Mercado imobiliário em Belém dá sinais de recuperação

Quem trabalha no ramo avalia que o momento é bom, tanto para quem tem uma unidade para vender ou alugar, como para quem está atrás de imóvel

Keila Ferreira

Passado o período de restrições mais rígidas, em razão da pandemia do novo coronavírus, o setor imobiliário foi um dos primeiros a dar sinais de recuperação, na medida em que as atividades econômicas iam retornando. Em Belém, o mercado de venda e aluguel de imóveis está se reerguendo, mesmo que lentamente. Algumas mudanças foram observadas, como ajustes no valor dos aluguéis, especialmente das unidades comerciais, em razão do aumento da oferta por causa dos estabelecimentos que não resistiram à crise e fecharam as suas portas. Mesmo assim, quem trabalha no ramo avalia que o momento é bom, tanto para aqueles tem uma unidade para vender ou alugar, como para quem está atrás de imóvel.

“Já está melhorando, está clareando, havendo movimentação. Existe procura para compra de imóveis, principalmente financiado, e a tendência é melhorar mais. O mais procurado é casa com dois ou três quartos, mais simples, e apartamentos também. As pessoas estão aproveitando os financiamentos”, declarou o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 12ª Região (Pará e Amapá), Jaci Colares.

Ele observa, porém, que ainda existe muitas unidades comerciais fechadas, mas com os ajustes que têm sido feitos, principalmente no valor do aluguel, a tendência é que o cenário melhore. A queda histórica da taxa Selic, para 2% ao ano, e a liberação das atividades econômicas, após o período de confinamento, são alguns dos motivos apontados para a recuperação desse setor.

Desde o final do primeiro semestre, o mercado já dava sinais de recuperação. Após um primeiro trimestre de quedas de 10% nas vendas em relação ao mesmo período de 2019, a venda de imóveis em Belém e Ananindeua, no segundo trimestre do ano, teve alta de 4% em comparação com os primeiros três meses, conforme mostrou o resultado do 9º Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, do Sindicato da Indústria de Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA).   

“Todo mundo está sentindo. Tenho conversado com outros colegas sobre as vendas, que trabalham em outras empresas, e eles também têm registrado aumento na procura por imóveis, de todas as faixas de valor, tanto econômico como de alto valor. Acho que isso acontece por certa demanda que ficou reprimida. Mas também houve queda na taxa básica de juros. Hoje, refinanciar um imóvel está muito mais baixo do que seria há cinco ano. Tem muita gente procurando para financiar uma parte do valor e o juros está muito atrativo”, declarou o corretor Alexandre Marques.

Ele observa, no entanto, que houve aumento no preço dos materiais de construção, por isso, as construtoras têm reajustado o preço de suas unidades. Ainda assim, ele acredita que o mercado continuará em alta. “Tive conversa com alguns gerentes e eles comentaram que o mês de julho foi atípico, porque foi muito aquecido para todo mundo”.

No mercado de aluguel, Alexandre Marques diz que o impacto foi maior, em função dos efeitos da pandemia, principalmente envolvendo os imóveis comerciais, já que muitos negócios fecharam. “Isso vai provocar um grande aumento na oferta de imóveis para alugar. Pode ser um bom momento para quem está tentando conseguir um bom preço ou para quem já está no aluguel, fazer uma negociação, diminuir um pouquinho. O que manda hoje no mercado de aluguel é a flexibilidade, a conversa, a negociação”, observa. “Tem aumentado essa procura (de pessoas interessadas em alugar), justamente por causa desse efeito provocado pelo aumento da oferta”, avalia.

Para ele, a perspectiva é que os negócios continuem aumentando e novos empreendimentos surjam. “O que a gente está em falta são segmentos de imóveis aqui na capital, por exemplo, apartamento de dois quartos no bairro do Marco pronto pra morar. Esse cliente que gosta, prioriza um imóvel novo, acaba migrando para o segmento de usado, porque não tem em construção. Um imóvel pronto nesse segmento, no bairro do Marco, Pedreira, não tem. Tem gente que faz questão de comprar imóvel novo, e não consegue. A gente espera que a indústria, o mercado imobiliário comece a suprir a demanda fazendo novos lançamentos e já tem construtoras anunciando”.

Segundo a corretora de imóveis Hildenise Furtado, desde que os números da pandemia começaram a se estabilizar, entre início de julho e meados de agosto, o mercado imobiliário vem mostrando reação. “Julho foi muito bom, agosto foi melhor. A gente está notando que cada vez está crescendo, está muito bom tanto no de aluguel, quanto vendas. Os preços estão bons, tanto na procura como oferta”.

No caso dos aluguéis, ela explica que os preços caíram, mas a partir da retomada de atividades econômicas, eles ficaram equilibrados. “Não está como era antes da pandemia, mas pararam de cair. Está bom tanto pro proprietário, como para o inquilino, porque começou a aumentar a procura. A oferta está grande, mas a procura também está grande, porque antes estava tudo parado. Os dois lados estão se equilibrando. Parou tudo, quando teve essa pandemia, e agora as pessoas estão voltando de novo, realmente estão querendo correr atrás do prejuízo”.

A procura maior, segundo Hildenise, é por imóveis residenciais. “Principalmente por casa, mais do que antes. Com o confinamento, as pessoas ficaram presas, e a casa tem mais espaço, tem áreas livres. O (imóvel) comercial está devagar um pouco, apesar de também estar melhorando”, concluiu a corretora.

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