Pará tem 12 processos em fase de pesquisa para minerais de terras raras

Serviço Geológico do Brasil (SGB) prevê avaliação de potencial no sul do estado

Valéria Nascimento
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O Ministério de Minas e Energia destaca que o Serviço Geológico do Brasil (SGB) prevê projetos de avaliação de potencial das chamadas terras raras no sul do Pará; norte do Mato Grosso; no nordeste do Amazonas e no sul de Roraima. 

O estado paraense consta na lista das 12 unidades federativas com potencial para essa ocorrência, que na prática são áreas com 17 minérios de difícil extração, mas considerados estratégicos para os setores de tecnologia e energia.

As terras raras não são uma descoberta recente, e nem são tão raras assim. Elas estão espalhadas no mundo, mas em concentrações pequenas. A boa notícia é que o Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), ficando atrás somente da China.

Pesquisas querem identificar as áreas mais favoráveis no país

"Para aprofundar esse conhecimento, o SGB desenvolve o projeto Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil, uma das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Minerais Estratégicos. No âmbito dessa estratégia, são realizadas pesquisas para identificar áreas com indícios favoráveis em todo o território nacional, incluindo o Pará", informou o MME ao Grupo Liberal, no dia 20 deste mês de agosto.

Essas ações, conforme o Ministério de Minas e Energia, são orientadas pelo Plano Decenal de Levantamento e Recursos Minerais, instrumento público que define as áreas de mapeamento, conforme diretrizes estratégicas, sendo a avaliação do potencial de minerais para transição energética uma delas.

Para a região amazônica, o plano prevê projetos de avaliação de potencial no sul do Pará, norte do Mato Grosso, no nordeste do Amazonas e no sul de Roraima.

SGB recebeu R$ 10,2 milhões para estudos, incluindo na região Norte

O SGB integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Materiais Avançados à Base de Terras Raras, e, conforme o ministério, recebeu R$ 10,2 milhões ao longo de cinco anos para fortalecer pesquisas e capacitação técnica, inclusive na região Norte.

Conforme a Agência Nacional de Mineração (ANM), atualmente, o Pará tem 12 processos na fase de pesquisa e 3 na fase de requerimento de pesquisa para minerais de terras raras.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o órgão em parceria com suas entidades vinculadas quer “construir o conhecimento geocientífico necessário para subsidiar políticas públicas e atrair investimentos, preparando o país para o desenvolvimento sustentável e competitivo da cadeia produtiva das terras raras”.

Criação de Conselho para discutir a exploração dos minerais

No dia 5 deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em Brasília (DF), que vai criar um conselho para discutir a exploração dos minerais no Brasil, o órgão ficaria vinculado à Presidência da República.

Em entrevista à Rádio BandNews FM, em 11 deste mês, Lula anunciou que solicitou ao seu governo um levantamento atualizado de todas as riquezas do solo e do subsolo brasileiros. Segundo o presidente, apenas 30% do potencial mineral do Brasil já foi monitorado.

“E, se o Brasil tivesse que fazer acordo com algum país para explorar o minério que nós temos aqui, isso será produzido no Brasil. Nós não vamos mais fazer o que estamos fazendo com o minério de ferro, mandar para fora e comprar o material industrializado”, disse Lula na entrevista à emissora.

EUA interessado nas terras raras do Brasil

A fala de Lula é um contraponto no contexto do interesse dos Estados Unidos pelas terras raras do Brasil. Em julho deste ano, o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, durante encontro com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), manifestou o citado interesse.

Gabriel Escobar é tido como o número dois da embaixada norte-americana no Brasil, e quem comanda a missão diplomática porque o presidente Donald Trump ainda não nomeou um novo embaixador.

Ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veja, conforme já afirmou, a possibilidade de acordos de cooperação com os Estados Unidos envolvendo terras raras e minerais críticos, diplomatas brasileiros avaliam que o recente interesse dos EUA, é, neste momento, um “balão de ensaio”, ou seja, não é uma proposta concreta de negociação.

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