Cai número de paraenses endividados, afirma Fecomércio

O índice de inadimplência foi de 59,2% no mês passado, enquanto em abril de 2020, atingiu 69,4%

Laís Santana

O índice de inadimplência das famílias paraenses fechou o mês de abril em 59,2%, enquanto no mesmo período do ano passado a taxa chegou a marca de 69,4%. No quarto mês do ano também foram registradas quedas entre as pessoas que afirmaram ter dívidas ou contas em atraso, totalizando 27,8%. Em março o percentual foi de 28,2%; já em abril de 2020 foi de 30,4%. Dos entrevistados que participaram da pesquisa, 15,1% disseram não ter condições de pagar as dívidas no próximo mês. No mesmo período do ano passado, 9,6% se enquadração nesta categoria. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Pará (Fecomércio/PA), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio. 

Assessora econômica da Fecomércio/PA, Lúcia Cristina de Andrade, ressalta que o aumento na taxa de endividamento não é negativo por si só, pode refletir a segurança financeira sentida pelo consumidor. Em contrapartida, quando o limite de endividamento é excedido, este passa a ser um fator negativo. 

“Quando o consumidor está numa economia mais ou menos estabilizada e se sente seguro quanto a manutenção do seu padrão de renda, muitas vezes ele se utiliza de compras parceladas e se utiliza do crédito. Muitas vezes a taxa de endividamento aumenta justamente porque o consumidor está realizando novas compras. Entretanto, este passa a ser negativo quando o consumidor compromete mais de 30% da sua renda mensal com parcelas, se tornando inadimplente por não conseguir arcar com seus compromissos”, explica. 

Lúcia Cristina ainda explica que, em relação a 2020, a taxa de endividamento deste ano foi menor devido à insegurança econômica causada pela pandemia, o que causou um freio no consumo.  

“Logo no início da pandemia, lá em abril de 2020, o consumidor não se encontrava em uma situação muito favorável, ele se utilizou de recursos de financiamento e empréstimos para realizar compras para satisfazer o seu consumo e alcançou a taxa de endividamento de 69%, ele não tinha como arcar com as suas despesas como não tem agora. A medida que a situação foi se tornando mais difícil e a pandemia foi se prolongando, houveram as dificuldades quanto a manutenção dos empregos e as pessoas foram segurando suas necessidades de consumo e passaram a comprar menos”, analisa. 

O levantamento aponta que o endividamento por faixa de renda também subiu. Para quem recebe até 10 salários mínimos, o percentual foi de 59,3% de endividados e 58,1% entre os que recebem acima de 10 salários mínimos. A faixa de renda também influencia no número de inadimplentes, sendo de 16,4% entre os que recebem até 10 salários mínimos e de 5,8% para aqueles que recebem mais de 10 salários. 

Em relação ao tempo médio de pagamento em atraso, o balanço calcula que as famílias paraenses passam 68,2 dias para quitar as dívidas, enquanto o tempo de comprometimento com dívidas é de 7,0 meses. Em média, 28,6% dos entrevistados estão com sua renda comprometida com dívidas. Em abril de 2020 o percentual era de 30,6%. Estes índices se mantiveram estáveis com relação ao mês de março. 

Segundo a PEIC, as dívidas por cartão de crédito ocupam o 1º lugar na lista dos principais categorias de dívidas registrados pela pesquisa, com 74,8%. Em seguida estão os carnês ou boletos (23,8%); crédito pessoal e financiamento de carros (6,6%) e crédito consignado (3,9%). Na pesquisa não são consideradas contas fixas, como aluguel, água, energia elétrica, plano de saúde ou mensalidade escolar. Com relação ao mesmo período de 2020, houve aumento na taxa de endividamento por cartão de crédito que na época era de 73,0%. Também foi registrado queda nos índices de carnês (27,8%), crédito consignado (10,3%) e financiamento de carro (7,4%). 

Confira algumas dicas para se livrar das dívidas: 

- Entenda qual a sua situação atual (inadimplente devido à perda de renda do grupo familiar, desemprego, fechamento de empresa, descontrole financeiro, etc.);

- Faça um planejamento financeiro, com receitas e despesas. Identifique qual o valor da sua dívida e projete em uma planilha o número de meses para cada débito, passando a registrar mês a mês quanto que deve e quanto pode ser abatido da dívida;

- Fique atento a contração de novas dívidas. Sempre que possível, opte por fazer compras mistas, comprar um pouco no crédito e um pouco a vista;

- Tente renegociar o maior número possível de dívidas;

- Busque enxugar o orçamento cortando despesas desnecessárias e verificando quais gastos podem ser reduzidas. Pesquise formas de substituir itens de consumo, lazer e outras despesas mensais;  

- Se for necessário, estabeleça um fundo para pagamento das dívidas; 

- Priorize o pagamento das dívidas com valor de juros mais alto; 

- Busque uma renda extra através de outras atividades; 

Fonte: Fecomércio/PA

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