Pandemia impulsiona mercado de reformas
Necessidade de ficar em casa aumentou procura por objetos de arquitetura
A chegada da pandemia e a adoção de medidas restritiva de combate ao coronavírus fez com que a casa de milhões de brasileiros precisasse ser reinventada. Com isso, novos formatos e tendências de decoração foram surgindo. Neste processo, a maioria dos cômodos tiveram que ser readaptados para a rotina de isolamento social que inseriu dentro de casa atividades como escritório, escola e academia. Acompanhando esse movimento, o mercado da arquitetura e decoração também teve de trazer novas propostas para atender esses novos ambientes e reformas que foram surgindo.
Arquiteto paraense, George Araújo Lima aponta que no último ano o cenário mercadológico na região acompanhou as oscilações da pandemia, puxando a demanda de projetos. Contudo, em escritórios mais consolidados, a procura por reformas cresceu substancialmente.
“Com a necessidade dos moradores dispenderem mais tempo em suas casas, em decorrência do lockdown, os pedidos de reformas aumentaram. Nesse perfil de consumo, os gastos extras relacionados às necessárias medidas de segurança puderam ser absorvidos pela clientela. Esse aumento da procura é nutrida fundamentalmente pela parcela do mercado menos afetada pela pandemia. Parcelas do mercado mais suscetíveis economicamente à pandemia diminuíram ou até mesmo anularam suas demandas”, pontua o arquiteto.
De acordo com George Araújo Lima, as tendências de mercado passaram a agregar os aspectos relacionados a pandemia e reforçaram preocupações como iluminação do ambiente e aeração natural. “Há construtoras em determinadas cidades que tem modificado a planta de suas unidades e inserido ambientes intermediários para além do típico hall de entrada destinados a higienização eventual.
Em relação aos ambientes, materiais que congreguem qualidades anatrépticas e de fácil limpeza foram agregados, vidro float autolimpante, rochas resistentes à sucessivas limpezas como granitos, ou a continuação da inserção de porcelanatos como piso também. Pintar ambientes de maneira a lhes conferir maior amplidão também tem sido uma opção para os apartamentos e residências menores. Apartamentos que possuem maiores restrições quanto às alterações da planta recorrem bastante a esse truque com a pintura”, afirma.
A necessidade de ficar mais tempo em casa fez com que as pessoas investissem mais em reformas e decoração de interiores, impulsionando uma maior identificação com o ambiente domiciliar. Foi o caso da publicitária Flávia Ferreira, que mudou para um novo apartamento junto com a irmã durante a pandemia.
“A reforma foi pensada de uma forma muito orgânica. Eu e a minha irmã já dividíamos o quarto antes, agora a gente divide o apartamento. Quem vai lá percebe que é muito a nossa cara, tem muito da nossa personalidade. Por exemplo, o meu quarto tem tons de rosa, algo mais romântico. Já o quarto dela tem tons mais terrosos, que é a pegada dela”,
Para Flávia, cuidar dos detalhes de casa é também entrar em contato com a própria identidade. “Durante a pandemia eu comecei a perceber que cuidar da minha casa era cuidar de mim. Então, eu precisava que ela ficasse cada vez mais coerente com o que eu queria para os meus dias”, acrescenta.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA