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Municípios que mais saíram do CadÚnico no Pará tiveram crescimento do PIB

Aumento da geração de riquezas e melhores índices no IDEB acompanham aumento da saída de usuários do CadÚnico

Elisa Vaz e Fabrício Queiroz
fonte

As melhores oportunidades de emprego, geração de renda e educação são aspectos fundamentais para efetivar a mobilidade social. Nas regiões Sudeste, Sudoeste e Sul que abrigam os cinco municípios paraenses que têm os maiores percentuais de taxa de saída do CadÚnico indicados pela pesquisa, os indicadores nessas áreas tiveram grandes avanços nos últimos 14 anos.

E justamente em municípios com presença de grandes projetos ou forte atuação do setor da agropecuária. Em Parauapebas, o índice de saída do Cadúnico foi de 77,6%. Lá, o salário médio mensal dos trabalhadores formais é de 2,8 salários mínimos, ocupando a quinta posição de todo o Estado. Seguindo a mesma linha, o percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de até meio salário mínimo, público cadastrado no programa, era de 38,5% em 2010, último dado disponível, fazendo com que a cidade esteja posicionada no 141º lugar entre as que mais têm pessoas com essa faixa de renda.

Novo Progresso, que fechou com 72,9% de taxa de saída do CadÚnico, o percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de meio salário mínimo ficou em 35,2%, uma das menores do Estado.O salário médio mensal na formalidade, no entanto, é um pouco melhor, de 2,2 mínimos, no 28º lugar. Xinguara aparece em terceiro lugar, com evasão de 72,5% do Cadastro e uma média de rendimento mensal ainda menor, de 1,9 salário mínimo (73º do Pará). A colocação na lista das cidades com mais pessoas recebendo até meio salário também é um pouco menor: 39,4% da população fazia parte desse grupo em 2010, em 138º lugar.

Ainda aparecem no ranking os municípios paraenses Novo Repartimento e Canaã dos Carajás, respectivamente com 72,2% e 72% de taxa de saída do CadÚnico. A diferença de rendimento entre as duas cidades é discrepante: enquanto Novo Repartimento tem renda mensal de trabalhadores formais de dois salários mínimos, ocupando a 45ª posição no ranking estadual, os empregados formais de Canaã dos Carajás ganham uma média de três salários mínimos por mês – quarto município melhor colocado do Estado.

Apesar de diferentes quando se fala de população, trabalho e renda, os cinco municípios em que mais pessoas evadiram do CadÚnico têm algo em comum: a economia nas cidades é baseada, essencialmente, em agropecuária, mineração e madeira.

O Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, tudo que é produzido pelas cidades, é bem alto em alguns desses locais, como é o caso de Parauapebas: R$ 23.035.846,88. Em 2005, esse valor ficava em R$ 2.476.363, o que representa uma alta de 830,22% em 14 anos.

Em seguida, os maiores PIBs são de Canaã dos Carajás (R$ 10.710.595,18), com aumento de 1.742%; Xinguara (R$ 1.294.077,46), com aumento de 325%; Novo Repartimento (R$ 833.418,93), com aumento de 307%; e Novo Progresso (R$ 700.090,86), com aumento de 362%. Tendo como exemplo a educação, medida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os investimentos acompanharam o crescimento do PIB. Entre 2005 e 2019, a pontuação dos municípios cresceu da seguinte forma, na ordem: Novo Progresso (2,2 pontos); Parauapebas (2,1); Xinguara (2), Canaã dos Carajás (1,9) e Novo Repartimento (1,8).

Com isso, os municípios do polo mineral e agropecuário do estado conseguiram taxas comparáveis a alguns dos estados mais bem avaliados na pesquisa, como é o caso de Rio Grande do Sul (75%), Goiás (73%), São Paulo (73%) e Mato Grosso (72%). Já Belém aparece no estudo com taxa de saída do CadÙnico de 66%, maior que a média do estado e da região.

image Melhores taxas de saída do CadÚnico no Pará estão nas regiões Sul, Sudeste e Sudoeste do Pará (Reprodução / IMDS)

Regiões com baixo desenvolvimento tem maiores taxas de permanência no Cadúnico

Por outro lado, os municípios com menores percentuais de taxa de saída do CadÚnico são Oeiras do Pará (37,7%), Bagre (36,7%), Muaná (34,2%), Faro (31,8%) e Limoeiro do Ajuru (28,9%), sendo três na região do Marajó. Este último é o segundo município brasileiro com menor taxa de saída do CadÚnico do Brasil, com PIB de R$ 424.661,11, um avanço de 349.61% em relação a 2005, quando o valor ficou em R$ 94.450. A média de rendimento mensal dos trabalhadores formais é de 1,9 salário mínimo, na 73ª posição do Estado, e o percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de até meio salário mínimo era de 58,6% em 2010, o segundo do Pará.

Para o diretor de pesquisas de IMDS, os dados dos estados e municípios com melhores desempenhos atestam a importância de políticas bem articuladas que tenham como base o investimento em educação. Ele cita o exemplo dos programas de alfabetização no Ceará e do combate à evasão escolar em Pernambuco que, em sua análise, rendeu resultados no IDEB e tende a gerar impactos positivos na mobilidade social.

“Aqui se trata de buscar as melhores práticas em municípios que sofrem com pobreza infantil elevada, mas que conseguem quebrar a armadilha da pobreza com boa focalização, implantação corajosa de políticas que muitas vezes vão contra interesses enclausurados em grupos influentes, acompanhamento de resultados, e planejamento baseado em evidencia”, pontua Sérgio Ferreira.

Confira o ranking nacional de taxa de saída do CadÚnico

  • Distrito Federal -  81%
  • Santa Catarina – 81%
  • Rio Grande do Sul - 75%
  • Goiás - 73%
  • São Paulo - 73%
  • Mato Grosso - 72%
  • Paraná - 71%
  • Rondônia - 71%
  • Espírito Santo - 70%
  • Mato Grosso do Sul - 70%
  • Rio de Janeiro - 70%
  • Roraima - 70%
  • Minas Gerais - 68%
  • Acre - 65%
  • Alagoas - 61%
  • Tocantins - 61%
  • Amapá            - 60%
  • Amazonas - 59%
  • Maranhão - 59%
  • Pará - 59%
  • Bahia - 58%
  • Pernambuco - 58%
  • Ceará - 57%
  • Paraíba - 57%
  • Sergipe - 56%
  • Piauí - 55%
  • Rio Grande do Norte - 55%

 

Confira a taxa de saída do CadÚnico nos municípios paraenses por ordem alfabética

  • Abaetetuba - 46%
  • Abel Figueiredo - 61%
  • Acará - 56%
  • Afuá - 53%
  • Água Azul do Norte - 61%
  • Alenquer - 65%
  • Almeirim - 51%
  • Altamira - 66%
  • Anajás - 49%
  • Ananindeua - 67%
  • Anapu - 62%
  • Augusto Corrêa - 53%
  • Aurora do Pará - 60%
  • Aveiro - 49%
  • Bagre - 37%
  • Baião - 42%
  • Bannach - 63%
  • Barcarena - 55%
  • Belém - 66%
  • Belterra - 54%
  • Benevides - 62%
  • Bom Jesus do Tocantins - 67%
  • Bonito - 49%
  • Bragança - 55%
  • Brasil Novo - 52%
  • Brejo Grande do Araguaia - 62%
  • Breu Branco - 67%
  • Breves - 54%
  • Bujaru - 44%
  • Cachoeira do Arari - 38%
  • Cachoeira do Piriá - 51%
  • Cametá - 41%
  • Canaã dos Carajás - 72%
  • Capanema - 63%
  • Capitão Poço - 54%
  • Castanhal - 67%
  • Chaves - 54%
  • Colares - 39%
  • Conceição do Araguaia - 67%
  • Concórdia do Pará - 53%
  • Cumaru do Norte - 62%
  • Curionópolis - 64%
  • Curralinho - 42%
  • Curuá - 50%
  • Curuçá - 47%
  • Dom Eliseu - 64%
  • Eldorado dos Carajás - 62%
  • Faro - 32%
  • Floresta do Araguaia - 62%
  • Garrafão do Norte - 58%
  • Goianésia do Pará - 64%
  • Gurupá - 38%
  • Igarapé-Açu - 57%
  • Igarapé-Miri - 56%
  • Inhangapi - 51%
  • Ipixuna do Pará - 58%
  • Irituia - 51%
  • Itaituba - 58%
  • Itupiranga - 65%
  • Jacareacanga - 57%
  • Jacundá - 63%
  • Juruti - 57%
  • Limoeiro do Ajuru - 29%
  • Mãe do Rio - 52%
  • Magalhães Barata - 51%
  • Marabá - 72%
  • Maracanã - 51%
  • Marapanim - 49%
  • Marituba - 69%
  • Medicilândia - 60%
  • Melgaço - 48%
  • Mocajuba - 40%
  • Moju - 52%
  • Monte Alegre - 56%
  • Muaná - 34%
  • Nova Esperança do Piriá - 51%
  • Nova Ipixuna - 60%
  • Nova Timboteua - 53%
  • Novo Progresso - 73%
  • Novo Repartimento - 72%
  • Óbidos - 59%
  • Oeiras do Pará - 38%
  • Oriximiná - 55%
  • Ourém - 54%
  • Ourilândia do Norte - 63%
  • Pacajá - 67%
  • Palestina do Pará - 55%
  • Paragominas - 64%
  • Parauapebas - 78%
  • Pau D'Arco - 67%
  • Peixe-Boi - 52%
  • Piçarra - 67%
  • Placas - 56%
  • Ponta de Pedras - 39%
  • Portel - 57%
  • Porto de Moz - 48%
  • Prainha - 38%
  • Primavera - 51%
  • Quatipuru - 55%
  • Redenção - 69%
  • Rio Maria - 68%
  • Rondon do Pará - 68%
  • Rurópolis - 58%
  • Salinópolis - 49%
  • Salvaterra - 45%
  • Santa Bárbara do Pará - 61%
  • Santa Cruz do Arari - 41%
  • Santa Isabel do Pará - 61%
  • Santa Luzia do Pará - 55%
  • Santa Maria das Barreiras - 63%
  • Santa Maria do Pará - 59%
  • Santana do Araguaia - 63%
  • Santarém - 55%
  • Santarém Novo - 45%
  • Santo Antônio do Tauá - 58%
  • São Caetano de Odivelas - 52%
  • São Domingos do Araguaia - 68%
  • São Domingos do Capim - 50%
  • São Félix do Xingu - 61%
  • São Francisco do Pará - 58%
  • São Geraldo do Araguaia - 69%
  • São João da Ponta - 53%
  • São João de Pirabas - 53%
  • São João do Araguaia - 60%
  • São Miguel do Guamá - 61%
  • São Sebastião da Boa Vista - 40%
  • Sapucaia - 63%
  • Senador José Porfírio - 61%
  • Soure - 53%
  • Tailândia - 67%
  • Terra Alta - 51%
  • Terra Santa - 52%
  • Tomé-Açu - 63%
  • Tracuateua - 53%
  • Trairão - 55%
  • Tucumã - 70%
  • Tucuruí - 62%
  • Ulianópolis - 66%
  • Uruará - 63%
  • Vigia - 50%
  • Viseu - 60%
  • Vitória do Xingu - 68%
  • Xinguara - 72%
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