Mercado dos drones potencializa serviços e reduz custos em vários setores no Pará

Cada vez mais o uso de drones para fins comerciais tem sido adotado por empresários brasileiros; no Pará, a adoção dessa ferramenta é crescente sobretudo no ramo do agronegócio

Fabyo Cruz

Estudos sobre a utilização de drones para delivery estão sendo realizados no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, por uma empresa nacional de São Paulo. A pesquisa é reflexo do crescimento do uso das aeronaves não tripuladas comandadas a distância para fins comerciais. A quantidade desses aparelhos registrados no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (Sisant) ultrapassa 100 mil unidades, de acordo com dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). A entidade calcula que esse número seja três vezes maior devido aos dispositivos não registrados voando no espaço aéreo do Brasil. 

O engenheiro cartógrafo Rogério Oliva, que possui uma empresa de treinamento para pilotos de drone e tem especialidade em Veículo Aéreo não Tripulado (Vant), participou de um evento internacional em São Paulo, em abril deste ano, onde foi anunciada a pesquisa referente à aplicação da ferramenta para entrega de alimentos no país. “No Brasil, o Ifood já contratou uma empresa brasileira para fazer entrega até 15 km, então, é possível encurtar o tempo de entrega tradicional, evitando os problemas comuns do trânsito. Um motoboy entrega o produto ao piloto do drone, que por sua vez envia aquele produto até seu destino, encurtando desta forma o tempo de entrega”, comentou.   

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Na agricultura, o uso de drones já é realidade, destaca Rogério. O engenheiro explica que o recurso substitui a aviação agrícola como forma de reduzir os custos da atividade e evitar riscos de acidentes com pilotos a bordo. “Agora, os drones fazem a pulverização, todo o mapeamento das áreas, identificando os focos das endemias ou pragas - espécies que podem comprometer a produção de plantas cultivadas. Primeiro é feito o levantamento preliminar, depois usa os drones agrícolas para fazer toda a pulverização e reconstituição da plantação”, explicou. 

Na construção civil, a utilização dos drones é aplicada com o levantamento aerofotogramétrico, um dos métodos empregados para mapear a superfície terrestre. Para isso, uma aeronave voa equipada com uma câmera fotogramétrica que captura imagens de toda a área a ser mapeada. “Antigamente, você usaria a topografia clássica, colocando mais de dois ou três pessoas em campo, agora com apenas uma operadora de trânsito consegue fazer o planejamento daquela área, gerando produtos bem mais eficazes, como: nuvem de ponto, uma ortofotocarta, gerar curvas de nível, extrair valores, cálculo de volume, corte e aterro. Então, são muitas aplicações também nessa área”, exemplificou o especialista.

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Leonardo Santos, coordenador do Clube Drone Belém (CDB), afirmou que o uso de drone por empresas privadas do ramo da segurança patrimonial é um recurso já utilizado em Belém. “Já há condomínios na capital que possuem esse serviço da segurança perimetral dos condomínios da avenida Augusto Montenegro. Então, por exemplo, em determinado momento, aquela aeronave sai da área de decolagem, faz todo percurso e repassa as informações à empresa de segurança. Certamente, é um diferencial da empresa, que além de ter vigilantes, possui monitoramento por drone!”, argumentou. 

Espaço aéreo urbano deve ser planejado para a tecnologia

Entretanto, para que a utilização de serviços por drones possa evoluir, é necessário que o espaço aéreo urbano esteja adequado ao uso da tecnologia, diz Leonardo Santos.  “A forma de evoluir nessa parte comercial é justamente tendo a segurança de decolagem e pouso da aeronave em locais específicos. Por exemplo, sair de um hospital e ir para outro em uma altura ideal, sem prejudicar o tráfego aéreo, e fazendo o serviço de entrega. (...) Então, se eu tenho maior segurança, sei da onde eu vou para onde vou chegar, tenho muito mais dificuldade de ter um incidente”, afirmou o coordenador do CDB.

Adoção de drones é crescente na agropecuária paraense, diz Faepa

Diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e zootecnista, Guilherme Minssen afirma que apesar do uso de drone ainda não ser usado pela maioria dos empresários da agropecuária paraense, nos últimos anos, o uso da ferramenta para o agronegócio está sendo bastante usado para medições e cálculos de área; pulverização de defensivos agrícolas e adubação foliar. E destaca: “O que vem aumentando bastante agora é também em pulverizações de produtos que têm alguma relação não só de defensivos agrícolas, mas principalmente agora com outros produtos também que solucionam algumas questões onde não pode ter tanta compactação do solo com tratores mais pesados”.

Guilherme Minssen prospecta em um futuro próximo, a frequente aplicabilidade do instrumento por empresários do setor da agropecuária no Estado. “Precisamos declarar também que como a gente tem essa nova ferramenta, claro que ela é está sendo bem adotada e de forma crescente a utilização, ainda temos poucos especialistas nessa área para fazer as leituras devidas desse resultado, mas ela é bem crescente. A cada ano que passa a gente percebe um número bem maior de pessoas utilizando essa ferramenta. Acredito que nesses próximos anos, ela deve se tornar corriqueira e ser mais uma ferramenta de trabalho ao lado do produtor rural”, prevê o titular da Faepa.

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