Ministério de Minas e Energia anuncia plano para baratear tarifa e expandir energia limpa no Pará
Outra novidade é a criação de uma secretaria para avançar em investimentos de eletrificação, disse ministro em coletiva

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou um esforço entre os governos Federal e Estadual para impulsionar a transição energética no país e, no Pará, um investimento de R$ 300 milhões para reduzir o preço da conta de energia elétrica no estado. O chefe da pasta participou do III Fórum Esfera, para discutir o papel do estado no desenvolvimento sustentável, tema do painel que também contou com a presença de Celso Sabino, ministro do Turismo, e Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). É a primeira vez que o país recebe o evento, com a escolha de Belém, como porta de entrada para a Amazônia.
O representante da pasta ainda reforçou a necessidade de realizar a transição energética na Amazônia de maneira mais ampla, que, segundo ele, possui 211 pontos e localidades que ainda são sustentados por energia térmica a óleo. “Nós estamos investindo R$ 5 bilhões para hibridizar essas térmicas e até 2030 nós teremos 70% dessa energia limpa e renovável, ou seja, as térmicas serão apenas para segurança energética para sustentar o sistema”, explica. A parte restante da energia produzida será de origem limpa, o que deve refletir diretamente no preço da conta de energia para todos os brasileiros.
Silveira citou exemplos de projetos bem-sucedidos no estado, em especial o Luz para Todos, que levou sistemas de energia solar para a região do Marajó. No entanto, segundo ele, o modelo sozinho ainda não era o bastante para a realidade de todas as famílias ribeirinhas, a quem ele se orgulha de ter conhecido presencialmente. O plano atual do ministro para essa população inclui a isenção da tarifa de energia, já que só o deslocamento da região insular para a capital, para pagar a conta de energia, era mais custoso que a própria cobrança.
Ele destaca que a intenção promete solucionar uma contradição antiga da região, que lidera como a maior geradora de energia elétrica e, ao mesmo tempo, possui uma das contas de energia mais caras do país. Para corrigir esse cenário, o governo federal decidiu usar os recursos da taxa de Uso do Bem Público (UBP), paga pelos concessionários de hidrelétricas à União, para investir em ações de mitigação dos preços no Pará.
“Nós estamos anunciando que o Governo vai investir R$ 300 milhões no ano que vem para diminuir o impacto da conta de energia no estado do Pará. Teria um aumento em agosto, que é do ciclo tarifário do Pará, mas nós utilizaremos recursos que foram aprovados da UBP para poder minimizar o impacto da conta de energia do Pará”, explica o ministro.
Silveira afirma que a iniciativa passa a valer a partir do mês de agosto de 2026, quando ocorrerá o próximo ciclo tarifário. E, embora ele aponte essa medida como a reparação das desigualdades no estado “que mais contribui com a segurança energética”, faz questão de pontuar as demais medidas no estado e na região Norte.
“É importante destacar que foram centenas de políticas feitas para transição energética no Brasil, tanto na área de biocombustíveis quanto no setor elétrico… por isso que crescemos tanto, por isso a eletrificação do setor”, afirma.
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Novidade
No mesmo embalo, Silveira divulgou a criação da Secretaria Nacional de Eletromobilidade, que concentrará os esforços do Ministério de Minas e Energia no projeto de eletrificação do país. Investir em modais de transporte elétrico faz parte dos esforços federais ligados à transição energética do país.
“Isso é o que o presidente Lula sempre nos disse: sair na frente com o planejamento para que o Brasil possa crescer e se tornar o grande paraíso de atração de investimento em data center, em industrialização. Quem quer, no mundo, produzir com energia limpa e renovável e ajudar o planeta, investe no Brasil, porque nós somos gigantes pela natureza e nosso povo investiu muito em energias limpas e renováveis, e nós estamos deixando um grande legado de transição energética nacional”, conclui Silveira.
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