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Preço do arroz subiu mais de 20% de janeiro a abril de 2024, em Belém, aponta Dieese

Para o Dieese, alta pode persistir após tragédia no RS

Maycon Marte
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Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento do arroz foi de 20,10% no período de janeiro a abril deste ano. Nas prateleiras de um supermercado da cidade, o produto pode ser encontrado por até R$ 7,79. Um aumento que, apesar de gradativo nos últimos meses sem tragédias, pode se intensificar após as enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, como esclarece o supervisor técnico do Dieese, Everson Costa.

Entre os fatores responsabilizados pelo aumento no valor do arroz brasileiro, o especialista destaca que, até o último ano, os preços já demonstravam o saldo dos desastres ambientais vividos anteriormente no país. “A gente já vinha sofrendo com esses efeitos climáticos, então a produção até aconteceu, a colheita até ocorreu, mas a qualidade desse produto e a quantidade é menor… Então a gente está falando de um cenário já impactado e de uma subida de preços que também já veio no final do ano passado”, afirma.

Apesar do momento crítico que atinge o sul do país, o supervisor lembra que no estado, “mais de 80% da sua colheita de arroz já tinha sido processada”. A notícia ascende esperança para o abastecimento de arroz no país deste ano, entretanto, levanta o questionamento sobre como poderá funcionar o escoamento do grão colhido no território.

“Não existe problema de abastecimento ou necessidade de importação”, relata Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande Sul (Federarroz). Através das redes sociais, o representante do setor no estado se manifestou para tranquilizar os produtores do país. “Nós até agora conseguimos colher 83% da safra, faltando 17%, o grande problema é que a colheita mais atrasada está na região mais atingida pelo excesso de chuvas”, afirma.

Embora as notícias sejam boas, Alexandre pontua o atual obstáculo para o abastecimento, segundo ele, a logística para o transporte precisa ser resolvida. “Não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno, nós temos um problema de logística momentaneamente, principalmente na ligação com o interior do Rio Grande do Sul”.

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No Pará

A respeito da produção de arroz no Pará, uma das representantes do setor no estado, Larissa Quartiero, descreve a notícia da colheita como “tranquilizadora” e reforça que embora seja uma “situação difícil de contornar”, celebra este percentual seguro com relação ao desabastecimento no país.

A representante, no entanto, chama atenção para a necessidade de independência da produção do setor no estado. “Para produtores de outras regiões, mas, principalmente aqui da Região Norte, toda essa crise… ela escancara como nós somos dependentes, como não somos autosuficientes”. De acordo com Quartiero, a queda expressiva da produção paraense se deve principalmente à falta de apoio financeiro para a produção. “É uma cultura cara e o preço do arroz não é dolarizado como a soja”, afirma.

Somados aos cuidados necessários no cultivo e ao gasto com insumos, a representante lamenta o movimento de antigos arrozeiros migrando para a produção de outras culturas mais rentáveis em decorrência dos obstáculos que descreve. “No Pará quem planta, principalmente arroz, enfrenta muitas dificuldades”.

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Consumidores

Na capital, sem tanta possibilidade de substituição para o produto, consumidores reclamam do reajuste. A confeiteira Marcilene Pereira sempre tenta comprar no atacado em busca de preços melhores, mas ainda sente no bolso o novo aumento. “A gente não pode fugir, então a gente divide (macarrão e arroz)”, explica.

A estratégia de consumo da funcionária pública, Maria Goreth, também prioriza intercalar diferentes produtos para manter a compra do arroz, que segundo ela é essencial. “Tem o macarrão que a gente pode substituir, mas pra quem gosta vai fazer falta”. Pesquisar o máximo possível em diferentes estabelecimentos é outra das medidas adotadas, mas a consumidora aponta o macarrão como protagonista enquanto o preço do arroz não volta a cair. “Ou eu faço arroz no almoço, ou no jantar”, afirma.

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