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No maior hospital do Pará, mulheres representam mais de 80% da força de trabalho

Segundo o IBGE, em todo o Brasil, elas ocupam 65% dos postos de trabalho na área da saúde. No Abelardo Santos, o percentual de trabalhadoras mulheres é ainda maior

O Liberal
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No cenário de atuação da saúde, as mulheres são a principal força de trabalho, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na Atenção Básica. Os índices são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme os dados mais recentes, divulgados em 2020. Em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, supera o padrão nacional.

A maior unidade hospitalar da Rede Estadual de Saúde do Pará, mantém mais de 80% da sua força de trabalho ocupada pelo sexo feminino. Entre os 1.096 colaboradores diretos do HRAS, 887 são mulheres. Este número é ainda maior quando somado ao corpo médico que presta serviço à unidade. Do total de 300 profissionais, 50% é de mulheres que atuam em 17 especialidades clínicas que o Regional Abelardo Santos oferece à população paraense.  

Direção

O maior setor do hospital é administrado por uma mulher. Aos 34 anos, Renata Oliveira é responsável por 775 colaboradores da assistência, composto por técnicos e auxiliares de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos e nutricionistas.

A diretora assistencial iniciou na carreira com 22 anos, e a responsabilidade de gerenciar a enfermagem do HRAS, é, sem dúvida, uma das maiores provocações na carreira. “O maior desafio da profissão foi iniciar alguns projetos hospitalares de alta complexidade no estado como: UTI neonatal, UTI Pediátrica, Serviço de Obstetrícia, Serviço de Oncologia. Ter uma visão holística, mitigando riscos, fazendo ser executada as legislações vigentes e captar recurso humano para o serviço exige muito, sem falar de metas ousadas pré-estabelecidas. Isso me move”, disse Renata.

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Além de lidar com a rotina dentro do hospital, Renata Oliveira também empreende dentro da saúde. “Tenho uma empresa de consultoria, assessoria, treinamentos e habilitações para profissionais na área de saúde. Tudo ao mesmo tempo”, comentou a gestora.

Enfermagem

Ainda segundo o IBGE, áreas como a enfermagem e a psicologia, mantêm acima de 80% dos percentuais de mulheres. A coordenadora de enfermagem Adrileia Brito, de 42 anos, tem de se desdobrar diariamente para dar conta de todas as tarefas do cotidiano. Ela divide o seu tempo entre a coordenação de quatro andares do Abelardo Santos, a revenda de semijoias, seu filho, a casa e a prática de esportes.

 “Além de ser mãe há 11 anos, filha, irmã e esposa. Tendo de conciliar tudo ao mesmo tempo: trabalho 44 horas semanais. Chego às 7h no hospital,  pois entendo que paciente é mais importante, assim como o bem estar da equipe”, observou.  

No final do dia, antes de ir para casa, ela faz uma parada. “Tenho muita energia para gastar. Amo viajar e como não tenho muitas folgas, então gasto o tempo que sobra com esportes. Jogo tênis de quadra, beach tênis, luto muay thai e ainda faço musculação e ainda tenho um pitbull”, detalhou Adrileia.

image  Renata Oliveira administra o maior setor do hospital (Secom / Governo do Pará)

A pandemia do coronavírus foi uma oportunidade para a enfermeira se valorizar ainda mais. “Na primeira onda, eu atuava em oncologia pediátrica e coordenei as áreas Covid. Foi desafiador. Na segunda, já estava no HRAS e atuei supervisionando o trabalho da pediatria, UTI Covid e clínica médica Covid. Aprendi de sobremaneira, e este período trouxe uma certeza: nós podemos tudo com dedicação”, acrescentou Adrileia.

Múltipla jornada

A rotina da pediatra HRAS, Mary Ferraz, também é intensa. E foi durante a pandemia da covid-19, que se deparou com os seus maiores desafios. “Coordenei uma Unidade de Terapia Intensiva infantil específica para covid e o apoio para a adulto. Junto a outros pediatras. Lembro de tentar garantir ao máximo alguns insumos para o meu time. Até hoje, tenho guardado em casa aventais descartáveis, óculos, sacos de proteção para o pé. Tive de dividir minha casa. Isolei os meus filhos para um lado, e entrava por outro. Coloquei uns plásticos dividindo o corredor”, relembrou.

image A rotina da pediatra HRAS, Mary Ferraz, também é intensa  (Secom)

Formada há 24 anos, a pediatra intensivista trabalha de 8 a 12h por dia. Ela divide seu tempo, aos cuidados dos filhos de 20 e 14 anos, e de quebra, de uma franquia de fast food waffle. “Sempre me achei uma pessoa empreendedora.  A ideia inicial foi o trabalho em família, onde minha filha seria também gestora, e assim, conseguiria estar mais próximo a ela e, em alguns momentos, do meu outro filho. Hoje, como empresária do ramo da saúde, profissional da saúde e empreendedora do ramo de alimentos, me sinto feliz por fazer o que eu gosto que é empreender”, enfatizou Mary Ferraz.

Pandemia

A pandemia fez as mulheres reavaliarem suas vidas e carreiras. Isso é o que aponta uma pesquisa da Pearson realizada em seis países para entender como o cenário de Covid-19 no mundo afetou a vida das mulheres tanto na carreira como na vida pessoal. Segundo o levantamento, no Brasil, 84% das mulheres afirmaram que estão usando este período como uma oportunidade para rever suas vidas e, principalmente, suas carreiras.

“Historicamente a saúde é uma área em que as mulheres são protagonistas. Elas se sobressaem pelos cuidados ao próximo, pela dedicação, responsabilidade e competência. A pandemia colocou ainda mais, esses atributos em evidência. Hoje, o Abelardo Santos conta com um time de mulheres sem igual. São verdadeiras guerreiras que desempenham um trabalho exitoso”, parabenizou Marcos Silveira, diretor executivo do Abelardo Santos.

Abelardo Santos

O Hospital Abelardo Santos é uma unidade pública vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A instituição é administrada pelo Instituto Mais Saúde, que busca pela valorização da representatividade e valorização da mulher, assim como a inclusão e igualdade de gêneros

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