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Pará lidera venda de madeira nativa na Amazônia Legal em 2024, aponta anuário

A iniciativa busca aumentar a transparência e o controle da cadeia produtiva na região amazônica

Madson Sousa / Especial para O Liberal
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O Pará se manteve no topo do ranking de estados da Amazônia Legal que mais venderam madeira nativa em 2024, com cerca de 2,6 milhões de metros cúbicos comercializados. O volume representa 40,02% de toda a madeira em tora transacionada na região no período, segundo o Anuário Timberflow, elaborado pelo Instituto de Manejo e Certificação Agrícola e Florestal (Imaflora).

O Mato Grosso aparece em segundo lugar, com pouco mais de 1,6 milhão de metros cúbicos (24,72% do total regional), seguido por Rondônia e Amazonas. Já Amapá e Acre registraram os maiores crescimentos proporcionais, com alta de 62,82% e 63,81%, respectivamente, em comparação com o ano anterior. No total, a Amazônia Legal transacionou 6,57 milhões de metros cúbicos de madeira em tora em 2024, uma leve queda de 0,32% em relação a 2023.

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Entre os municípios paraenses, Portel se destacou como o maior polo de extração e comercialização, responsável por 483 mil metros cúbicos (18,4% do total do Estado). Em seguida vem Prainha, com 309 mil metros cúbicos (11,76%).

De acordo com o Imaflora, o estudo compila e harmoniza dados públicos oficiais, permitindo visualizar o fluxo comercial da madeira nativa por Estado, município, espécies, produtos e rotas. A iniciativa busca aumentar a transparência e o controle da cadeia produtiva na região amazônica.

No mercado interno, São Paulo é o principal destino de madeira (352.801,78 metros cúbicos). Já nas exportações, o agregado regional somou 203.274,55 metros cúbicos, tendo os Estados Unidos como principal destino internacional. Leonardo Sobral, diretor de Florestas e Restauração do Imaflora, disse que o Anuário representa um marco importante para o setor. “Analisando os dados de 2024, pode-se notar uma concentração das transações em três estados da Amazônia Legal (Pará, Mato Grosso e Rondônia), o que reflete em um maior número de negócios com madeira da região”, destacou. 

O volume de madeira nativa em tora proveniente das Concessões Florestais Federais (CFFs) alcançou 379 mil metros cúbicos em 2024. O Pará respondeu por 79% desse total, cerca de 300 mil metros cúbicos, consolidando a posição de liderança do estado também nesse segmento.

As espécies de madeira em tora com maior presença no mercado foram maçaranduba (Manilkara huberi), angelim (Dinizia excelsa), cupiúba (Goupia glabra) e cumaru (Dipteryx odorata), que juntas representam cerca de um quarto do volume total comercializado (1,46 milhão de m³).

Segundo o Imaflora, o monitoramento dessas espécies é essencial para o planejamento da oferta, formulação de políticas públicas e critérios de compras sustentáveis. Para o coordenador de Pesquisas em Florestas e Restauração do Imaflora, Felipe Pires, o Anuário Timberflow oferece subsídios técnicos importantes para a formulação de estratégias do setor florestal.

“Por meio do entendimento das dinâmicas de aumento ou diminuição das transações de madeira, há oportunidades para melhores planejamentos setoriais da cadeia produtiva, diminuindo possíveis pressões sobre a floresta”, explicou.

Transação madeireira – Amazônia Legal (2024) 

(madeira em tora) Amazônia 2024: 6.571,030,88 m³.   

Ranking (madeira em tora) por Estado:  

Pará - 2.629.560,51 m³ (40,02%);  

Mato Grosso - 1.624.147 m³ (24,72%);  

Rondônia - 857.391 m³ (13,05%);  

Amazonas - 500.218 m³ (7,61%);  

Amapá - 368.315 m³ (5,61%);  

Acre - 309.368 m³ (4,71%);  

Roraima - 282.031 m³ (4,29%). 

Ranking (madeira em tora) por município:  

Portel (PA) - 483.776,01 m³;  

Prainha (PA) - 309.107,15 m³;  

Colniza (MT) - 244.300,35 m³;  

Mazagão (AP) - 227.221,57 m³. 

Fonte: Anuário Timberflow/Imaflora (imaflora.org). 

As séries foram construídas a partir de dados abertos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas/PA) e Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema/MT). Atualizações posteriores nas bases públicas podem gerar ajustes, informa o Anuário. 

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