos.
Para o supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa, o aumento no preço do pato está muito relacionado à produção caseira, muitas vezes de pequenos produtores. O gasto com ração e o custo de transporte deixa a margem de lucro apertada, refletindo no preço final aos consumidores.
“Estamos falando de criadores que a depender da quantidade de patos e custo de disponibilidade para deslocamento até as feiras deixa essa margem de lucro muito apertada. Essa ave tradicionalmente comercializada nas feiras costuma ter essa elevação de preço.”
Para tentar economizar, algumas pessoas acabam trocando o pato pelo frango. Segundo o Dieese-PA, o kg do frango comercializado nos supermercados de Belém, foi encontrado com preços variando entre R$9,59 a R$14,90 e o kg do frango vivo, comercializado em feiras livres foi encontrado com preços que podem chegar a mais de R$13,00.
“Entregar preços mais equilibrados é um desafio. Dificilmente iremos apontar queda de um ano para outro, já que os custos tendem a se elevar, seja de forma natural ou por fatores conjunturais, como por exemplo a condição climática que está impactando a produção de alimentos em todo o mundo e também nos itens do almoço do círio. Por isso, é importante que o consumidor fique atento: o cenário atual aponta para preços mais altos”, afirma Everson.
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