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Metade da população brasileira faz bicos, aponta pesquisa

População jovem e com menor poder aquisitivo é maioria entre trabalhadores com atividades extras

Fabrício Queiroz
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Metade dos brasileiros entre 25 e 44 anos precisou realizar alguma atividade extra nos últimos 12 meses para complementar ou obter renda. É o que mostra uma pesquisa de opinião pública realizada pela empresa Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis. De acordo com o levantamento, os “bicos” são mais prevalentes entre as pessoas com escolaridade até o ensino médio (50%) e mulheres (48%).

Entre as regiões brasileiras, o Norte e o Centro-Oeste aparecem empatados com o Sudeste na recorrência dessa prática. Em ambas, 48% dos entrevistados relatou ter realizado algum serviço extra. No Nordeste, o índice é de 44% e no Sul de 35%. A nível nacional, 45% dos entrevistados disse ter feito alguma atividade extra no período.

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O estudo aponta ainda que os “bicos” são mais comuns entre a população que tem renda familiar inferior a um salário mínimo. Nesse grupo, 52% tem uma ocupação a mais, sobretudo realizando serviços como faxina, manutenção, reformas, jardinagem, entre outros, que representam 16% do total. A medida que avança a renda familiar, cai a proporção de pessoas com atividades extras. São 45% entre aqueles com renda de um a dois salários mínimos, 42% entre os que recebem de dois a cinco salários e 33% entre os que tem renda superior a cinco salários.

Também varia a proporção desses trabalhadores conforme a faixa etárias. Entre as idades de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos, 50% dos entrevistados disse que não precisou fazer atividade extra nos últimos 12 meses, 1% não soube ou não respondeu e 49% indicaram resposta positiva. Na faixa etária de 45 a 59 anos, 45% fizeram extras, enquanto apenas 32% dos maiores de 60 anos tiveram essas atividades.

No comparativo entre os sexos, 15% dos homens fazem atividades de serviços gerais como trabalhos de manutenção ou “marido de aluguel”. Outros 7% atuam como motoristas ou entregadores de aplicativos e 6% são camelôs. Já entre as mulheres, as principais atividades são produção de alimentos em casa (12%), serviços gerais (11%) e a venda de roupas ou artigos usados (8%).

Para quem opta por acumular ocupações, a decisão é orientada tanto pela necessidade quanto pelo desejo de alcançar melhorias de vida. É o caso do publicitário Rodrigo Macedo, 28 anos, que tem emprego formal na área de formação, mas também atua como técnico em informática com os conhecimentos adquiridos em cursos profissionalizantes e em uma graduação anterior.

Atividade extra para guardar dinheiro

Rodrigo conta que mora sozinho e, com a responsabilidade de manter as contas de casa, resolveu utilizar as habilidades que já possuía. “Eu precisava de mais dinheiro pra poder criar um fundo de reserva pra mim. Só o meu salário não era o suficiente para as despesas de casa e pra poupar dinheiro”, conta ele que tem cerca de 20% da renda mensal oriunda dos trabalhos com manutenção de computadores e notebooks. “Eu economizo a maior parte do dinheiro que vem do meu trabalho extra. Invisto uma parte e guardo outra”, relata.

Outro face da busca por uma rentabilidade maior é a mudança de profissão, como fez Ane Oliveira, 34 anos, que tinha um emprego de carteira assinada na área administrativa de uma empresa e há dois meses trabalha com marketing digital. Ela conta que a oportunidade surgiu após o contato com um amigo que já atua nesse segmento e apontou as vantagens de um ramo em franca expansão.

“Além de buscar uma renda extra, eu estava em busca de algo que me desse maior flexibilidade de horário para que eu pudesse manter outras atividades e ter um retorno melhor”, explica a jovem que hoje é autônoma e presta serviços de social mídia e divulgação de produtos tanto para potenciais clientes quanto em redes sociais. Assim como ela, 49% dos brasileiros cogitou trocar de profissão, segundo estudo da plataforma Linkedin divulgado em dezembro do ano passado. Entre os principais motivos apontados estavam o desejo de melhores salários e o maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Com a mudança, Ane conseguiu um incremento de renda de 20% em pouco tempo, o que para ela é um resultado satisfatório. “É desafiador no início porque é uma área diferente daquela que eu já estava habituada, é todo muito novo, mas está dando certo”, garante ela, que com mais dinheiro em conta vê a possibilidade de concretização de alguns sonhos. “Os meus principais objetivos são construir a minha casa e também ajudar as pessoas a aumentar sua renda e conquistar seus planos”, afirma.

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